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Eu estava realmente muito chateada com o Carl, por um momento eu até desejei mal para ele e a Enid. Eu sou horrível, eu sei, mas aquilo já estava me deixando extremamente triste. Nunca pensei que acabaria assim por causa de um garoto. Não novamente.

— Algum problema entre você e o Carl? — Allison perguntou me encarando.

— Muitos na verdade... — digo e suspiro.

— Você gosta dele, não é? — ela diz ainda me encarando.

— Talvez, pequena. Mas isso não importa agora. — digo e forço um sorriso. — Estou tão preocupada com o Daryl.

— Ele é adulto, Lilly. Sabe se cuidar. — ela diz e eu assinto com a cabeça.

***

— Por que eles estão escrevendo aqueles nomes no muro? — Allison perguntou observando.

— Não sei. Talvez estejam com saudades. — respondo.

— Ou estão escrevendo o nome dos mortos, como uma homenagem. — ela diz e eu a encaro. — Estão escrevendo o nome do Glenn.

— Glenn não está morto, Lis. — digo e percebo a presença de Aaron e Maggie do outro lado. — Coitada da Maggie, deve estar tão aflita.

— Ainda mais agora... — Allison diz e eu assinto.

Esta manhã Maggie compartilhou comigo uma coisa que me deixou muito feliz, ela está grávida. E eu estou muito entusiasmada com isso. Glenn precisa voltar logo, ela está muito preocupada com todos que ainda não voltaram, todos estamos.

Alguns já desistiram, mas eu não, Maggie também não desistiu. Enquanto Daryl não voltar, não vou desistir, não posso desistir e aceitar que não vou vê-lo novamente. Todos eles, meus amigos e minha família.


— Ally... – ouço a voz de Carl e me viro para o mesmo que estava com Judith em seus braços. — Oi...

— Oi, Carl. — respondo seca porém não consigo segurar o sorriso bobo ao ver os dois juntos.

— Eu também estou aqui, Carl... Não vai dizer oi? — Allison diz totalmente incoveniente o que nos rendeu boas risadas.

— Olá, Allison. Como está? — Carl diz sorrindo.

— Bem, obrigada. — diz sorrindo e se vira ainda encarando as crianças no muro.

— E você, Ally... Como está? — Carl diz e minha atenção se volta para o mesmo.

— Na medida do possível, eu estou bem. Apenas preocupada com os outros. — respondo.

— Tenho certeza de que Daryl está bem. — ele diz e eu encaro seus olhos azuis.

— Eu sei que está... — respondo sem graça.

Judith bate os braços e começa a sorrir lindamente, parecia desesperada para vir para os meus braços. E eu acho tão fofo quando ela faz isso.

— Ela já está enjoada de você, Carl. — digo estendendo meus braços e segurando a mesma.

— Ela me adora! — ele diz convencido.

— Corrigindo, ela adora a Ally! — digo e ele sorri. — Carl, será que você pode me desculpar?

— Desculpar pelo que? — ele diz confuso.

— Pelas minhas paranóias. Eu deveria acreditar em você, confiar, mas eu não sei o que acontece. — digo e ele se aproxima.

— Allyce, não tem problemas você sentir ciúmes de mim. Aliás, te dou toda razão. Eu sou um sonho de consumo. — ele diz e por um momento eu fico seria mas logo começo a rir.

— Qual é, Grimes! — digo ainda rindo. — Você é um babaca, sabia? Será que é mal de xerifes? Porque tinha um xerife na minha cidade que, vou te falar uma coisa... Só falava merda!

— Para, Ally! Eu não sou xerife! — ele diz balançando a cabeça levemente para o lado, o que eu acho muito "sexy".

— Está bem, Grimes. Eu não vou mais caçoar de você. — digo e o vejo revirar os olhos, e Judith começa a fazer seus barulhos de neném. — Acho que ela quer dizer algo.

— Ela está com fome? — Carl diz me olhando confuso.

— Não, acho que é outra coisa. — digo encarando ela.

— E o que você acha que é? — ele diz me encarando sério.

— Acho que ela quer que você me beije. — digo e olho para ele, que estava sorrindo mas ainda parecia confuso.

— Agora? — Carl diz apontando para Allison com a cabeça.

— Ela disse que eu preciso disso, agora! — digo e ele se aproxima mais.

Respiro fundo enquanto Carl ia se aproximando cada vez mais. Fecho os meus olhos e sinto seus lábios tocarem os meus. Finalmente iniciamos um beijo, e como eu amo o beijar. E eu sei que isso não irá durar muito, então eu aproveito enquanto o tenho aqui. Logo sentimos Judith meter a mão em nossos rostos e paramos o beijo, enquanto nos olhamos sorrindo um para o outro, ouvia Allison dizer vários "aí que nojo".

Me sinto ainda mais culpada a cada dia que se passa por não dizer que meu pai está vivo. Minha mãe tinha um caso com o marido da melhor amiga dela. E eu achava que minha mãe era uma santa. Talvez eu sempre me engane com as pessoas. Talvez meu pai de criação não era lá uma boa pessoa, se fosse estaria vivo, não? Talvez as pessoas de Alexandria não sejam pessoas boas também. Tenho tanto medo de me decepcionar mais.

— Carl, você pode pegar ela? — digo entregando Judith para ele, enquanto saia de meus pensamentos.

— Você está legal? — perguntou segurando Judith.

— Não. — respondo e seguro a mão de Allison. — Eu tenho que ir. Nos vemos depois, talvez. — digo e o deixo confuso.

— Você beija ele e em seguida sai correndo? Qual o seu problema, Lilly? — Allison diz e eu a encaro.

— Hey, não se mete. Você é uma criança, o que entende sobre conflitos adolescentes? — respondo.

— Entendo que você não deveria ter feito isso, é errado. Você não pode brincar com os sentimentos das pessoas como se elas não fossem nada, você não é assim!

— Allison... — digo parando e encarando a mesma novamente. — Eu gosto muito do Carl, assim como eu gostava do André. Você lembra o que aconteceu com ele? Foi por minha causa. Eu não quero que isso aconteça com Carl. E talvez eu esteja totalmente enganada com as pessoas ao meu redor. — digo e continuo andando. — No momento a minha prioridade é manter você segura.

— Eu sei, Lilly. Mas você está errando muito com o Carl, enganando ele desta forma... — ela diz com sua voz meiga, mas aquilo me atingiu bem forte. — Você está enganando a todos daqui.

— Chega de falar besteira, Allison. — digo e ela da de ombros.

•ℓαѕт ∂αуѕ - тнє ωαℓкιиg ∂єα∂ [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]Onde histórias criam vida. Descubra agora