Capítulo 110

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Bjus e boa leitura.






                              ***

      - Me desculpe - o Eduardo falou se deitando ao meu lado.

      - Por que? - ele parecia triste, abatido.

      - Mesmo que indiretamente eu atrapalhei sua vida. Era pra você estar focada no seu trabalho, mas aí eu tinha que pensar com a cabeça de baixo e esquecer de usar preservativo.

      - Não fica assim. Não estava nos meus planos trabalhar por agora, lembra?! Eu já disse que quero dedicar meu tempo as crianças.

      - Mas você estava tão empolgada com a chance de trabalhar no que ama.

      - Eu ainda estou - falei sorrindo.

      - Hã?

      - Esse bebê veio em boa hora - falei passando a mão na barriga - o senhor Albert insistiu que eu assinasse o contrato antes dos resultados dos exames ficarem prontos, ele disse que eu tinha uma aparência bastante saudável e não precisaria esperar.

     - Então agora eles não vão poder te demitir - ele completou o que eu dizia.

      - Exatamente. O cargo que eu ia ocupar lá vai ser preenchido por alguém que trabalha na filial daqui, e eu vou ficar no lugar dela aqui.

      - Fico feliz em ajudar - ele me abraçou.

      - Mas não parece tão feliz com a gravidez como estava de manhã.

      - Eu estou muito feliz. Não ficava desse jeito desde quando conseguimos a guarda definitiva da Maitte ou quando vi o Caleb pela primeira vez, ou quando nos fizemos amor pela primeira vez.

      - Não parecia tão feliz quando conseguimos a guarda da Maitte, na verdade você estava bem sério.

      - Naquele dia eu estava nervoso, nunca tinha me imaginado sendo pai, achei que não ia dar conta.

      - Mas deu, ela te ama mais que tudo nesse mundo, não dorme sem você e sabe que eu deixasse ela iria com você pro trabalho.

      - Meus medos se foram assim que eu segurei ela pela primeira vez, tão linda, tão perfeita, tão pequenininha que eu conseguia equilibrar com uma mão...

      - Eduardo você não fez isso não né? - perguntei me sentando na cama - isso é muito perigoso.

      - Claro que não.

      - Eduardo...

      - Tá, eu admito que fiz isso uma vez, mas em minha defesa foi o Joseph que percebeu que dava pra fazer isso. Mas voltando ao assunto, o que eu quis e quero dizer, antes de você me interromper é que eu estou muito feliz, eu quero mais que tudo esse bebê, é uma realização. Quando você foi embora se me dissessem que um ano e pouco depois eu estaria casado com você e te engravidado eu provavelmente iria dizer que a pessoa estava drogada, mas aqui estou eu, casado com você e vamos ter mais um bebê - não sei se era os hormônios da gravidez já dando as caras ou se o que ele disse realmente me emocionou, só sei que comecei a chorar - o que foi?

      - Não sei - me aconcheguei no peitoral dele.

      - Hormônios - ele disse e deu um sorriso.

...

      - CALMA - ouvi a Virginia gritar de dentro do escritório do Eduardo.

 
      Tinha acordado enjoada e como não encontrei o Eduardo no quarto fui até o escritório.

      - Já trocou? - escutei uma voz vagamente familiar quando me encostei na porta.

      - Estou terminando.

      - Agora você tem que pegar de volta o frasco que você substituiu pelo remédio da catarrenta - abri um pouquinho a porta e vi que ela falava com a pessoa pelo celular.

      - Mas e se eles notarem?

      - Não vão, já tem mais de um mês que você trocou, eles não vão nem reparar.

      - Você tem razão, vou aproveitar que o Eduardo foi pra empresa e fazer isso - ela provavelmente não sabia que eu tinha voltado - pra que são esses comprimidos?

      - São sossega leão, eu troquei as cápsulas dele pra parecer com o remédio que a pirralha toma.

      - Vai matar ela em poucos dias - eu é que vou matar essas duas - você tem mais daquele pozinho?

      - O pra colocar nas bebidas?

       - Sim, o que você me deu já acabou. A propósito ele fez efeito, mas muito pouco, ela passou mal umas duas vezes e ficou um dia no hospital, ela só começou a passar mal mesmo uma semana antes dela se mudar a trabalho mas depois pareceu bem de novo e eu já coloco nos sucos que ela pede pra cozinheira fazer a tempos.

      Eu só estou passando mal agora por causa da gravidez e sucos que eu pedia era pra colocar na mamadeira da Maitte, tinha até parado de dar ela pensando que ela estava tendo uma reação alérgica. Era muito difícil eu pedir alguma coisa pra mim, se bem que eu pedi pra Mari fazer limonada pra mim algumas vezes. Era isso. Como eu não percebi antes? Eu passei mal em todas as vezes que tomei a limonada que a Mari fez pra mim e eu achando que era porque eu não estava acostumada com o tempero diferente que a Cida começou a fazer. Mas era tudo culpa dessa vaca. Ela estava me envenenando.

      Quando o raciocínio veio e percebi que ela estava tentando nos envenenar um a um aos poucos me deu uma ânsia de vômito tão forte que eu corri pro quarto mais próximo, ou seja, o quarto da Maitte.

      Depois que eu coloquei tudo pra fora lavei meu rosto, quando já ia sair do quarto me lembrei do remédio da Maitte que eu tinha escondido. Eu já estava pensando em mandar pra um laboratório, uma vez que a Maitte teve reação alérgica e a Hayden trabalhava no hospital e não gostava nem um pouco de mim e provavelmente dos meus bebês, agora minha desconfiança tinha mais fundamento. Peguei o remédio e já ia sair do quarto quando ouvi a voz da Virginia no corredor, não ia ter como eu saí sem ela me ver, então entrei no quarto do Caleb pela porta que conectava o quarto dos dois e fiquei escutando.

      - Você já avisou o Andrei que ela foi pra Austrália? - a voz ao telefone perguntou.

      - Sim. Ele já está lá mas não encontrou o lugar onde ela está hospedada.

      - É bom ele da um jeito de arrumar dinheiro, estou precisando. Quando a Violet foi pegar os remédios pra mim ela não tomou cuidado e outra enfermeira viu ela, então vamos precisar de dinheiro pra subornar ela ou da um sumiso - ela estava falando com a Hayden! Como ela conhecia a Hayden?

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