- O que aconteceu? - perguntei pra Yuna. Estávamos sentadas no corredor do hospital, assim que chegamos a Lua foi internada.
- Eu fui até o seu quarto, acordar ela pra ir à escola, quando mandei-a levantar ela disse que estava com dor na garganta, a voz dela quase não saiu, foi aí que percebi que ela estava pálida. Desci com ela até a cozinha e fiz um chá pra ela bom pra garganta que aprendi com a minha avó, ela começou a tomar o chá, só que dois minutos depois desmaiou, eu entrei em desespero, tentei reanimá-la só que não consegui, liguei para o Matthew uma infinidade de vezes e nada, coloquei ela debaixo do chuveiro mas não adiantou, foi ai que resolvi levar ela pro hospital, coloquei um vestido nela, peguei seus documentos e sai, estava muito nervosa, e tão ansiosa pra chegar ao hospital que quando o portão da garagem abriu não vi seu carro.
- Entendi - a abracei - muito obrigada por salvar a vida da minha irmã. Te devo essa.
- Não deve nada, eu é que devo! Se tivesse levado ela pro hospital antes, isso não teria acontecido. E tem seu carro também, leve ele na oficina do meu marido, te prometo que ele não vai cobrar nada.
- Deixa disso, já disse que a culpa não é sua e não precisa se preocupar com meu carro, eu vou pagar o concerto.
- Parentes da Lua Roberts.
- Aqui - me levantei rapidamente e fui até ele.
- O quadro de saúde dela agora está estável.
- Que bom - respirei aliviada.
- Sim, mas ela não poderá ficar aqui! O hospital não tem suporte para o tratamento que ela precisa! Ela tem que ser transferida para um hospital melhor.
- Mas o que ela tem?
- Tireoide de Hashimoto.
- O que é isso? É tão grave assim? - perguntei desesperada.
- Vem comigo até o meu consultório que lhe explico melhor.
Acompanhei o doutor até seu consultório e a Yuna foi comigo. Estava tão nervosa que não conseguia nem respirar direito.
- E então doutor?
- É uma doença auto-imune na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula tireóide levando a uma inflamação crônica que pode acarretar o aumento de volume da glândula e diminuição do seu funcionamento. Essa doença pode estar associada a outras doenças com essas características, envolvendo outras glândulas supra-renal, paratireóides, pâncreas, gônadas ou outros órgãos como a pele e o fígado principalmente.
- Tá doutor. Mas tem cura, não tem?!
- Sim, tem cura! Mas nem em todos os casos! O tratamento pode durar anos e não curar o paciente.
- E quais são as chances da minha irmã?
- As chances delas são muito boas. Ela é nova, seu corpo nessa idade com o auxílio do tratamento pode produzir anticorpos o suficiente pra acabar com a doença. Mas ela tem que começar o tratamento imediatamente.- Vou me lembrar disso. Obrigado doutor.
- De nada.
Sai do consultório e comecei a chorar, o que eu ia fazer? Não tinha nem uma casa, emprego, nada, e agora minha irmã adoece.
Depois de um tempo chorando comecei a ficar com dor de cabeça e isso me fez lembrar que precisava ir embora pra tomar meus remédios. Fui pra casa enquanto a Yuna ficava no hospital com a Lua. Cheguei no apartamento do Matt tomei os remédios e fiquei pensando no que fazer, até que me veio uma idéia. Liguei pra mãe da Mi, ela tinha o que eu preciso.
Depois de ligar pra Emily e contar o que tinha acontecido, ela me passou o número de telefone que eu queria. Agora estou aqui, com o telefone na mão, chamando. Só falta ele atender.
- Pai? - chamei assim que atendeu, mas ninguém respondeu - Pai.
- Luma? - ouvi a voz do meu pai um tempo depois - Luma é você?
- Sim, sou eu! - respondi já caindo no choro.
- O que aconteceu? Por que está chorando? - ele perguntou bem nervoso.
- A Lua.
- O que aconteceu com ela?
- Ela está internada - chorei mais ainda - se ela morrer a culpa é minha.
- Luma respira, se acalma e me conta o que aconteceu.
Depois de me acalmar contei ao meu pai tudo que aconteceu, desde o meu acidente. Ele pediu o endereço do hospital onde a Lua estava internada e onde estávamos morando, passei tudo a ele e ele disse que em dois dias no máximo ele nós buscaria.
Após a conversa com meu pai, estava mais calma, então resolvi ligar pro Matt e contar o que aconteceu, depois de falar com ele tomei um banho, almocei e voltei pro hospital. Passei a tarde e a noite toda com a Lua, quando amanheceu a Yuna chegou e me mandou ir embora. Apesar de não querer eu fui. Chegando em casa arrumei minhas coisas e as da Lua, em um dia meu pai ia chegar e tinha que está tudo pronto.
- Posso saber por que está arrumando suas coisas? - o Matt falou aparecendo do nada.
- Aí que susto - falei colocando a mão no coração - não faz mais isso.
- Desculpe, não era minha intenção te assustar! Mas agora me fala por que está arrumando suas coisas.
- Vou morar com meu pai.
- Seu pai? - fiz que sim - nunca me falou sobre ele.
- Nunca falo dele com ninguém.
- Eu não sou ninguém, mas se não quer falar tudo bem, eu entendo.
- Obrigado.
Ele me ajudou a terminar de arrumar as minhas coisas e depois foi visitar a Lua. Estava dormindo um pouco antes de ir pro hospital quando meu celular deu o ar da graça e disparou a tocar, peguei ele e atendi sem nem ver quem era.
- Quem é? - perguntei sonolenta.
- Filha, sou eu.
- Pai?! O que ouve?
- Eu já cheguei mas não vou poder te buscar. Mandei um motorista no endereço que você me passou.
- O senhor não ia chegar em dois dias?
- Vim antes. Arrume suas coisas e deixe ai que meus empregados vão buscar depois, agora desça que o motorista está esperando.
- E a Lua?
- Já foram busca-la. Ela já está aqui.
Peguei meus documentos, meu celular e desci, quando cheguei na portaria vi que tinha um carro esperando por mim. Cumprimentei o motorista e entrei no carro, como ainda estava com sono, continuei a dormir no carro, só acordei quando o motorista me acordou avisando que tínhamos chegado. Olhei as horas no meu celular e vi que o percurso da casa do Matthew até a casa do meu pai foi de uma hora e alguns minutos. Que longe.
Desci do carro e só ai reparei que a casa parecia ter sido feita no meio de uma floresta, tá exagerei um pouco, mas, tinha bastante árvores ao redor. Fui caminhando lentamente até lá me lembrando que veria meu pai depois de muito tempo e que agora tinha uma madrasta, isso era o que eu mais temia! Tomara que ela não seja má.
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A Esperança ✔
Любовные романыAs vezes quando estamos no fundo do poço o universo nos mostra que podemos afundar mais ainda. Luma é uma garota de 17 anos, prestes a fazer 18. Sua mãe foi sequestrada quando ela tinha 11 anos, e é quase sete anos depois ainda não foi encont...