Capítulo 16

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Na sexta-feira à noite, Gustavo está sentado na cozinha, esperando George o levar à casa de seus avôs. Está nervoso e olha-se mais uma vez pensando se está vestido adequadamente para o jantar. Escolhera uma calça de sarja escura, uma camisa branca com detalhes em azul nos punhos e na gola e um sapatênis azul escuro que Rebeca havia comprado para ele.

Às 20 horas, o carro para em frente à mansão que Gustavo já conhecia. Ao entrar na casa, George pede para ele esperar no Hall de entrada enquanto chama Luís e Rebeca.

Gustavo passa a mão nervosamente pelos cabelos. Parece uma eternidade até que seus avós aparecerem.

— Gus, querido! Que bom que você veio! - Alegra-se Rebeca.

— Olá, Beca.

— Você sabe que já pode me chamar de vó, não?

— Desculpe-me, é o hábito...

— Deixe-o se acostumar com a ideia, minha querida! É muita informação para pouco tempo. Vamos entrar? Eles estão na sala de estar te esperando.

O nervosismo de Gustavo aumenta. Como ele será recebido por Carlos e seus tios?

Quando entram na sala, Gustavo está entre Luís e Rebeca. Sua vontade é de dar a meia-volta e ir embora. Um pesado silêncio cai sobre todos, até que Luís começa a falar:

— Meus queridos filhos, um minuto da sua atenção. Quero lhes apresentar o Gustavo. Ele, para quem ainda não sabe, é filho do Carlos com a Valentina, uma antiga namorada dele.

Luís abraça Gustavo de lado e todos olham para Carlos, que nada diz.

— Gus, você já conhece seus tios do escritório: a Natália, o Augusto e o Leonardo, certo? - Diz Luís nomeando cada um dos filhos, vendo Gustavo concordar com a cabeça, continua. — A Giovana é a esposa de Carlos; a Marcela, de Augusto; a Débora, de Leonardo e o Diogo é o marido de Natália.

— Ufa, achei que você diria que eu sou a "esposa" da Natália, brinca Diogo gesticulando como se estivesse secando o suor da testa com a mão. E ele vai até Gustavo e o cumprimenta. — Tudo bem, Gustavo?

— Tudo bem, Diogo. - Gustavo responde sorrindo timidamente.

— Vamos para a sala de Jantar? - Convida Rebeca. — Você conhecerá as crianças lá.

Rebeca começa a se dirigir com os outros quando ouve Gustavo chamá-la.

— Beca?

— Sim, Gus.

— Os filhos de Carlos sabem sobre mim?

— Vão saber agora. Por quê?

— Não seria melhor eu conhecer eles primeiro?

— Não havia pensado nisso, responde Luís.

— Você não vai ficar sozinho com meus filhos, Gustavo! - Branda Carlos.

— Não, Carlos. Eu também prefiro que você e a Giovana fiquem. É uma forma de amenizar o choque de saber que eles têm um irmão mais velho e que não conheciam.

— Não sabia que você era psicólogo, debocha Carlos.

— Quando se vive quase doze anos num orfanato, aprende-se algumas coisas. - Alfineta Gustavo e Giovana intervém.

— Carlos, concordo com o Gustavo. Chame nossos meninos, sim?

Passados alguns minutos, eles entram na sala, acompanhados pelo pai, enquanto os outros seguem até a sala de jantar. Carlos não demonstra que vai falar, então Giovana apresenta seus filhos a Gustavo.

O ÓrfãoOnde histórias criam vida. Descubra agora