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Conseguimos chegar até os outros, e fiquei aliviada de ver todos bem. Carl foi para o canto conversar com o pai, e eu fiquei com Allison e Sam, os dois estavam assustados com os barulhos das bombas e tiros.

— Mamãe, quando eles vão parar? – Sam dizia baixinho

— Creio que logo. Não se preocupe, vai ficar tudo bem. – respondo apertando mais o garoto em meus braços

— Lilly, eu estou com medo. E se acharem a gente aqui? – Allison diz me apertando mais

— Não vão nos encontrar, está bem? Só precisamos esperar. – digo mais uma vez

— Quer que eu fique com eles? – Melanie diz se aproximando

— Eles precisam comer, deve ter alguma coisa na minha mochila. – digo e ela assente levando as crianças

Me aproximei de Michonne, que estava totalmente alterada. Não conseguia entender o motivo, mas assim que olhei para Carl, entendi tudo.

— Como? – disse me aproximando – COMO ISSO ACONTECEU?

— Allyce, não faça barulho, vão nos encontrar aqui. – Carl diz calmo o que me irritava ainda mais

— Como você deixou isso acontecer? – digo já sentindo minhas lágrimas rolarem molhando meu rosto

— Eu sinto muito.

— Sente muito? Eu estou grávida, Grimes. O que eu vou fazer? Como vou criar essa criança sozinha?

— Não pude evitar.

— Você saiu, você se arriscou. Você pediu por isso.

— Eu me arrisquei sim, mas sabe que tudo o que eu faço é pensando em você e no nosso filho.

— Isso não está acontecendo, é um sonho não é? Por favor, me diz que é um sonho!

Continuei repetindo aquilo para mim mesma, andando de um lado para o outro procurando entender o que estava acontecendo. Eu sabia o que significava, mas eu não queria acreditar. Não conseguia aceitar.

— Allyce, você precisa ficar calma. Isso pode afetar o seu bebê. – Siddiq diz se aproximando

— Eu não quero mais um bebê, eu não quero! Eu não quero ninguém, eu não quero ficar aqui, eu não posso. – disse já aos prantos

— Allyce, por favor... – Carl segurou meu pulso me fazendo encarar suas orbes azuis

— Eu não posso, não consigo.

— Allyce, eu sei. Você vai se acostumar com a minha ausência, assim como se acostumou com nossas outras percas, está bem? Você vai ficar bem, a única coisa que me importa agora são vocês. Você e nosso filho.

— Como você diz isso depois de deixar uma coisa dessas acontecer? – digo apontando para a mordida

— Me perdoa.

— Não, eu não posso.

— Allyce, por favor! Não faça isso.

Minha respiração estava ofegante, totalmente descontrolada. Comecei a correr, não sei de onde tirei forças, mas corria tão rápido que sentia meu rosto congelar com o vento frio. Corri, não sei onde eu esperava chegar, mas corri até minhas pernas cansarem.

— Bingo! – ouvi uma voz e encarei aquela silhueta – Finalmente te encontrei!

— Não! Vai embora, por favor! – supliquei o encarando

— Nem pensar, você não vai mais fugir.

— Eu não posso ir com você.

Acabei perdendo o controle das minhas pernas, caindo sentada no chão. Não tinha mais forças para nada, e não conseguia raciocinar sobre o que estava acontecendo.

— Você está péssima!

— O pai do meu bebê foi mordido.

— Bebê?

— Sim, eu estou grávida. Eu não queria que soubesse.

— Eu entendo, mas... O garoto foi mordido?

— Já deve estar morto a essas horas.

— Eu sinto muito. O garoto era foda para um caralho, eu gostava dele. Mas, eu não vou abandonar minha filha grávida no meio da floresta. Vamos, já está na hora de você aceitar que eu sou a sua família.

— Para com isso.

— Como?

— Para com essa guerra.

— Quem começou foi seu amigo xerife.

— Não, quem começou foi você! Você quem matou um dos nossos. Você quem tomou nossas coisas, ameaçou as pessoas, você quem começou!

— Allyce...

— Não, já chega! Quase não tem mais sobreviventes no mundo, e ao invés de se apoiarem, vocês matam uns aos outros. Já temos tanto para nos preocuparmos, e agora vocês então lutando por besteira!

— Eu não vou parar, não posso parar.

— Então, eu não vou sair daqui com você, só se for morta. Vai querer matar sua filha?

•ℓαѕт ∂αуѕ - тнє ωαℓкιиg ∂єα∂ [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]Onde histórias criam vida. Descubra agora