• 08

274 12 62
                                    

— O que aconteceu, Ron? – questiono o encarando confusa

— Separaram meus pais. – ele responde me soltando

— Ideia da Deanna? – pergunto desanimada

— Sim. Ela quer que meu pai fique longe da minha mãe. – ele diz enxugando as lágrimas

— Sinto muito por tudo que está acontecendo. – digo e seguro sua mão – Vai ficar tudo bem no final, você vai ver.

Ron sorriu e se soltou da minha mão. Parece que todos aqui mudaram um pouco de certa forma.

— Deanna convocou uma reunião para decidir o que fazer com o Rick. – Ron diz acompanhando meus passos

— Ela quer o mandar embora? – digo e encaro o chão

— Não sei. Minha mãe me proibiu de ir na reunião, vou ficar com o Sam. – respondeu

— Deanna também não vai me deixar ir. Podemos ir escondidos talvez, o que você acha? – digo e ele me olha

— Não posso deixar o Sam. – ele diz ainda me encarando

— Está bem. Mas eu vou, não me importo se Deanna vai ou não aprovar minha decisão. – digo e ele sorri

— Você não gosta mesmo de regras, não é?

— Não. Vou procurar a Deanna, eu preciso tentar fazer alguma coisa, antes que ela faça besteira. – digo e ele me segura pelo braço

— Você está do lado do Rick?

— Nós precisamos do Rick aqui.

— Não precisamos dele.

— Ron, você não entende agora, mas...

— Mas o que? O que é que eu não entendo? Você é que não entende nada! Chegou agora e acha que conhece todo mundo. – Ron diz nervoso e sai andando na frente

Fui até a casa de Carl, fazia falta passar as tardes com ele. Acabei esbarrando com Rick, que estava de saída.

— Allyce, olá. – ele disse enquanto abria a porta

— Olá, Rick. Está melhor​? – questiono o encarando

— Estou sim, obrigado por perguntar. O Carl está lá dentro, tenho certeza de que você não veio aqui por minha causa.

— Eu não vou poder participar da reunião da Deanna, não queria ficar sozinha.

— É... Bom... Até mais então!

— Até! Boa sorte, Rick! – digo e ele sorri

Abri a porta e atravessei a mesma. Carl estava na sala com Judith no colo, os dois estavam distraídos imitando um ônibus ou sei lá o que. Carl logo notou minha presença.

— Oi... – ele diz e sorri

— Oi... – respondo sorrindo – Fiquei sabendo da reunião...

— Meu pai não me deixou ir. – ele diz e seu sorriso some

— Está preocupado?

— Na verdade, estou sim. Talvez ele tenha...

Esperei ele terminar o que estava dizendo por longos segundos, mas o mesmo permaneceu em silêncio.

— Talvez ele tenha... – digo e ele me olha – Carl, termina...

— Talvez ele tenha que matar alguém para Deanna acordar. – ele diz e suspira – Não somos pessoas ruins, mas o jeito que Deanna está levando este lugar...

— Todos vão acabar morrendo... – termino sua frase e o encaro – Eu entendo o lado do seu pai, ele quer proteger vocês... A família dele.

— É, mas... Eu espero que fique tudo bem.

— Hey! – me aproximo e seguro sua mão – Vai ficar tudo bem!

Ele sorri e ficamos nos olhando por longos segundos. Logo Judith, que estava em seu colo, se jogou para os meus braços.

— Judith! – Carl diz e sorri

— Deixa... – digo a segurando – Ela cansou de você!

— E eu dela... – ele diz e caminha até o sofá

Judith com toda certeza havia me encantado, eu não parava de sorrir para ela. As caretas, os sorrisos, tudo me fazia derreter por dentro.

— Vai babar? – Carl diz e sorri

— Ah, ela é tão fofa! – digo sorrindo

— Você fica bem bonita sorrindo assim... – ele diz e eu o encaro, ainda sorrindo – Quer me dar ela?

— An... É... Eu... Queria dar um pulinho na reunião. – digo e caminho até ele

— Você vai? – ele pergunta pegando Judith

— Sim, só para garantir que Deanna não faça uma escolha errada.

— Você não deveria ir... – ele diz armando a sobrancelha

— Mas eu vou. – digo e me aproximo – Até mais, Judith! – digo e dou um beijo em seu rosto – Até mais, Carl... – digo o olhando

– Até mais... – ele diz e sorri, acabo fazendo o mesmo

Caminho até a porta e me viro para o olhar. O mesmo me encarava com seus olhos brilhantes. Não o vejo mais como um irmão, tem algo a mais. Não sei o que é. Quando estou perto dele... Meu coração acelera.

— Eu... Te vejo amanhã? – digo tentando esconder o nervosismo

— Claro! – ele diz e sorri

Fecho a porta e suspiro. Começo a andar procurando uma movimentação de pessoas, e ao encontar, corri até aquela área iluminada e encontrei várias pessoas ao redor de uma fogueira. Passei as mão em meus braços e me lembrei que esqueci minha jaqueta na casa do Rick.

— Merda, tá muito frio! – sussurro pra mim mesma

— Bom, está ficando tarde. Vamos começar a reunião! – Deanna diz

— Mas ainda tem gente pra chegar. O Pete, o Rick... Eles vão vir! – Maggie a interrompe

— Eles não estão aqui agora! – Deanna responde e prossegue

Deanna começou a falar sobre a treta do Rick e do pai do Ron, falar sobre a agressividade do Rick e sobre como ele estava colocando as pessoas em perigo.
Eu só não consigo entender, Rick o atacou por que ele batia na mulher e estão querendo o expulsar. Agora o tal do "Pete", que é quem deveria ser expulso, está de boa, sem nenhuma sentença, apenas de ficar longe da mulher, o que eu acho que ele não vá obedecer.
É como o Rick disse, Deanna vai acabar com esse lugar.
Deanna começou a falar sobre umas conversas de um padre, e... Qual é... Tem um padre aqui? Bom... Ela estava dizendo que ele disse que Rick e companhia eram pessoas horríveis e blá, blá, blá... Será que é pecado matar um padre?

— O padre Gabriel não está aqui agora! – Maggie diz

— Também não vejo o Rick por aqui... – Deanna responde

E eu estava prestando tanta atenção nas duas que não percebi Rick chegando. E que chegada.
Ele estava com um errante nos ombros, e de imediato o jogou bruscamente no chão, fazendo todos, inclusive eu, se assustarem.
Todos o olhavam com pânico, eu estava surpresa. O mesmo estava coberto com sangue e ofegante.

— O portão estava aberto, e não tinha ninguém vigiando. – Rick diz finalmente quebrando o silêncio

— Eu pedi para o padre fechar! – Spencer diz assustado

Maggie olhou para Deanna e saiu correndo, talvez fosse procurar o tal padre ou sei lá. Rick e Spencer ficaram conversando, e então, mais uma surpresa... O tal do Pete, chegou fazendo cena e... Espera... É a katana da Michonne?

— Pete, de vagar... Você vai machucar alguém... – Reg diz tentando o parar

Pelo andar da carruagem, essa história estava bem longe de acabar. E não me parecia nem um pouco que teria um bom final.

•ℓαѕт ∂αуѕ - тнє ωαℓкιиg ∂єα∂ [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]Onde histórias criam vida. Descubra agora