Amanda na ft
Conseguimos - roubamos/pegamos emprestado - uma caminhonete e seguimos para o local, muitas - muitas mesmo - horas depois chegamos a uma plantação.
- Deve ser aqui - meu pai falou - mas onde será que elas estão?
- O Dylan disse pra seguirmos pro norte - o Dhek falou.
Entramos plantação adentro e andamos por mais ou menos uma hora, não achamos a Luma, mas achamos a Amanda que parecia estar quase morrendo.
- Amanda - o Matthew correu até ela - cadê a água - ele pediu sem tirar os olhos dela.
- Aqui - o Joseph entregou ele a garrafa que "pegamos" na casa.
- Está se sentindo melhor? - ele perguntou assim que ela bebeu quase metade da garrafa que era de dois litros.
- Cadê a Luma? - ela perguntou num fio de voz.
- Nós ainda não a encontramos - respondi.
- Lá - ela apontou pro lado oposto ao que tínhamos vindo - ela... ela está lá.
- Vão procurar ela e as crianças - meu pai falou - eu vou ficar aqui e ligar pro resgate.
- Tem certeza? - perguntei.
- Sim. E Amanda, como você conseguiu rede aqui?
- Eu subi - ela apontou pra cima.
- Então eu vou subir e vocês vão atrás da Luma - meu pai falou e começou a subir na torre.
Caminhamos por cerca de meia hora mais ou menos até encontrarmos a Luma desmaiada, me deu uma dor imensa no peito ao ver ela desacordada e meus dois filhos deitados chorando ao lado dela, mas quando vi a Maitte um pouco mais afastada deles desacordada e com o rosto e o corpinho todo machucado a dor se triplicou e eu não vi mais nada.
Amanda
Passou-se umas boas horas até a ajuda chegar, ou talvez tenha sido só uns quarenta minutos, ou dez, talvez ela não tenha chegado e eu estava vendo miragens, não sabia dizer. Tudo que eu sabia sobre mim era que estava delirando, tive certeza disso quando vi o papa-leguas e o coiote dançando macarena na minha frente.
- O resgate já está chegando - o senhor Lucas falou assim que desceu da torre - em no máximo quinze minutos.
- E quanto a Luma e as crianças? - perguntei.
- Acho que é melhor irmos até onde eles estão e esperar o resgate lá - o Matt falou.
- Eu ia mesmo dizer pra fazermos isso - o senhor Lucas falou - o resgate está indo pra lá.
- Então vamos - o Matt falou me pegando no colo.
Eu não poderia ficar mais confusa! Quando chegamos ao local onde a Luma e as crianças estavam tinha dois helicópteros e um carro/caminhão, ambos do corpo de bombeiros, tinha também dois carros da polícia e um conversível preto de alguém. Mas não eram a Luma e as crianças que estavam sendo socorridas. E sim o Eduardo.
Ele estava deitado em uma maca, completamente imóvel enquanto paramédicos estavam em volta dele apresados gritando alguma coisa e um deles está com um desfibrillador e enquanto eu olhava usou-o no peito do Eduardo e como não obteve sucesso repetiu o processo mais três vezes.
- O QUE ACONTECEU? - o senhor Lucas gritava e desesperado tentava se aproximar do filho.
- Ele voltou - o paramédico que estava com o desfibrillador gritou - rápido, a máscara de oxigênio.
- O QUE... - o senhor Lucas começou a gritar.
- Ao que se parece ele sofreu uma parada cardíaca - o senhor Dhek o interrompeu - mas como você viu, está tudo bem.
Horas depois estávamos nos helicópteros indo embora daquele lugar. A Luma é o Eduardo foram em um e eu, as crianças e o Matt em outro. Achei que nos levariam a algum hospital do estado, mas quando acordei e olhei pela janela do hospital percebi que estávamos no local de trabalho do Matt, em Toronto.
- Parece que a mamãe acordou - ouvi a voz dele atrás de mim e me virei bruscamente.
- Meu filho - praticamente gritei e tentei saltar da cama, mas minhas pernas doíam muito.
- Diga oi pra mamãe - ele falou sorrindo e só então me dei conta de que ele estava com meu filho no colo. Fiquei tensa na hora. E se ele percebesse a semelhança?
- Me dê meu bebê - pedi.
- Claro - ele me entregou meu filho, foi até a janela e sentou no peitoral - como se sente?
- Descansada - ele abriu um sorriso divertido.
- É de se esperar depois de dois dias inteiros dormindo.
- Para de graça.
- Não estou brincando - ele adotou a postura de médico dele, pegou a prancheta com meu prontuário e me mostrou enquanto falava - você deu entrada a dois dias atrás, não teve nada muito grave além de desidratação e uma leve insolação, o fato de você ter dormindo tanto se deve ao cansaço, as noites não dormidas e os remédios que te deram pra dores.
- Não funcionou ou o efeito passou, pois sinto minhas pernas doendo.
- Vou pedir que a enfermeira venha lhe aplicar outra dose.
...
- Por que meus pés estão enfaixados? - perguntei assim que a enfermeira saiu.
- Estavam bastante machucados, tiveram que estourar muitas bolhas, você levou alguns pontos no pé esquerdo além da sola dos dois pés estarem um pouco queimadas.
- Perdi meus sapatos enquanto fugia da cabana. Cadê a Luma?
- Está internada, o caso dela é um pouco mais grave que o seu já que ela ainda estava em recuperação.
- O que será que aconteceu com o Eduardo? Você já foi ver ele?
- Ele teve uma parada cardíaca mas já está bem, só está sendo mantido aqui em observação pela minha tia.
- É aquelas pessoas que raptaram a gente?
- Infelizmente não temos qualquer pista de onde eles estão, a polícia fez uma busca na fazenda mas não encontrou ninguém, nem pistas de onde eles podem ter ido, mas... - era bom ele está distraído que assim não percebia a semelhança entre ele e o meu filho.
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A Esperança ✔
RomantizmAs vezes quando estamos no fundo do poço o universo nos mostra que podemos afundar mais ainda. Luma é uma garota de 17 anos, prestes a fazer 18. Sua mãe foi sequestrada quando ela tinha 11 anos, e é quase sete anos depois ainda não foi encont...