Capítulo 5

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Rebeca ao entrar no carro, questiona:

— Espere um pouco, Luís. A Madre Ana disse que sábado é aniversário de Gustavo?

— Sim. E...

— E temos que fazer uma festa para ele! - Rebeca fala animada.

— Beca...

— Claro! Não podemos deixar passar em branco!

— E não vamos! - Diz Luís colocando a mão na perna de Rebeca com carinho. — Não esqueça que Gustavo não quer contato com Carlos no momento. Planejo um almoço com ele. Algo tranquilo, num bom restaurante. Para depois, levar ele até a pensão. Seremos apenas nós três. O que acha?

— Eu ainda prefiro a festa, responde Rebeca contrariada. — Mas você tem razão. Não vamos deixá-lo desconfortável.

— Ótimo, Beca!

— Mas eu vou com ele durante a semana para fazer compras. Não quero meu neto andando por aí mal arrumado.

— Beca! O que eu faço com você?

— Me ame muito, meu Amor! - Diz Rebeca tocando no queixo de Luís e sorrindo apaixonada.

Rebeca não era uma mulher de meias palavras. Quando decide algo, nada a faz mudar de ideia. Ela combina com Gustavo de, na quarta-feira, pegá-lo no orfanato depois do almoço. Ela sente receio na voz de Gustavo ao confirmar. "É só um passeio, Gus! Um café, uma ida a uma livraria e outras coisinhas..."

Na hora combinada, Rebeca chega vestindo um terninho elegante. E Gustavo está, ao lado de Madre Ana, na frente do prédio do orfanado, vestindo uma calça jeans gasta, camiseta branca e um tênis colorido.

— Boa tarde, Madre Ana. Gus, meu querido! Venha me dar um abraço!

— Olá, senhora Rebeca.

— Não... Vó Beca! - Diz Rebeca e vendo contrariedade em Gustavo, completa. — Está certo... Só "Beca", então...

Rebeca e Gustavo se despendem de Madre Ana com a promessa de voltarem antes das 18 horas. Eles seguem em direção a um carro elegante, onde um homem de terno abre a porta quando chegam perto.

— Você não dirige, Beca? - Pergunta Gustavo tentando entender quem era o homem.

— Sim, mas Luís acha mais seguro que eu tenha um motorista. Então George, quando preciso, dirige para mim.

— Olá George. - Cumprimenta Gustavo lhe estendendo a mão.

— Boa tarde, Gustavo. A senhora Rebeca disse que você morará na pensão da minha irmã. Você vai gostar bastante de lá. A turma está grande e diversificada.

— Sério?! - Espanta-se Gustavo.

— Mas não se preocupe. Nos fins de semana eles quase não ficam por lá.

— E aonde vamos, se... erh... Beca?

— Vamos começar visitando uma livraria. Depois, Vamos a umas lojas de roupas, outra de tênis e calcados. E finalizamos na minha doceria preferida! E o melhor! Tudo isso dentro do shopping!

A tarde passou voando. Rebeca, para agradar o neto, compra vários livros. Era Gustavo se interessar por um livro que ela o colocava na cesta.

Compraram roupas, também. Rebeca fez questão de ajudar Gustavo a escolher cada peça: calças jeans, camisetas, camisas, jaquetas, sapatos, tênis e meias. "Não, Rebeca. Querer escolher minhas cuecas é um pouco demais, não?" Reclamou Gustavo envergonhado, tirando risos das vendedoras que os ajudavam. "Ok!", diz ela rendendo-se.

O ÓrfãoOnde histórias criam vida. Descubra agora