Rebeca ao entrar no carro, questiona:
— Espere um pouco, Luís. A Madre Ana disse que sábado é aniversário de Gustavo?
— Sim. E...
— E temos que fazer uma festa para ele! - Rebeca fala animada.
— Beca...
— Claro! Não podemos deixar passar em branco!
— E não vamos! - Diz Luís colocando a mão na perna de Rebeca com carinho. — Não esqueça que Gustavo não quer contato com Carlos no momento. Planejo um almoço com ele. Algo tranquilo, num bom restaurante. Para depois, levar ele até a pensão. Seremos apenas nós três. O que acha?
— Eu ainda prefiro a festa, responde Rebeca contrariada. — Mas você tem razão. Não vamos deixá-lo desconfortável.
— Ótimo, Beca!
— Mas eu vou com ele durante a semana para fazer compras. Não quero meu neto andando por aí mal arrumado.
— Beca! O que eu faço com você?
— Me ame muito, meu Amor! - Diz Rebeca tocando no queixo de Luís e sorrindo apaixonada.
Rebeca não era uma mulher de meias palavras. Quando decide algo, nada a faz mudar de ideia. Ela combina com Gustavo de, na quarta-feira, pegá-lo no orfanato depois do almoço. Ela sente receio na voz de Gustavo ao confirmar. "É só um passeio, Gus! Um café, uma ida a uma livraria e outras coisinhas..."
Na hora combinada, Rebeca chega vestindo um terninho elegante. E Gustavo está, ao lado de Madre Ana, na frente do prédio do orfanado, vestindo uma calça jeans gasta, camiseta branca e um tênis colorido.
— Boa tarde, Madre Ana. Gus, meu querido! Venha me dar um abraço!
— Olá, senhora Rebeca.
— Não... Vó Beca! - Diz Rebeca e vendo contrariedade em Gustavo, completa. — Está certo... Só "Beca", então...
Rebeca e Gustavo se despendem de Madre Ana com a promessa de voltarem antes das 18 horas. Eles seguem em direção a um carro elegante, onde um homem de terno abre a porta quando chegam perto.
— Você não dirige, Beca? - Pergunta Gustavo tentando entender quem era o homem.
— Sim, mas Luís acha mais seguro que eu tenha um motorista. Então George, quando preciso, dirige para mim.
— Olá George. - Cumprimenta Gustavo lhe estendendo a mão.
— Boa tarde, Gustavo. A senhora Rebeca disse que você morará na pensão da minha irmã. Você vai gostar bastante de lá. A turma está grande e diversificada.
— Sério?! - Espanta-se Gustavo.
— Mas não se preocupe. Nos fins de semana eles quase não ficam por lá.
— E aonde vamos, se... erh... Beca?
— Vamos começar visitando uma livraria. Depois, Vamos a umas lojas de roupas, outra de tênis e calcados. E finalizamos na minha doceria preferida! E o melhor! Tudo isso dentro do shopping!
A tarde passou voando. Rebeca, para agradar o neto, compra vários livros. Era Gustavo se interessar por um livro que ela o colocava na cesta.
Compraram roupas, também. Rebeca fez questão de ajudar Gustavo a escolher cada peça: calças jeans, camisetas, camisas, jaquetas, sapatos, tênis e meias. "Não, Rebeca. Querer escolher minhas cuecas é um pouco demais, não?" Reclamou Gustavo envergonhado, tirando risos das vendedoras que os ajudavam. "Ok!", diz ela rendendo-se.
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O Órfão
Ficción GeneralGustavo é um garoto que morou no orfanato de seus cinco anos até os 18 anos. E agora descobriu que tem um pai e uma família completa. Mas adaptar-se a esta família não será tão fácil.