Capítulo 2

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Já que hoje é feriado, vou postar o capítulo de hoje mais cedo! ;-D

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Depois de desligar o telefone, Luís fica pensativo. Seu filho havia namorado uma garota chamada Valentina há muito tempo. Os dois eram muito jovens, entre quinze e dezesseis anos. Ele fora contra aquele namoro, apenas por serem muito jovens.

Nunca soube o que aconteceu para Carlos terminar com ela. Não conseguira tirar nenhuma informação dele. E também não tivera mais notícias da garota. Até hoje...

Verifica sua agenda. Nada inadiável. Solicita que sua secretária remarque a única reunião para o dia seguinte e sai do escritório com mil pensamentos.

Não consegue deixar de pensar que aquele garoto pode ser mais um de seus netos e que está desemparado, precisando de ajuda.

Logo chega ao endereço que lhe fora passado. Do portão dá para ver um casarão grande que lembra um convento. Do outro lado há um prédio que parece ser um ginásio de esportes e ouve-se sons de crianças. Entre os dois edifícios, um grande jardim com bancos espalhados e com mais crianças brincando.

Antes de entrar no lugar repara na placa com o nome do lugar: "Orfanato Meninos de Deus". Seu coração se aperta ao imaginar que um neto seu está ali, sem a assistência que uma família pode lhe proporcionar.

Na recepção há uma mulher usando um habito religioso preto. É uma instituição católica, pelo que Luís conhece. E dirigindo-se a ela, pediu pede para falar com o interno Gustavo Casagrande.

— Um momento, senhor... Diz a Irmã franzindo a testa e saindo em seguida.

Minutos se passam até que a Irmã voltar acompanhada de uma senhora que exala bondade.

— Boa tarde, senhor Luís Gustavo. Sou a Madre Ana. Você gostaria de falar com o Gustavo, certo?

— Sim, senhora. Responde Luís sentindo-se um garoto levado, mesmo tendo quase sessenta anos.

— Acompanhe-me, por favor.

Seguem em silêncio até uma sala.

— Pois bem, senhor Luís Gustavo. O sobrenome Beneditte não é estranho para mim. Mas faz alguns anos que não o ouço. E não é comum os internos receberem visitas. Há um horário para isso. Então vamos ser diretos: qual o seu interesse em falar com ele?

— Bom, Gustavo me ligou... - Responde Luís sem entender direito o comportamento da Madre Ana.

— Como? Eles não podem fazer ligações... Eles sabem disso! - Estranha a Madre Ana.

— Mas ele fez. Espero que isso não seja problema para ele. E como ele conseguiu isso não vem ao caso agora, Madre Ana. Pois tudo me leva a crer que ele possa ser meu neto.

A Madre Ana o olha espantada.

— Ele está aqui a quanto tempo? - Luís indaga para saber mais sobre o garoto.

— Bom, no momento ele é o interno mais antigo que temos. Apesar de nossa instituição ter um dos maiores índices de sucesso em conseguir um novo lar para as crianças que aqui chegam. Gustavo está conosco desde seus seis anos, quando a mãezinha ficou doente e não pode mais ficar com ele.

— E o que aconteceu com ela?

— Foi internada muito doente no Hospital Bom Jesus, que fica aqui perto, e a assistente social de lá nos chamou. O garoto não tinha mais ninguém que poderia ficar com ele e o hospital não é o melhor lugar para uma criança, não?

O ÓrfãoOnde histórias criam vida. Descubra agora