124 - Eduardo /Amanda

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Amanda na ft



      Conseguimos - roubamos/pegamos emprestado - uma caminhonete e seguimos para o local, muitas - muitas mesmo - horas depois chegamos a uma plantação.

      - Deve ser aqui - meu pai falou - mas onde será que elas estão?

      - O Dylan disse pra seguirmos pro norte - o Dhek falou.

      Entramos plantação adentro e andamos por mais ou menos uma hora, não achamos a Luma, mas achamos a Amanda que parecia estar quase morrendo.

      - Amanda - o Matthew correu até ela - cadê a água - ele pediu sem tirar os olhos dela.

      - Aqui - o Joseph entregou ele a garrafa que "pegamos" na casa.

      - Está se sentindo melhor? - ele perguntou assim que ela bebeu quase metade da garrafa que era de dois litros.

      - Cadê a Luma? - ela perguntou num fio de voz.

      - Nós ainda não a encontramos - respondi.

      - Lá - ela apontou pro lado oposto ao que tínhamos vindo - ela... ela está lá.

      - Vão procurar ela e as crianças - meu pai falou - eu vou ficar aqui e ligar pro resgate.

      - Tem certeza? - perguntei.

      - Sim. E Amanda, como você conseguiu rede aqui?

      - Eu subi - ela apontou pra cima.

      - Então eu vou subir e vocês vão atrás da Luma - meu pai falou e começou a subir na torre.

     

      Caminhamos por cerca de meia hora mais ou menos até encontrarmos a Luma desmaiada, me deu uma dor imensa no peito ao ver ela desacordada e meus dois filhos deitados chorando ao lado dela, mas quando vi a Maitte um pouco mais afastada deles desacordada e com o rosto e o corpinho todo machucado a dor se triplicou e eu não vi mais nada.

  Amanda

      Passou-se umas boas horas até a ajuda chegar, ou talvez tenha sido só uns quarenta minutos, ou dez, talvez ela não tenha chegado e eu estava vendo miragens, não sabia dizer. Tudo que eu sabia sobre mim era que estava delirando, tive certeza disso quando vi o papa-leguas e o coiote dançando macarena na minha frente.

      - O resgate já está chegando - o senhor Lucas falou assim que desceu da torre - em no máximo quinze minutos.

      - E quanto a Luma e as crianças? - perguntei.

      - Acho que é melhor irmos até onde eles estão e esperar o resgate lá - o Matt falou.

      - Eu ia mesmo dizer pra fazermos isso - o senhor Lucas falou - o resgate está indo pra lá.

      - Então vamos - o Matt falou me pegando no colo.

      Eu não poderia ficar mais confusa! Quando chegamos ao local onde a Luma e as crianças estavam tinha dois helicópteros e um carro/caminhão, ambos do corpo de bombeiros, tinha também dois carros da polícia e um conversível preto de alguém. Mas não eram a Luma e as crianças que estavam sendo socorridas. E sim o Eduardo.

      Ele estava deitado em uma maca, completamente imóvel enquanto paramédicos estavam em volta dele apresados gritando alguma coisa e um deles está com um desfibrillador e enquanto eu olhava usou-o no peito do Eduardo e como não obteve sucesso repetiu o processo mais três vezes.

      - O QUE ACONTECEU? - o senhor Lucas gritava e desesperado tentava se aproximar do filho.

      - Ele voltou - o paramédico que estava com o desfibrillador gritou - rápido, a máscara de oxigênio.

      - O QUE... - o senhor Lucas começou a gritar.

      - Ao que se parece ele sofreu uma parada cardíaca - o senhor Dhek o interrompeu - mas como você viu, está tudo bem.

      Horas depois estávamos nos helicópteros indo embora daquele lugar. A Luma é o Eduardo foram em um e eu, as crianças e o Matt em outro. Achei que nos levariam a algum hospital do estado, mas quando acordei e olhei pela janela do hospital percebi que estávamos no local de trabalho do Matt, em Toronto.

      - Parece que a mamãe acordou - ouvi a voz dele atrás de mim e me virei bruscamente.

      - Meu filho - praticamente gritei e tentei saltar da cama, mas minhas pernas doíam muito.

      - Diga oi pra mamãe - ele falou sorrindo e só então me dei conta de que ele estava com meu filho no colo. Fiquei tensa na hora. E se ele percebesse a semelhança?

      - Me dê meu bebê - pedi.

      - Claro - ele me entregou meu filho, foi até a janela e sentou no peitoral - como se sente?

      - Descansada - ele abriu um sorriso divertido.

      - É de se esperar depois de dois dias inteiros dormindo.

      - Para de graça.

      - Não estou brincando - ele adotou a postura de médico dele, pegou a prancheta com meu prontuário e me mostrou enquanto falava - você deu entrada a dois dias atrás, não teve nada muito grave além de desidratação e uma leve insolação, o fato de você ter dormindo tanto se deve ao cansaço, as noites não dormidas e os remédios que te deram pra dores.

      - Não funcionou ou o efeito passou, pois sinto minhas pernas doendo.

      - Vou pedir que a enfermeira venha lhe aplicar outra dose.

...

      - Por que meus pés estão enfaixados? - perguntei assim que a enfermeira saiu.

      - Estavam bastante machucados, tiveram que estourar muitas bolhas, você levou alguns pontos no pé esquerdo além da sola dos dois pés estarem um pouco queimadas.

      - Perdi meus sapatos enquanto fugia da cabana. Cadê a Luma?

      - Está internada, o caso dela é um pouco mais grave que o seu já que ela ainda estava em recuperação.

      - O que será que aconteceu com o Eduardo? Você já foi ver ele?

      - Ele teve uma parada cardíaca mas já está bem, só está sendo mantido aqui em observação pela minha tia.

      - É aquelas pessoas que raptaram a gente?

      - Infelizmente não temos qualquer pista de onde eles estão, a polícia fez uma busca na fazenda mas não encontrou ninguém, nem pistas de onde eles podem ter ido, mas... - era bom ele está distraído que assim não percebia a semelhança entre ele e o meu filho.

     

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