Acompanhei Daryl até a reunião. Estavam todos, até quem eu não conhecia, na casa de Deanna. Ela parecia distante enquanto Rick falava sobre zumbis na pedreira e contava sobre um plano para acabar com eles. A reunião correu e Rick passou o plano e as posições para todos, e então, começaram a colocar o plano em ação. Saí e comecei a andar. Carl ficou me encarando o tempo todo na reunião, se ele soubesse a vontade que eu estou de dar um chute nele.
— Ally! — ouço sua voz e ignoro continuando com meus passos.
Sinto sua mão me segurar e tento me soltar sem o encarar, mas ele me vira bruscamente me fazendo olhar a imensidão dos seus olhos azuis.
— Ally, ainda está brava? — ele diz e eu continuo em silêncio tentando me soltar de seus braços. — Allyce...
— Sim Carl, eu estou brava. Agora me solta, por favor. — digo quase gritando.
— Vamos conversar, Ally... — ele diz tentando me segurar.
— Não temos o que conversar, Grimes. Talvez a Enid quira. — digo séria.
Paro de fazer forças e então ele me solta. Saio andando tentando não chorar. Quando me afasto o suficiente, corro até um lado dos muros e salto o mesmo com dificuldade.
Ando por longas e longas horas, até então sem dar de cara com zumbis. Subo em uma árvore e fico sentada, observando tudo lá de cima. Assim que me acomodei, ouvi barulhos de gente conversando então comecei a procurar de onde vinham as vozes.
— Precisamos de armas, Hilltop não nos tem oferecido muito. — ouço uma voz masculina falar.
— Sim. E o que vamos fazer com a garotinha? — mais uma voz surge.
— Ela é irmã da minha filha, talvez eu possa encontrá-la.
— E vai ficar com ela até encontrar a menina?
— Vou sim, é minha única esperança para encontrar a minha filha. Estavam juntas até um tempo atrás, talvez a pequena possa nos levar até a última comunidade que estiveram. Quem sabe não encontremos uma mina de ouro por lá também.
— Está bem...
Eles continuaram com alguns barulhos e eu comecei a ficar com medo. O que eu vim fazer aqui? Penso em como sair sem ser pega por eles, mas um zumbi atrapalha meus pensamentos.
— O que é isso? — ouço uma das vozes se aproximar.
— É só um zumbi idiota, vamos embora...
— Quem da as ordens aqui sou eu. Ou você quer que eu massacre seu crânio até ele ficar que nem um purê? — o homem diz e um silêncio reina por alguns segundos. — Ótimo! Agora vá lá ver o que é.
Minha respiração fica ofegante, meu coração começa a bater mais forte. Eu não deveria ter saído de Alexandria. O que faço agora? Se eles me encontrarem, vão perceber que eu estou limpa e saudável, vão querer me torturar para que eu mostre o caminho para Alexandria.
— Ele está tentando alcançar alguma coisa em cima da árvore. — o mesmo diz se aproximando e acertando o crânio do zumbi com uma faca.
Por favor... Não olhe para cima!
— O que tem na árvore? — outro diz se aproximando.
Os dois desviam seus olhares para cima, tentei me esconder por entre as folhas porém tudo foi em vão.
— Allyce? — um dos homens diz me encarando confuso, e eu o conhecia. Era o pai da Suzy, e tenho certeza de que ele iria querer me matar. — Desce dai garota! — ele diz furioso procurando um jeito de subir. — Vamos... Desça agora!
— Pare com isso, o que está fazendo? — o outro diz o puxando.
— Ela matou minha filha! — ele diz com fúria nos olhos.
— Então ela quem matou sua filha? Não vai encostar um dedo nela, só por cima do meu cadáver. Ela é irmã da pequena Allison. — o homem diz e eu o encaro. — Allyce, pode descer. Não vou deixar ninguém te machucar.
Ele conhece a minha irmã. E olhando melhor agora, eu o reconheço de algum lugar. Desço vagarosamente, apavorada mas tentando conter as lágrimas. Eu sentia que a qualquer momento tentariam me matar, mas ao ouvir o nome da minha irmã, uma pontada de esperança surgiu.
— Se lembra de mim? — o homem com um bastão diz e eu nego com a cabeça e observo o outro homem com um certo medo.
— Ele não vai te fazer mal. Sou Negan, amigo do seu pai. Éramos vizinhos antes dessa merda toda começar. — ele diz e eu me recordo.
— Negan?! — digo e o encaro com surpresa. — Eu me lembro sim de você.
— Onde está sua mãe? — ele me pergunta se aproximando.
— Eu acho que ela morreu. Quando descobrimos o que estava acontecendo, papai fugiu com a gente. Fomos para Atlanta. — respondo.
— Papai... — ele me encara e sorri sínico — Acho que eles esconderam uma verdade de você, querida.
— Do que está falando? — questiono confusa.
— Acontece que sua mãe era uma vadia, e olha que legal, eu transei com ela. Meses depois a pequena Allyce nasceu. — ele diz ainda sorrindo.
— Não, a minha mãe nunca fez isso. — digo e meus olhos ficam marejados.
— Você não a conhecia tão bem. — ele diz e olha para o outro homem.
— Eu matei o pai dela. — ele diz seco. — Ele implorou para entrar no meu grupo e depois queria sair, ainda tentou me roubar. Era um tremendo de um babaca.
— Vamos comigo para o Santuário, querida...
— Não vou a lugar algum com você! — digo alto.
— Uma filha tem que morar com seu pai. — ele diz estendendo a mão.
— Eu não sou sua filha. — digo e minhas lágrimas começam a percorrer meu rosto.
— Ally, aceite. Você não tem culpa de sua mãe ter sido uma puta. — ele diz sínico.
— Eu vou com você, se deixar eu ver minha irmã. — digo e suspiro.
— Tudo o que você quiser, querida Allyce... — ele responde e me segura pelo braço.
Seguimos até uma camionete, e de longe eu vi uma garotinha de pele clara e lábios avermelhados. Os cabelos castanhos e uma franjinha fofa da qual eu não me lembrava. Provavelmente era um corte recente.
— Allison... — digo e meu olhos ficam marejados.
— Lilly! — ela diz alto, correndo até meus braços.
— Ah meu Deus, você está tão linda. — digo a abraçando.
— O tio Negan cuidou de mim. Ele mandou a Fabi cortar meu cabelo. — ela diz sorrindo.
— Ficou linda, minha pequena. — digo a olhando e passando a mão em seu rosto. — Eu senti tanta saudade sua. — digo enquanto lágrimas jorravam.
— Eu também senti sua falta, Lilly! Mais agora estamos juntas! — ela diz e eu à abraço novamente.
— Sim, estamos. E eu prometo não sair de perto de você, nunca mais.
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•ℓαѕт ∂αуѕ - тнє ωαℓкιиg ∂єα∂ [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]
Подростковая литератураJá se perguntou como que tudo vai acabar? Quando vai acabar? Eu sobreviveria ao fim do mundo? Eu seria forte o suficiente? Muitas vezes nos pegamos pensando sobre isso. Eu pensava muito sobre isso, e agora, aconteceu. Meus vizinhos agora não são mai...