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Esperei até todos conseguirem sair, e por mais que estivesse de coração apertado por deixar minha moto para trás, voltei para o portão atrás de Carl. Esperei com minha arma bem carregada atrás de uma das árvores. Ouvia atentamente a conversa de Carl com Negan, e eu não esperava nada de bom naquilo tudo.

— Sua filha não está aqui, nem o meu pai, será que não pode deixar isso de lado? Tem crianças aqui, pessoas inocentes. – Carl respondeu com a voz firme

— Também tinham crianças no santuário, você mesmo viu isso. Homens, mulheres e crianças inocentes. E onde eles estão agora? Vocês atacaram nossa casa sem avisar, sem dar chance alguma de sobrevivência para as pessoas do meu grupo. Foi como uma facada nas costas. Vocês foram uns covardes! – Negan retrucou

— Sinto muito, mas não tem que ser assim. Ninguém mais precisa morrer, não posso deixar que mate mais ninguém.

— Olha Carl, eu gosto de você. Você é um garoto do caralho, e eu gosto disso. Você e a minha filha poderiam viver muito bem no meu grupo com aquele garotinho que ela insiste em dizer que é filho dela. Mas, vocês estão dificultando as coisas, e eu odeio lidar com gente teimosa. Eu vou entrar, e vou acabar com todos vocês. Assim que seu pai chegar, vou matar você na frente dele, e vou matar ele em seguida. Vou cortar cada membro dele, e quando ele virar apenas um tronco sem membros, vou dar ele para os zumbis comerem. Ele vai se arrepender de ter feito isso, todos vão se arrepender. Ninguém mais vai tentar o que o seu pai tentou.

— Me mata.

— Como é?

— Me mata.

— Você quer morrer garoto?

— Não, eu não quero. Mas se for preciso eu morrer para acabar com isso, eu vou.

Um silêncio pairou pelo ar. Logo Negan percebeu que tudo aquilo era apenas uma distração e começou a atacar. Deu ordens para detonarem o lugar, e eu vi Carl conseguir escapar. Ele saiu correndo e eu o segui. Usaram o caminhão e derrubaram o portão, logo os homens do Negan começaram a colocar fogo em tudo.

— Carl, atrás de você! – grito para o garoto que deu um tiro bem na testa do cara que estava o seguindo

— O que você está fazendo aqui? – ele gritou correndo em minha direção

— Não podia deixar você aqui, podemos ir agora? Eu sei que você tem um plano.

— Siddiq está nos esperando, tem uma tubulação com saída pra fora daqui, vamos para lá. Todo mundo saiu?

— Sim, Daryl levou todos. Judith e as crianças estão com a Rosita.

— Ótimo, vai na frente, eu já vou.

— Não, vamos juntos.

— Ally...

— Não é hora pra discussão, Grimes.

Ele segurou em minha mão e começou a correr me puxando. Matamos alguns homens no meio do caminho, foi difícil mas, conseguimos chegar ao nosso destino. Siddiq estava lá nos esperando, e então começamos a nos aventurar pela tubulação.

— Você está bem? – Siddiq diz em baixo tom

— Estou sim. – respondo

— Como está o bebê?

— Acho que bem. Eu tenho tomado bastante cuidado, não se preocupe.

— Arriscou sua vida duas vezes para ir atrás do Carl, isso é cuidado?

— Sim, cuidado com o pai do meu filho.

— Isso está errado Allyce, o Carl sabe se virar sozinho.

— Eu sei. Mas eu não posso deixar ele ficar sozinho.

— Não adianta, Siddiq. Ela é muito teimosa, e não ouve ninguém. – Carl diz encarando nós dois

— Cuidar de quem eu amo é pecado agora e eu não estou sabendo? – digo já irritada

— Não, mas você não precisa cuidar de mim sempre. Você não pode me salvar de tudo, Allyce.

— Mas eu posso tentar.

•ℓαѕт ∂αуѕ - тнє ωαℓкιиg ∂єα∂ [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]Onde histórias criam vida. Descubra agora