Capítulo 44 - Eduardo

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      Não tenho palavras para descrever o quanto eu fiquei feliz quando entrei no quarto onde a Luma estava e me deparei com o Dylan e a doidinha se agarrando, se ele estava com ela significava que ele não tinha nenhum interesse na Luma. Apesar de ter ficado muito feliz, não transpareci isso, apenas fiquei esperando que eles notassem a minha presença. Quando a garota me viu saiu do quarto igual um foguete, mau me cumprimentou, já o Dylan continuou calmo, como se nada tivesse acontecido.

      Antes de ir embora o Dylan me contou sobre a desconfiança deles e sobre eles terem pedido ajuda ao Matthew, me contou também o que descobriram e me pediu, quase implorou pra que eu ficasse de olho na Luma e que não deixassem ninguém injetar nenhuma medicação nela.

      Passei a noite toda vigiando ela. Minha mãe veio duas vezes ao quarto, pra me trazer comida e olhar a Luma antes de ir embora. Na metade da madrugada o Matthew apareceu pra ver como ela estava e pareceu muito surpreso com minha presença.

      - Como ela está? - ele perguntou depois de um tempo.

      - Na mesma - respondi seco.

      - É uma pena que ela esteja assim - ele falou com a voz carregada de sentimentos, como se ele conhecesse ela a muito tempo - mas ela vai superar, eu sei, ela é forte.

      - Como você sabe que ela é forte? Aliás, o que você sabe sobre ela? Só conversou com ela uma vez!

      - Tá com ciúmes primo? - ele perguntou rindo. Que vontade de soca a cara dele.

      - Cala a boca - falei com raiva.

      - Não vou pegar no seu pé primo, pode admitir pra mim que você tá apaixonado por ela.

      - Eu não estou apaixonado por ela - falei com firmeza, mais pra mim mesmo do que pra ele.

      - Tá eu acredito.  Agora fale isso pro seu coração - ele falou indo em direção à porta - nos vemos por aí.

   

      Quando amanheceu a Heloisa veio ficar com a Luma e me mandou embora, fui pra casa dormir, trabalhei e depois voltei pro hospital, chegando lá dispensei a Heloisa e fiquei  o resto da tarde com a Luma. As oito horas da noite minha irmã chegou pra visitar ela, inundando o quarto com sua alegria e positividade.

      - Isso não é hora de fazer visita - falei quando ela se aproximou pra me abraçar.

      - Qualquer hora é hora pra fazer visita, além do mais quando se trata da minha futura cunhadinha.

      - Caterina não começa - falei e ela fechou a cara. Sabia que ela detestava o segundo nome e não gostava que a chamassem assim, mas esse era um modo de avisar que ela estava indo longe demais.

      - Não comecei - ela falou ainda com a cara fechada - eu só vim visitar ela, não tem mal nenhum nisso, e o Joseph está me esperando lá fora, portanto não vou perder tempo discutindo com você enquanto posso dedicar minha atenção a ela - eu sabia que o Joseph tinha alguma coisa a ver com minha irmã vir ao hospital á essa hora. Enquanto minha irmã ficava com a Luma eu sai do quarto e fui atrás do Joseph.

      - Qual é o seu problema cara? Por que a trouxe aqui há essa hora? - perguntei assim que o encontrei.

      - E aí cara. Eu vou bem e você? - ele perguntou irônico.

      - Não tô pra ironia hoje Joseph. Não começa, e fala logo porque ela está aqui.

      - Cara você sabe como é a sua irmã - eu sei mesmo - nós íamos sair pra jantar, aí ela lembrou de você, porque o íamos no restaurante que vocês costumavam ir, isso a fez lembrar que você estava no hospital com a Luma e que ela não tinha vindo vistar ela, então ela cismou que queria vir agora, e quando sua irmã coloca uma idéia na cabeça é impossível fazer ela desistir! Você sabe bem disso.

      - É, eu sei.

      - E como a Luma está? - suspirei cansado e ele entendeu minha frustração - não tá nada bem né?!

      - Não! Não está - contei tudo a ele e até cheguei a confessar que estava começando a ter alguns sentimentos meio estranhos por ela.

      - Não é querendo jogar na sua cara não, mas, eu avisei.

      - Você só está piorando a situação Joseph.

      - Desculpe, não era minha intenção - ele falou rindo - por que você não tenta conversar com ela, esclarecer as coisas, conta pra ela sobre o que está sentindo .

      - Não dá - falei desanimado.

      - Por que não? - ele me questionou.

      - Porque eu fui um idiota e agora ela me odeia. E isso não é tudo...

      - O que mais? - ele me interrompeu.

      - Eu ia falar! Era só você esperar eu respirar.

      - Tá, que seja, fala logo.

      - Tem a questão da idade também - falei.

      - E daí? - ele perguntou como se a idade da Luma não fosse um problema.

      - E daí que ela tem dezessete anos.

      - Se não me falha a memória o aniversário dela é em alguns dias, pra ser exato, em uma semana.

      - Ela ainda vai continuar sendo muito nova - espera, como ele sabe quando é o aniversário da Luma? - EI! Como você sabe quando é o aniversário dela?

      - Você me mostrou a o currículo dela.

      - Aé.

      - Não deixe que isso seja um impessilio Eduardo, se fizer isso eu vou perder o respeito por você.

      - E desde quando você tem algum respeito por mim? - perguntei.

      - Poxa cara. Assim você me ofende! Eu tenho o maior respeito por você - ele falou dramático.

      - Menos Joseph. Não tem ninguém aqui. Não precisa se fazer de ofendido. E eu não vou cair nessa.

      - Que pena! Achei que daria certo - nunca vi alguém tão palhaço igual ele.

      - Joseph pode parar com a palhaçada - falei enquanto ele ria sem parar.

      Ficamos conversando até minha irmã se cansar e pedi ao Joseph para leva-la embora, não antes de me importunar pra fazer uma festa para comemorar meu aniversário. Eu não queria, não estou com paciência para festas, mas ela insistiu tanto que eu acabei cedendo.

      Passei a madrugada toda acordado, o estranho foi que a enfermeira não apareceu pra olhar a Luma, isso me fez pensar que tinha alguma coisa errada acontecendo, desde a descoberta que estavam dopando a Luma eu nunca mais vi a Violet, bom isso era um assunto pra tratar depois, o importante agora é que a Luma se recupere.

      Era quase oito horas da manhã quando o Dylan chegou, ele não estava com uma cara muito boa, seus olhos estavam inchados, indicando que ele chorou a noite toda, ele estava bem abatido. Eu sabia que podia ir embora e aproveitar meu aniversário, mas não, continuei com a Luma mesmo o Dylan já estando lá.

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