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— O que aconteceu? — Arthur diz parando de frente para a porta da casa

— Eu não quero falar sobre isso agora, Arthur...

— Ally...

— Arthur, quer me ajudar? — ele assente — Então vamos entrar e jogar conversa fora.

— Está bem...

Entramos e não havia ninguém na casa. Provavelmente Lia convenceu de continuarem a brincadeira pra deixar eu me resolver com Carl.

— Sobre o que vamos falar?

— Como conheceu meu irmão?

— Eu estava com meu grupo em um acampamento que fechamos com alguns trailers, e ele chegou lá. Meu grupo deixou ele ficar, porém um idiota que estava com ele fez um escândalo e acabou atraindo uma manada de zumbis. Nós fugimos e paramos aqui.

— Perdeu muitas pessoas?

— Minha mãe e minha irmãzinha... — vejo os olhos do garoto ficarem marejados

— Arth! — me aproximo — Eu sinto muito por elas...

— Sua irmã me lembra muito ela, acho que é por isso que gosto tanto da Allison. — ele força um sorriso

— Ela deveria ser muito linda...

— Era sim. Ela tinha os olhos verdes como os meus, e uns cachinhos loiros, bem mais claros que o meu cabelo. Ela tinha um sorriso encantador e umas covinhas fundas. Ela era a coisinha mais fofa e carismática da face da terra. E eu a amava tanto.

— Ela também amava você, tenho certeza. — envolvo Arthur em um abraço — Sei como se sente, nós todos já perdemos tantas pessoas. Vamos continuar perdendo e... É assim que as coisas são agora...

— Eu odeio esse mundo novo. Eu odeio tudo o que está acontecendo.

— Eu também odeio tudo Arthur, eu odeio toda essa merda. Mas pelo menos, temos uns aos outros. — encaro o mesmo

— Podemos mudar de assunto? — assinto — Você nunca me disse o seu sobrenome. Na verdade, nunca vi nem os seus irmãos falarem seu sobrenome.

— Mais pra que quer saber meu sobrenome?

— Eu te digo o meu!

— Então fala...

— Cavanoa!

— Cavanoa?

— Isso!

— Arthur Cavanoa... — sorri — Gostei!

— Gostou? Achei que iria rir de mim!

— Por que eu faria isso? Cavanoa é um bom sobrenome. Passa seriedade e confiança.

— Confia em mim então?

— Claro.

— Agora sua vez...

— Não sei...

— Olha... Colocar o sobrenome junto com o nome em uma frase pode trazer muita firmeza nas palavras. Tipo... "Carl Grimes, você é um idiota". — Arthur diz me fazendo dar risadas — Eu vou dar mais um exemplo... "Eu te amo... Allyce alguma coisa!"

— Eu não sei se dou risadas do "alguma coisa" ou se fico preocupada com o "eu te amo" — digo ainda dando risadas

— Mas é sério... Como vou poder falar que amo você se não sei seu sobrenome pra deixar a frase mais séria? — ele faz bico

— Halsey Arendt! — digo parando de rir e ele me encara — Allyce Halsey Arendt... Esse é o meu nome... Meio grande, não é?

— É um lindo nome! — ele sorri

— Falou seu nome todinho para ele, Allyce? Você nunca me disse nem seu sobrenome. — Carl diz se aproximando de nós na sala

— Você nunca perguntou. — digo sem olhar para o mesmo

— Qual é, Carl. Vaza daqui. Eu e a Allyce estávamos tendo uma conversa tão agradável. — Arthur diz se levantando

— Você não pode me expulsar, Arthur.

— Carl, quer por favor parar de estragar a minha vida e todas as conversas que tenho com o Arthur? Eu acho... Acho não... Eu tenho certeza de que você não mora aqui... Então vê se procura o teu rumo e deixa a gente em paz. — digo enfim o encarando

— Você retribuiu meu beijo. Pensei que agora eu tivesse uma chance de ter você de volta. — ele diz fraco

— Me esquece, Grimes. Nós dois não existe mais. Acabou. Volta pra sua garota, fica com ela e seja feliz. Como eu estou tentando ser. — digo tentando segurar as lágrimas

— Allyce, eu te amo! — Carl diz deixando suas lágrimas caírem

— Arthur estava certo, um sobrenome na frase muda tudo. Desculpa Carl, mas eu não consigo acreditar em você. Não mais.

•ℓαѕт ∂αуѕ - тнє ωαℓкιиg ∂єα∂ [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]Onde histórias criam vida. Descubra agora