— O que aconteceu, Ron? – questiono o encarando confusa
— Separaram meus pais. – ele responde me soltando
— Ideia da Deanna? – pergunto desanimada
— Sim. Ela quer que meu pai fique longe da minha mãe. – ele diz enxugando as lágrimas
— Sinto muito por tudo que está acontecendo. – digo e seguro sua mão – Vai ficar tudo bem no final, você vai ver.
Ron sorriu e se soltou da minha mão. Parece que todos aqui mudaram um pouco de certa forma.
— Deanna convocou uma reunião para decidir o que fazer com o Rick. – Ron diz acompanhando meus passos
— Ela quer o mandar embora? – digo e encaro o chão
— Não sei. Minha mãe me proibiu de ir na reunião, vou ficar com o Sam. – respondeu
— Deanna também não vai me deixar ir. Podemos ir escondidos talvez, o que você acha? – digo e ele me olha
— Não posso deixar o Sam. – ele diz ainda me encarando
— Está bem. Mas eu vou, não me importo se Deanna vai ou não aprovar minha decisão. – digo e ele sorri
— Você não gosta mesmo de regras, não é?
— Não. Vou procurar a Deanna, eu preciso tentar fazer alguma coisa, antes que ela faça besteira. – digo e ele me segura pelo braço
— Você está do lado do Rick?
— Nós precisamos do Rick aqui.
— Não precisamos dele.
— Ron, você não entende agora, mas...
— Mas o que? O que é que eu não entendo? Você é que não entende nada! Chegou agora e acha que conhece todo mundo. – Ron diz nervoso e sai andando na frente
Fui até a casa de Carl, fazia falta passar as tardes com ele. Acabei esbarrando com Rick, que estava de saída.
— Allyce, olá. – ele disse enquanto abria a porta
— Olá, Rick. Está melhor? – questiono o encarando
— Estou sim, obrigado por perguntar. O Carl está lá dentro, tenho certeza de que você não veio aqui por minha causa.
— Eu não vou poder participar da reunião da Deanna, não queria ficar sozinha.
— É... Bom... Até mais então!
— Até! Boa sorte, Rick! – digo e ele sorri
Abri a porta e atravessei a mesma. Carl estava na sala com Judith no colo, os dois estavam distraídos imitando um ônibus ou sei lá o que. Carl logo notou minha presença.
— Oi... – ele diz e sorri
— Oi... – respondo sorrindo – Fiquei sabendo da reunião...
— Meu pai não me deixou ir. – ele diz e seu sorriso some
— Está preocupado?
— Na verdade, estou sim. Talvez ele tenha...
Esperei ele terminar o que estava dizendo por longos segundos, mas o mesmo permaneceu em silêncio.
— Talvez ele tenha... – digo e ele me olha – Carl, termina...
— Talvez ele tenha que matar alguém para Deanna acordar. – ele diz e suspira – Não somos pessoas ruins, mas o jeito que Deanna está levando este lugar...
— Todos vão acabar morrendo... – termino sua frase e o encaro – Eu entendo o lado do seu pai, ele quer proteger vocês... A família dele.
— É, mas... Eu espero que fique tudo bem.
— Hey! – me aproximo e seguro sua mão – Vai ficar tudo bem!
Ele sorri e ficamos nos olhando por longos segundos. Logo Judith, que estava em seu colo, se jogou para os meus braços.
— Judith! – Carl diz e sorri
— Deixa... – digo a segurando – Ela cansou de você!
— E eu dela... – ele diz e caminha até o sofá
Judith com toda certeza havia me encantado, eu não parava de sorrir para ela. As caretas, os sorrisos, tudo me fazia derreter por dentro.
— Vai babar? – Carl diz e sorri
— Ah, ela é tão fofa! – digo sorrindo
— Você fica bem bonita sorrindo assim... – ele diz e eu o encaro, ainda sorrindo – Quer me dar ela?
— An... É... Eu... Queria dar um pulinho na reunião. – digo e caminho até ele
— Você vai? – ele pergunta pegando Judith
— Sim, só para garantir que Deanna não faça uma escolha errada.
— Você não deveria ir... – ele diz armando a sobrancelha
— Mas eu vou. – digo e me aproximo – Até mais, Judith! – digo e dou um beijo em seu rosto – Até mais, Carl... – digo o olhando
– Até mais... – ele diz e sorri, acabo fazendo o mesmo
Caminho até a porta e me viro para o olhar. O mesmo me encarava com seus olhos brilhantes. Não o vejo mais como um irmão, tem algo a mais. Não sei o que é. Quando estou perto dele... Meu coração acelera.
— Eu... Te vejo amanhã? – digo tentando esconder o nervosismo
— Claro! – ele diz e sorri
Fecho a porta e suspiro. Começo a andar procurando uma movimentação de pessoas, e ao encontar, corri até aquela área iluminada e encontrei várias pessoas ao redor de uma fogueira. Passei as mão em meus braços e me lembrei que esqueci minha jaqueta na casa do Rick.
— Merda, tá muito frio! – sussurro pra mim mesma
— Bom, está ficando tarde. Vamos começar a reunião! – Deanna diz
— Mas ainda tem gente pra chegar. O Pete, o Rick... Eles vão vir! – Maggie a interrompe
— Eles não estão aqui agora! – Deanna responde e prossegue
Deanna começou a falar sobre a treta do Rick e do pai do Ron, falar sobre a agressividade do Rick e sobre como ele estava colocando as pessoas em perigo.
Eu só não consigo entender, Rick o atacou por que ele batia na mulher e estão querendo o expulsar. Agora o tal do "Pete", que é quem deveria ser expulso, está de boa, sem nenhuma sentença, apenas de ficar longe da mulher, o que eu acho que ele não vá obedecer.
É como o Rick disse, Deanna vai acabar com esse lugar.
Deanna começou a falar sobre umas conversas de um padre, e... Qual é... Tem um padre aqui? Bom... Ela estava dizendo que ele disse que Rick e companhia eram pessoas horríveis e blá, blá, blá... Será que é pecado matar um padre?— O padre Gabriel não está aqui agora! – Maggie diz
— Também não vejo o Rick por aqui... – Deanna responde
E eu estava prestando tanta atenção nas duas que não percebi Rick chegando. E que chegada.
Ele estava com um errante nos ombros, e de imediato o jogou bruscamente no chão, fazendo todos, inclusive eu, se assustarem.
Todos o olhavam com pânico, eu estava surpresa. O mesmo estava coberto com sangue e ofegante.— O portão estava aberto, e não tinha ninguém vigiando. – Rick diz finalmente quebrando o silêncio
— Eu pedi para o padre fechar! – Spencer diz assustado
Maggie olhou para Deanna e saiu correndo, talvez fosse procurar o tal padre ou sei lá. Rick e Spencer ficaram conversando, e então, mais uma surpresa... O tal do Pete, chegou fazendo cena e... Espera... É a katana da Michonne?
— Pete, de vagar... Você vai machucar alguém... – Reg diz tentando o parar
Pelo andar da carruagem, essa história estava bem longe de acabar. E não me parecia nem um pouco que teria um bom final.
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•ℓαѕт ∂αуѕ - тнє ωαℓкιиg ∂єα∂ [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]
Teen FictionJá se perguntou como que tudo vai acabar? Quando vai acabar? Eu sobreviveria ao fim do mundo? Eu seria forte o suficiente? Muitas vezes nos pegamos pensando sobre isso. Eu pensava muito sobre isso, e agora, aconteceu. Meus vizinhos agora não são mai...