Fogueira, trilha e beijo...

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Todos os alunos se sentaram ao redor da fogueira. Cada um com um graveto e marshmellows, me sentia em um filme da Disney. Só faltava as pessoas começarem a cantar que nem doidas! O céu estava estrelado, mas não havia sinal da lua.

A nossa professora deu a brilhante ideia de nós cantarmos algumas músicas. No início ninguém se prontificou a começar. Nessas horas todos são tímidos. Já que ninguém começava ela começou a cantar e nós fomos seguindo cantando baixo. Quando todos se juntaram foi ficando cada vez mais alto.

Olhei para Christopher que estava cantando e comendo ao mesmo tempo, tive que me segurara para não rir, ele fazia umas caretas engraças de vez em quando. Fui pega no flagra e então ele me puxou para perto de si. Ficamos amontoados e curtindo o momento.

- Podíamos fazer isso, só eu e você. O que acha? – Me olhou.

- Eu adoraria. – Falei. – Seria divertido passar um final de semana só com você.

- É o que eu mais quero. – Riu. – Quer mais um? – Me entregou outro marshmellow. Sou muito fã deles. É muito bom comer marshmellows!

- Nossa quero mais. – Falei arrancando o dele.

- Só não arranca minha cara também. – Falou ajeitando os óculos. Me sentei de novo e fiquei cutucando as lentes. – Sério isso? Você vai limpar...

- Eu não vou fazer nada. – Ri.

(...)

No outro dia levantei toda animada. Puxei Tessa da cama, ela começou a resmungar, mas no fim cedeu e foi se arrumar. Fiz o mesmo e logo estava pronta. Já que íamos caminhar optei por usar algo mais confortável, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo. Tessa saiu do banheiro vestida como eu, porém seus cabelos estavam soltos.

O combinado era de que tomaríamos café e em seguida passaríamos o resto da tarde fora. Fomos até o refeitório e avistamos os garotos sentados em uma mesa. Pegamos nossa comida e nos juntamos a eles.

- Bom dia gente. – Sorri.

- Alguém está animada. – Erick riu.

- Sim, eu amei que vamos fazer trilha. - Sentei na frente dele. – Estou tão feliz!

- Nem deu para ver. – Ele me encarou. – Pelo jeito vai ser divertida para ser a tarde toda...

- Pois é e ainda uma parte da manhã.- Mordi um pedaço de bolo.

- Daqui a poucos vamos sair, vieram nos avisar. – Joel disse.

- Vocês são bem diferentes com roupas esportivas. – Tessa riu.

- Verdade. Vocês praticamente só usam as mesmas coisas, é tudo parecido. – Ri.

- Nem venha reclamar das minhas bandanas! – Joel disse.

- Nem das minhas calças rasgadas. – Christopher falou.

- Nem das minhas! – Erick levantou os braços.

- Deus, vocês três...- Tessa e eu rimos.

(...)

Todos foram caminhando pelo meio das árvores, quanto mais entrávamos mais fechado o espaço era. Muitas vezes os galhos voavam na minha cara a sorte era que eu estava bem atenta e nada atingiu meu rosto.

A nossa guia falou um pouco sobre os lugares e tudo mais, explicou sobre algumas plantas que ali tinha enfim...Tiramos algumas fotos todos juntos e depois só nós cinco. Sentei em cima de uma pedra e bebi um pouco de água. Caminhar tanto me deixou cansada.

Mas eu gostei disso. Foi bom sair um pouco da rotina. Quando me dei conta já estava ficando escuro e era hora de voltar. Tessa, Joel, Christopher e Erick estavam indo mais na frente, eles conversavam animadamente. Eu parei para amarrar os cadarços do meu tênis e foi aí que eu vi algo que chamou minha atenção.

Pensei duas vezes antes de entrar no meio da mata, mas assim fiz. Segui por um caminho e cheguei até onde eu queria. Havia algumas flores bem bonitas, senti o aroma delas. E que cheiro bom! Ouvi um farfalhar de folhas e do nada Erick está na minha frente.

- Tá me seguindo? – Pedi. Mesmo estando escuro eu podia sentir seu olhar em mim. Estremeci quando um vento passou por nós.

- Na verdade eu vi que você tinha sumido. – Respondeu chegando mais perto. – Pensei em ver se tinha acontecido alguma coisa...

- Eu apenas vi essas flores. – Indiquei para ele. – Resolvi vir até aqui e ver de perto. Nada demais...

- Ah. – Falou. Erick se sentou no chão e bebeu um pouco de água, fiquei encarando ele fazendo aquele processo. Encarei o céu e tentei esquecer que ele estava ali. Bem que Erick podia ir na minha frente.

- Pode ir. – Falei.

- Vou te esperar. Não tenho pressa. – Me encarou. Dei de ombros e fiquei olhando o lugar. Eu já estive aqui antes...ah sim estive com Christopher, no primeiro dia, durante nossa escapada. Decidi não demorar muito, estava mais escuro que antes.

- Acho melhor voltar. – Falei chamando sua atenção.

- Ok. – Ele se levantou. Seguimos por um caminho que eu achei que estava bem errado. Olhei ao redor e não via mais ninguém além de nós dois. Ficar com ele no meio do mato me dava arrepios.

- Erick acho que estamos perdidos. – Segurei o braço dele.

- Cass...- Ele parou e deu um leve sorriso. – Acho que você está certa...

- Como vamos voltar? – Pedi. – Meu deus vamos ter que ficar aqui no mato! Não...eu quero voltar! Aqui é perigoso...

- Calma, vamos achar o caminho de volta. Ou vão sentir nossa falta e nos procurar. – Erick disse calmo.

- Você está certo. – Balancei a cabeça. Caminhamos para o lugar de onde viemos. Achei que íamos nos perder mais ainda, mas conseguimos voltar para as flores. Me sentei no chão, Erick fez o mesmo. Os grilos faziam um barulho bem engraçadinho e sorri. A noite estava bonita, sem nuvens, apenas estrelas e uma lua minguante.

Podia sentir o olhar quente de Erick sobre mim. Eu estava me sentindo meio desconfortável, só nós dois, aqui, sem ninguém... tentei me concentrar o máximo que eu pude no céu. De repente vi uma estrela cadente passar.

- Você está vendo? – Balancei Erick de leve. – Uma estrela cadente!

- Que incrível. – Sorriu. – Faça um pedido Cass...

Fechei os olhos e tentei pensar em alguma coisa. Eu não sabia muito bem o que pedir então resolvi pedir algo que fosse mais ou menos geral. Que as coisas melhorem! Abri os olhos devagar. Nós dois estávamos bem próximos, mais que antes. Ficamos nos encarando durante um longo tempo, apesar do silêncio consegui ficar confortável.

Eu queria me afastar dele, mas Erick me conteve. Nossas mãos se tocaram e eu olhei para elas. Senti meu corpo formigar. Ele veio para mais perto de mim e foi aí que aconteceu... Nosso beijo. Ele colocou as mãos dele em volta do meu rosto, como se eu fosse fugir daquele momento, eu comecei a brincar com seu cabelo. O beijo foi parecendo que estava tomando um rumo bem animado. Era como se dependêssemos daquilo. Pensei em me afastar, mas não consegui, acho que eu não queria que o momento acabasse. Ambos estávamos bem ofegantes.

Nós dois fomos atingidos pela luz de uma lanterna, quem a segurava nos via de camarote. Senti uma dor no meu peito. Eu tinha estragado tudo! 

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