Christopher

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Na segunda de manhã levantei um pouco mais cedo. Fui no banheiro, escovei meus dentes e arrumei meus cabelos. Coloquei minha legging cinza, a blusa do uniforme e meu tênis. Quando voltei para o quarto Erick estava de pé. Ele estava quase todo pronto, dei uma olhada para as paredes, eu não queria ver ele trocando de camiseta. Fui até minha mochila e peguei minhas coisas. Ouvi passos atrás de mim e presumi que seria ele. Senti cheiro de café vindo da cozinha, então logo vi Alisson.

- Bom dia. – Sorri.

- Bom dia querida. Dormiu bem? – Pediu.

- Aham. A cama do Erick é muito confortável...

- Também, aquele colchão é maravilhoso. – Falou.

- Pois é. – Ela me estendeu uma xícara com meu líquido favorito dentro. – Obrigada.

- Erick venha logo, vocês vão se atrasar. – Alisson disse. Erick veio da sala e pegou uma xícara. Fiquei encarando seus cabelos desarrumados e pensei que ele não tinha pente. Ri com meu pensamento. Depois de acabar de comer pegamos o caminho da escola. O silêncio mortal pairava sobre nós. Fiquei chutando algumas pedrinhas pelo caminho até que ele quebrou o silêncio.

- Sabia que o Christopher vai estudar na escola?

- Jura? – Pedi. – Que incrível, sinto falta das palhaçadas dele. – Ri.

- Ele mudou de escola quando? – Me encarou.

- Eu lembro que ele estava muito mal no fundamental então os pais dele decidiram mudar de escola para ver se melhorava e melhorou. E agora para ele trocar de novo, pode ser pelo mesmo motivo...

- Eu e Joel estávamos conversando e foi só aí que vi que senti falta dele. – Riu. – Não nos falamos mais...

- Agora você tem a oportunidade. – Sorri. – Não a desperdice...- Falei. Acho que a frase final não servia apenas para a amizade dos dois, mas também era um pequeno aviso para ele não desperdiçar a Cass. Que estava ali ao lado dele. Só não sei se ele entendeu...espero que sim.

- Pode deixar. – Sorriu. Assim que chegamos na escola, era óbvio que Christopher tinha chegado. Vi Tessa com Joel e ao lado dele vi a cabeleira preta. Assim que ele nos viu abriu um grande sorriso. Corri até ele e dei um enorme abraço.

- Christopher!

- Cassie! – Rimos. – Você cresceu.

- Nossa nem faz tanto tempo assim. – Me desvencilhei dele. – Que bom que você está aqui.

- Na outra escola as pessoas eram mesquinhas. – Fez cara feia. – É bom ter vocês de novo.

- Digo o mesmo. – Sorri.

- Erick, eu não acreditei quando Joel me disse sobre sua vinda. – Falou todo animado.

- Pois é, eu também não acreditava que você ia vir para cá...

- Cass como está a casa? – Tessa pediu.

- Bem queimada. – Rimos. – Mas atingiu mais a cozinha e sala...

- Eu fiquei preocupada com você. – Me olhou. – Onde vocês estão?

- Na casa do Erick. – Eu e Joel falamos. Encarei ele, que deu de ombros.

- O que? Eu já fiquei sabendo. – Apontou para Erick.

- Ei seu fofoqueiro. – Dei um tapa no braço dele.

- Ai. – Riu.

- Você fala demais. – Cruzei os braços.

- Joel que queria saber. Nem vem. – Falou.

- Hum...

- Gente o que houve? – Christopher pediu.

- Resumindo tudo. – Falei. – Minha casa pegou fogo e estou morando provisoriamente na casa dele...- Apontei para Erick.

-Nossa. – Exclamou. – Sinto muito.

- Mas até que não foi um prejuízo imenso, tá foi sim. – Mordi o lábio inferior.

- Sinto muito por você estar morando na casa do Erick. – Rimos.

- Também sinto. – Zombei.

- Nossa, vou tentar não levar para o lado pessoal. – Me encarou.

- Tadinha da Cass. – Christopher me agarrou.

- Ei. – Ri. – Você pensa que é quem?

- Seu futuro namorado. – Riu. Olhei séria para ele, mas no fim me rendi as risadas, isso aconteceu com todos. Olhei para o lado e vi que a única pessoa que não ria era Erick. Puxei Christopher para perto de mim mais ainda. Baguncei os seus cabelos e apertei as bochechas dele. Que saudade desse garoto!

Na hora do intervalo fomos todos para o pátio da frente. Nos sentamos nos bancos e dividimos nossa comida. Fizemos estilo piquenique. Tessa falava constantemente sobre o show de talentos e sobre que música cantar, tivemos que participar de uma votação para escolher uma música. No fim a votação não deu certo e continuou a mesma bagunça. Fiquei encarando o chão durante algum tempo.

- Ei quer dar uma volta? – Christopher sussurrou.

- Pode ser. – Falei. Nos levantamos e fomos para o outro lado da escola. Paramos embaixo de uma árvore bem grande. Na parte de trás da escola poucos alunos vinham. A grama precisava ser cortada, estava chegando quase nos meus tornozelos. Um vento passou por nós e fez com que alguns fios de cabelo ficassem na frente do meu rosto. Quando eu ia ajeitar meu cabelo, a mão dele foi mais rápida e fez o serviço por mim. Estava rolando um clima ou impressão minha? – Christopher...

- Ah Cass...- Disse e se aproximou de mim. Eu sabia o que iria acontecer se eu não o impedisse, mas eu estava com tanta raiva do Erick que nem pensei direito.

- Eu não posso te prometer nada. – Falei. Ele repousou seu dedo indicador na minha boca pedindo por silêncio.

- Gosto de aventuras. – Sorriu. Ele pousou suas mãos ao redor da minha cintura, para não deixar as minhas sem fazer nada, as coloquei ao redor de seu pescoço e aproveitei para me divertir com o cabelo dele. Em questão de milésimos estávamos nos beijando. No início fiquei meio apreensiva, mas depois apenas deixei fluir. Nunca pensei que acabaria beijando ele. Foi bem inovador. Senti um pequeno gosto de sangue e dei uma risadinha. Tenho certeza que meu lábio ficaria inchado depois. Fomos aprofundando mais o beijo. Christopher me empurrou contra o tronco da árvore me fazendo dar um pequeno grito de susto. Nossas línguas estavam em uma guerra constante para ver quem era a melhor. Agarrei firme os cabelos dele e então nos separamos por falta de ar. – Você está vermelha. – Riu.

- Também. – O encarei. Olhei ao redor e ninguém estava do lado de fora. – Já bateu o sinal?

- Droga. – Disse. – Vem, vamos voltar. – Me puxou pela mão. Corremos até a sala e por sorte eles tinham recém entrado. Eu estava muito ofegante, fomos caminhando como pessoas normais até nossas mesas. Olhei para ele e começamos a rir baixo. Soltamos nossas mãos que estavam entrelaçadas e então nos sentamos.


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