• 16

170 7 11
                                    

— Está se enganando, Ally. Está com medo, é normal sentir medo. — Carol diz sem parar de arrumar suas coisas na cozinha

— Carol, eu estou mentindo pra ele. Pra todos aqui. — digo com os olhos marejados — Eu só queria que o Daryl voltasse.

— Que diferença o Daryl faria pra você, Ally?

— Eu confio nele. E eu acho que ele me entenderia. — seco as minhas lágrimas e a olho — Eu vou sair...

— Ally, se quiser conversar, pode confiar em mim também. — ela diz e força um sorriso

— Desculpe, Carol... — suspiro e caminho em direção a porta

Caminho em passos largos pelas ruas sossegadas de Alexandria. Todos estão eufóricos com o que tem acontecido ultimamente. E como os "fortes" ainda estão do lado de fora, a maioria dos moradores se trancam em casa.

— Ally... — ouço alguém me chamar e me viro dando de cara com Carl — Eu preciso falar com você.

— Eu estou...

— Ocupada? — ele diz me cortando — Pra mim você sempre está. Ally, porque sempre foge de mim?

— Eu não fujo de você, Grimes... — digo e ele me encara

— Eu só queria entender você. Eu sempre acho que o problema sou eu mais não é isso, eu sei que não é. O problema é você. — ele diz e eu tento conter minhas lágrimas

— Tudo bem... — digo e suspiro — Talvez tenhamos muito para conversar.

— Vem comigo. — ele diz me puxando para um lugar afastado onde havia um banco como o de uma praça — Agora podemos conversar melhor. Pode começar.

— Antes de ter chegado aqui, antes de ter conhecido você, principalmente depois de ter perdido o André, eu achei que não seria capaz de amar alguém novamente. —digo e ele permanece calado — Eu perdi tantas pessoas aqui, e eu me sinto tão culpada por elas terem ido. E eu tenho tanto medo de me machucar de novo.

— Ally, todos nós já perdemos alguém na vida. Mesmo antes disso aqui, eu tenho certeza que todos nós já perdemos alguém antes disso. — ele diz calmo como de costume — Agora é um pouco diferente, mas de certa forma não mudou muita coisa. Todos nós vamos ir um dia, mas não podemos nos prender por medo. Ally, antes de você eu nem sabia o que era amar alguém. Desejar tanto alguém assim. Querer ver a pessoa bem e tentar de toda forma à proteger. Sabe o que é isso?

— Sei sim, é exatamente isso que eu quero. Te ver bem, te proteger. E é por isso que eu tento me afastar. Você não faz ideia do perigo que eu sou.

— Se você é um perigo, eu estou disposto a correr esse risco só pra poder ficar por perto. — ele diz segurando a minha mão

— Eu não estaria te protegendo se deixasse isso acontecer, Grimes... — digo fraca — Eu te amo de mais pra deixar você se machucar por minha causa.

— Allyce, não me peça pra te deixar... Eu não posso...

— Eu não queria que fosse assim, mas talvez você entenda depois...

— Eu não quero entender, Ally. Quero ficar com você. Agora que eu me decidi você não pode me deixa assim.

— Por favor, Carl... Não me peça pra colocar sua vida em risco!

— Que risco? Pelo amor de Deus, me diga que risco eu estaria correndo querendo você? — Carl diz parecendo irritado

— Eu não posso dizer... — digo e me levanto porém Carl segura em meu pulso

— Allyce, eu te amo. Te amo e não é pouco. Você é um dos poucos motivos de eu querer acordar todos os dias. Risco eu corro sempre, um a mais não vai fazer diferença. Eu só quero poder ficar com você. Então não me peça para aceitar ficar longe de você, porque eu não vou aceitar. — ele diz e me puxa para si colando nossos corpos

Fico de frente para seus olhos, uma explosão de sentimentos dentro de mim. Eu o quero tanto quanto ele, mas quando Negan nos encontrar ele vai correr perigo. Quero evitar, quero o proteger, mas eu sou tomada por esse amor que sinto por esse projeto de xerife. Sinto suas mãos encaixarem em minha cintura e seu rosto se aproximar do meu. Fecho meus olhos esperando o toque de seus lábios que logo tocaram os meus. Eu o deixei me beijar, não porque aceitava deixar ele correr os riscos que eu trazia, mas porque eu queria estar em seus braços naquele momento.

— Eu posso correr riscos por você. — ele diz parando o beijo. — Só não me afaste de novo.

— Você é tão insistente, da até raiva. — digo fazendo bico.

— Eu sei. Mas eu sei como faz pra essa raiva passar. — ele diz e deposita um selinho em meus lábios. — Sei que você não resiste a isso.

— E você é um convencido. — digo e ele sorri.

— É... Agora vamos. — ele diz entrelaçando nossas mãos.

— Onde vamos?

— Desfilar por aí de mãos dadas para todos verem que estamos juntos!

— Não tem ninguém na rua!

— Vamos para casa comer então!

— Apoio. Estou morrendo de saudades do seu estrogonofe.

— Meu estrogonofe... — ele diz coçando a nuca. — Eu ia pedir pra você fazer seu macarrão...

— Bem... Podemos fazer juntos então, pode ser?

— Claro... O que importa é encher a barriga e ficarmos juntos!

•ℓαѕт ∂αуѕ - тнє ωαℓкιиg ∂єα∂ [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]Onde histórias criam vida. Descubra agora