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Encontrei com Maggie no caminho, e resolvi parar para conversar com ela. Tenho certeza de que deixei ela louca depois de ter saído daquele jeito de sua casa.

— Maggie, olá... – digo sorrindo

— Ally, como está? – ela pergunta se aproximando

— Bem, obrigada. – respondo – Onde está o Glenn?

— Ele saiu com o Aiden e os outros. – ela responde e suspira

— Está preocupada? - questiono e ela fica meio sem reação

— Na verdade, estou sim. – ela responde e força um sorriso

— Vai ficar tudo bem, eu tenho certeza. Glenn logo estará de volta. – digo e ela sorri

— Vai sim. Quer dormir lá em casa hoje? – ela questiona empolgada

— Ah, claro. Só preciso falar com a Deanna...

— Eu vou com você. – ela diz e eu assinto com a cabeça

Começamos a andar até a casa de Deanna e percebi um nervosismo em Maggie. Tentei pensar em algo para fazer ela se distrair um pouco, então puxei assunto.

— Como era antes daqui? Seu pai, sua irmã, a prisão? – pergunto quebrando o silêncio

— Era... Feliz. Por mais que soubéssemos que eles estavam lá, os mortos... – ela responde e seus olhos ficam marejados – Sinto falta do meu pai e da Beth.

— Vocês perderam muita gente?

— Sim, desde o início.

— Sei como é. Quando tudo começou, eu, meu pai e meus irmãos estávamos em casa. Minha mãe estava de plantão no hospital, e quando soubemos do que estava acontecendo, meu pai nos levou para Atlanta, disseram que era para ir pra lá. Quando chegamos a cidade já havia sido tomada.

— É... Não demorou muito para os mortos tomarem o lugar...

— Nós encontramos com meu tio, ele era policial e nos arrumou armas, um carro, e se ofereceu para ajudar. Mas ele queria ficar em Atlanta, e meu pai sabia que não era seguro.

Paramos de frente a casa de Deanna e continuamos nossa conversa.

— E então... Começamos a andar por aí... Procurando um lugar seguro. – digo e a encaro

— O que aconteceu com seu pai? – Maggie questiona ainda me olhando

— Nós encontramos com algumas pessoas, era um grupo bastante numeroso. Eles haviam tomado um edifício. – digo me sentando nos degraus da varanda – Com o passar dos tempos, o líder do grupo se aliou a outro grupo, eles não pareciam confiáveis e meu pai quis sair.

— Consigo imaginar que o líder não gostou nada da ideia.

— Ele não nos deixou sair. Meu pai tentou lutar, primeiro trancaram ele por uns dias, depois ele acabou sendo assassinado. – digo e meus olhos se enchem de lágrimas – Ele pegou meu pai pelas costas, na minha frente e na frente do Tommy. – continuo – Allison não estava lá, não teve que ver aquela cena. E também era pequena para entender, mas ficamos sem nosso pai, e sem o controle de nossas vidas, que a partir de então pertencia a ele.

— Imagino como foi ruim, é tão difícil aceitar as nossas percas. Mas em dias como esses que vivemos, não podemos deixar os sentimentos nos vencerem.

— Ah, olá meninas. Atrapalho? – Deanna diz abrindo a porta

— Não, estávamos apenas conversando – digo me colocando de pé

— Eu não queria ficar sozinha hoje, pedi para Ally dormir lá em casa e então viemos falar com você. – Maggie diz

— Sem problemas. – Deanna responde e sorri – Mas temos de conversar depois, senhorita Allyce. Vejo você mais tarde Maggie?

— Sim, eu venho mais tarde. – Maggie responde

— Bom, então vamos. Até mais tarde Deanna... – digo e a abraço – Fale para o Reg que mandei um abraço. – digo e saio com Maggie

Chegando na casa da Maggie, a ajudei ajeitando algumas coisas. Fizemos comida e então nos servimos.

— As vezes eu sonho com ele... – digo enquanto mexia no prato

— Seu pai? – Maggie questiona

— O monstro que o matou. – respondo me lembrando das características dele

— Eu sei como é. Sempre me lembro do homem que matou meu pai. – ela diz e seu sorriso some – Tara estava com eles, mas ela salvou o Glenn, e depois se juntou a nós.

— Isso significa que ela não era má que nem ele.

— Tara é uma boa pessoa. – ela diz e sorri – Bem, tenho assuntos para resolver com a Deanna. Vai ficar aqui? – Maggie diz se levantando

— Acho que não, vou andar por aí. Não tive a oportunidade de conhecer Alexandria durante o dia. – respondo e a ajudo

— Está bem...

Saímos e eu acompanhei Maggie até a casa de Deanna. Elas iria resolver alguns assuntos de adultos, então saí andando procurando o que fazer. Vi Enid pular o muro, e Carl estava logo atrás. Penso em segui-los mais deixo essa ideia de lado.
Vejo os portões serem abertos e então consigo avistar uma vã. Observo e só então percebo que era o Glenn que estava de volta. Dou um leve sorriso e penso em Maggie que ficará muito feliz em o vê-lo.

— Glenn. – grito e me aproximo da vã, o mesmo volta sua atenção para mim e espera a minha aproximação

— Onde está a Maggie? – ele diz ofegante

— Resolvendo algumas coisas com a Deanna. – respondo – Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu. – ele diz e corre até a parte de trás da vã – Vamos, rápido, tirem ela daqui e a levem para a enfermaria.

— O que aconteceu? – ouço a voz de Spencer

— Muita coisa... – Glenn o responde

— Onde está o Aiden? – Spencer insiste

— Tara está morrendo, será que você pode me ajudar? – ele diz em alto tom e os dois saíram rapidamente

— Você é o Eugene, certo? – digo me aproximando do mesmo que estava com cara de espanto

— Sim, eu sou o Eugene. – ele responde e me olha – Precisa de algo?

— O que aconteceu lá fora? – questiono o encarando

— Por que quer saber? – ele diz e começa a andar

— Porque sim! – respondo

— Porque sim? Isso não é resposta. – ele diz me ignorando

Volto para casa de Deanna e vejo ela e Reg chorando. Havia outro homem lá, não me recordo muito bem dele.

— Deanna. – digo me aproximando e a mesma me encara – O que aconteceu?

— Aiden, meu filho está morto. – ela diz com seu rosto encharcado

— Eu sinto muito... – digo e abraço os dois – Eu sinto muito mesmo.

— Nícolas, você já pode sair... – Deanna diz retribuindo o abraço

— Sim. Eu volto outra hora. – ele diz e sai

Essa cena é de partir o coração. Aquela mulher forte e sorridente, agora está nessa situação.
Sei como é perder alguém, mas no caso dela é muito pior. Ela é mãe, e um de seus filhos agora esta morto.

— Eu sei que vocês precisam de um tempo para digerir tudo, eu vou deixá-los a sós. Se precisarem de qualquer coisa, eu vou estar a disposição. – digo os soltando

Os mesmos me olham e forçam um sorriso, Deanna assente com a cabeça e eu saio.
Queria fazer com que a dor deles parasse, mas não tem como parar. O jeito é aceitar as coisas como são.

•ℓαѕт ∂αуѕ - тнє ωαℓкιиg ∂єα∂ [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]Onde histórias criam vida. Descubra agora