A Esperança ✔

Capítulo 18

Raiva, muita raiva; é o que me define agora. Sai da sala do meu chefe sem nem olhar pra trás, fui direto pra casa da Miranda, eu precisava conversar e ela me entendia melhor que ninguém. Cheguei na casa dela que logo me recebeu com pote de sorvete em mãos, ela sabia como o sorvete "me acalmava", contei a ela o que aconteceu e ela me ouviu atentamente.

- Eu não acredito nisso - ela falou assim que eu acabei de contar o ocorrido a ela - que filho da mãe.

- O pior é que eu tenho que conviver com ele.

- Você sabe que não tem não.

- Se não for lá eu vou trabalhar e morar onde Miranda?! - a pergunta era irônica e retórica, mas mesmo assim ela respondeu.

- Aqui, não é óbvio?

- Não Miranda, eu não posso.

- Você já morou aqui uma vez, qual é o problema de morar aqui de novo? Não gostou de quando morava aqui? - ela me questionou.

- Miranda eu gostei muito de morar aqui, acredite, mas eu não posso ficar dependendo de vocês pra sempre - eu disse a ela.

- Você pode sim Luma.

- Não posso não e nem tente discutir sobre isso.

- E o que você vai fazer a respeito do seu chefe e do suposto noivado? - Miranda me perguntou.

- Eu não vou topar entrar nessa palhaçada, eu tenho dignidade - ficamos ali conversando mais um tempinho, depois fui pra casa ver minha irmãzinha.

Quando cheguei em casa a Lua não estava no quarto, então sai pela casa a sua procura, mas a casa é enorme e eu não encontrava ela em lugar nenhum. Após algum tempo procurando ela eu comecei a ficar preocupada, e se alguém tivesse pegado ela, e se tivessem colocado ela pra fora da casa e levado ela pra algum lugar, se bem que a Helo e a Mari não deixariam. Sentei no sofá e fiquei pensando no que fazer quando de repente como um clique eu me lembrei que a Lua amava o jardim da casa do Eduardo. Corri pra lá e comecei a procura-la. O jardim era enorme mas não foi difícil localiza-la, os gritinhos animados dela dava pra ouvir a distância.

Eu quase cai pra trás quando vi porque a Lua tava correndo. Ela sorria, gritava animada e corria em minha direção.

- Mamãe, Lulu, me esconde, o titio Duda que me pega - a Lua disse quando chegou perto de mim, mas eu não consegui fazer nada, eu não estava acreditando que isso estava acontecendo.

- Peguei você - o meu chefe disse assim que chegou perto de nós e pegou a Lua no colo - onde você estava? Quando cheguei não estava aqui - o meu chefe perguntou a mim.

- Mamãe Lulu vem blinca com a gente, vem- a Lua estendeu as mãozinhas pra mim.

- Agora não Lua, o que eu disse sobre não sair do quarto em? - eu disse meio irritada.

- Mas Lulu é que...

- Sem mas mocinha, você está de castigo por uma semana por me desobedecer, vai pro quarto agora, depois vamos terminar essa conversa. - a Lua começou a chorar compulsivamente, meu coração partiu ao ver aquilo, mas eu não podia ceder, ela tinha que aprender que desobedecer é errado.

- Não pegue pesado com ela, ela ainda é uma criança - o meu chefe disse abraçando a Lua que ainda estava em seu colo.

- Ela tem que aprender e se eu ficar passando a mão na cabeça dela isso nunca vai acontecer.