Capítulo 6

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Depois de saírem do restaurante, o passeio continuou pela cidade. Luís mostrou prédio onde ficava o escritório da Beneditte Investimentos e onde, a partir de segunda-feira, Gustavo trabalharia. O passeio continuou tranquilo até Luís entrar num condomínio fechado.

Rebeca olha para Luís sem dizer nada e ele a acalma com um olhar e um toque em sua mão.

— Gustavo, você sabe onde estamos? - Pergunta Luís parando em frente a uma mansão com um jardim na frente e Gustavo olha atentamente antes de responder.

— Na frente da sua casa.

— Por que você acha isso?

— E por que você pararia na frente de uma casa que não é sua e me faria esta pergunta? Ou a casa é sua. Ou é de Carlos. - Responde Gustavo com a testa franzida.

— É as duas coisas: Nossa casa e casa de Carlos. Ele ainda mora conosco.

— E o que estamos fazendo aqui?

— Hoje só estamos te mostrando, responde Rebeca tranquilizando-o. — Não é, Luís. Da próxima vez que te trouxermos para cá, você entrará conosco, ok?

— A não ser, claro, que você queira conhecer hoje a casa... - Luís tenta mais uma vez convencer Gustavo.

— Não. Já conversamos sobre isso, Luís.

— Sim, mas...

Luís quis argumentar, mas Gustavo o olha sério, com uma sobrancelha levantada e sente-se como um menino que está fazendo bagunça.

— Ok... - Diz Luís dando a partida no carro. — Vamos à pensão.

Levam meia hora de carro para chegar à pensão e Rebeca liga para alguém avisando que estão chegando.

Ao parar na frente da casa, um casal simpático os aguarda na porta. Ele, moreno jambo, aparenta estar na casa dos quarenta anos. Ela, mais clara, por volta dos trinta e cinco anos. Ambos sorriem para Rebeca, quando ela sai do carro. A mulher abraça Rebeca com carinho e olha para Gustavo com curiosidade. O homem já estava conversando com Luís.

— Joana, este é Gustavo, nosso neto.

— Olá Gustavo, tudo bem? George já tinha falando de você.

— Olá, Senhora Joana. Prazer em conhecê-la. - Gustavo a cumprimenta estendendo a mão, que é retribuído por Joana.

— Só Jô, está bem? E aquele é o Antônio. Mas chame-o de Toni. Vamos entrar?

Luís abre o porta-malas para pegar as roupas que Rebeca e Gustavo tinham comprado durante a semana. Ele para assustado.

— Não lembrava que era tanta coisa... E essa bolsa não foi comprada naquele dia, relembra Gustavo segurando uma bolsa de viagem.

— Sua avó é assim mesmo. Exagera quando o assunto são os netos, ameniza Luís sorrindo.

Antônio, sorrindo, ajuda os dois a pegarem as bolsas e sacolas do porta-malas e pede para seguir ele.

— Vou mostrar teu quarto, Gustavo. Normalmente em cada quarto há apenas dois pensionistas. Mas no teu caso abrimos uma exceção.

A pensão é uma grande casa de dois andares pintada de cinza, com as aberturas brancas. Uma varanda continua no primeiro andar liga todos os quartos, que possuem portas-janelas amplas e cortinas brancas com black-out.

Na frente da casa há um jardim pequeno com gérberas e crisântemos. A lateral da casa é usada como garagem aberta, possuindo uma cobertura para proteção contra chuvas.

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