Volverte a Ver

Herói

Era hora do almoço. Minha mãe e Alisson que cozinharam. Meu pai arrumou a mesa e eu e Erick ficamos olhando o processo. A mãe dele se sentou em uma ponta, meus pais do lado direito e eu fui obrigada a sentar ao lado de Erick. Nossos pais falavam sobre o ocorrido e eu me sentia muito culpada. Sei que não foi proposital, mas eu poderia ter evitado tudo isso. Foi tudo por falta de atenção...

- Cass querida está tudo bem? – Minha mãe pediu.

- Sim. – Sorri fraco. – Estou cansada.

- Tire um cochilo, vai se sentir melhor. – Alisson disse. Balancei a cabeça confirmando. Assim que terminei de comer pedi licença e fui me deitar. Minha cabeça estava doendo muito. Quando cheguei no quarto fechei as cortinas e me deitei na cama de Erick. Fui atingida pelo seu cheiro. Ajeitei o travesseiro dele e fechei os olhos.

Senti uma movimentação no quarto e quando levantei a cabeça para ver o que estava acontecendo me deparei com Erick fazendo cara de dor. Ele olhou para mim e se sentou na cadeira.

- Desculpe, tive um pequeno imprevisto. – Riu.

- Tudo bem. – Falei. Olhei que horas eram e levei um susto. – Bah ainda bem que você me acordou sem querer...

- Tem compromisso?

- Não, mas é chato, estou na sua casa e tudo mais.

- Cass sua casa explodiu. – Me fitou. – Tudo bem deitar e relaxar um pouco...eu vou sair com Joel...

- Humm. – Falei encarando o chão. – Acho que vou tomar um banho...- Pareceu que ele queria falar mais alguma coisa para mim, porém se conteve. Ficamos calados durantes alguns minutos. Já que o clima estava meio tenso, decidi me levantar e partir para o banheiro. Peguei minhas coisas e dei um breve aceno. Parecia que eu tinha cheiro de queimado, Cass torrada! Liguei o chuveiro e coloquei em temperatura morna. Um peso tinha saído de mim, o que um banho bom não faz! Quando saí o banheiro estava tomado pelo vapor. Eu achava isso muito legal. Sequei meus cabelos e então voltei para o quarto que se encontrava vazio. Erick tinha ido.

Erick

Quando vi Cass no chão, minha primeira intenção foi correr para salvá-la. Foi bom saber que ela estava inteira sem ferimentos graves. Eu me sentiria mal se algo acontecesse com ela. Eu não entendo porque sempre estamos em pé de guerra. Achei que nos intenderíamos, mas as coisas só pioram. No dia da sorveteria estava prestes a beijá-la, mas não rolou. Confesso que fiquei decepcionado. Eu gostaria de saber como é a sensação dos lábios dela nos meus. Talvez pela minha partida a Miami ela bloqueou seus sentimentos. Os meus não são diferentes. Nem sempre era só alegria. Senti muito a falta de casa. Cuba sempre seria meu lar, não importa o que acontecesse. Durante a festa eu estava seguro em falar com ela, mas percebi que ela não queria papo comigo. Mal nos falamos. Foi por isso que não senti culpa ao beijar a outra garota. Cass é uma caixinha de surpresas. Precisamos de tempo, temos que conversar civilizados sem discutir no meio. Se não nunca irá dar certo, não iremos para a frente.

- Chegou faz tempo? – Joel me tira dos meus pensamentos.

- Não. – Respondi. – E então...- O olhei. Ele puxou a cadeira e se sentou ao meu lado.

- Você nem imagina quem vai estudar na nossa escola. – Diz.

- Eu vou gostar? – Pedi.

- Vai. Claro que vai. – Riu. – Christopher!

- Meu deus! Faz um tempão que não falo com aquele desgraçado. – Rimos.

- Bom pelo que eu sei, ele pode ser da nossa turma.

- Ufa! Vai ser bom reunir nós três de novo. – Olhei pela janela. – E você e Tessa?

- Está indo bem. Mas confesso que ela me deixa doido! – Passou a mão nos cabelos.- Sabe o show de talentos? Ela sempre aparece com uma música nova...

- Garotas. – Revirei os olhos. – Já pensou em sugerir alguma?

- Já, mas acho que ela arranca minha mão...- Riu fraco.

- Tente, vai que dá certo. – Falei. Chamei a atendente e fizemos nossos pedidos. Era o de sempre. Uma porção extragrande de batata frita, dois refrigerantes e quatro rosquinhas de chocolate. – Soube que a casa da Cass pegou fogo? – Pedi e ele arregalou os olhos.

- Não. Ela está bem? – Pediu e pegou uma batata.

- Está, ela conseguiu sair a tempo. Cass estava atirada no meio da rua aí fui busca-la. – Ele me olhou e sorriu.

- Herói. – Zombou de mim.- Mas e agora onde vão ficar? – Fiquei calado, nem respondi. Joel demorou para entender, mas quando ligou os fatos abriu um sorriso mega malicioso. – Entendi. Na sua casa...

-Pois é. – Falei. – Estamos dividindo o quarto.

- Oh. Só fico imaginando o que pode acontecer lá dentro...

- Joel nem começa. Já tivemos um encontro maravilhoso no meu quarto hoje.

- Uh. – Riu. – Ela vai futricar em tudo...

- Acho que vai. – Ri. – Não me importo, não tenho nada a esconder...

- Se Tessa mexesse no meu quarto ela iria ficar perdida...

- Também, acho que você nunca arrumou ele. – Tomei um gole do refrigerante.

- Uma vez ou outra sim! – Exclamou. – Nem adianta ficar me difamando...

- Joel você precisa arrumar aquela bagunça. Tessa já foi lá?

- Ainda não. Mas estou pensando na possibilidade de ela ir. Sabe fazer uma visita... – Riu.

- Ah claro. – Falei. – Você não tem limites.

- Claro que não tenho! – Rimos. Continuamos conversando sobre qualquer coisa que lembrávamos. Eu queria muito falar com Christopher novamente. Afinal de contas somos um trio e ficar sem um integrante não rola. Ainda bem que o velho trio estará de volta!