Na tradição da família Beneditte, todos os anos eles passam o Natal e o Ano Novo na casa de praia da família. Como ainda tinham alguns dias antes de irem, Rebeca, para tirar Gustavo de casa, pede para levá-la ao shopping. "Preciso comprar alguns presentes, Gus", explica-se. "E podemos almoçar por lá".
Quando Rebeca entra na terceira loja, Gustavo avisa que ficará sentado no banco em frente à loja.
Ele está distraído, olhando a foto que Larissa acabara de enviar, quando vê alguém parar em sua frente.
— Oi, Gus. Quanto tempo! - Isabela o cumprimenta sorrindo.
— Isabela? Oi... - Gustavo responde ao cumprimento e levanta-se com um pequeno sorriso no rosto. — Como você está?
— Melhor agora que estou te vendo. E o que você faz parado aqui? Na frente de uma loja feminina?
— Estou com minha avó. Quando você chegou até pensei que fosse ela.
— Ah, Gustavo. Eu sou bem diferente dela! - Solta Isabela arrogante, mexendo em seu cabelo.
— Sim, com certeza, rebate Gustavo sério, demonstrando que não gostou do comentário.
— A gente poderia se encontrar num barzinho, não? Depois do expediente, só nós dois, pra lembrar como era bom a gente ficar juntos...
— Não, eu estou namorando e não é correto.
— Nem se for só pra conversar?
— Não, Isabela.
— Mas você e a Larissa estão namorando, mesmo? - Indaga Isabela não querendo acreditar e Gustavo abre um grande sorriso.
— Sim, estamos juntos desde setembro.
— E como vocês fazem para namorar? Já que você não mora mais aqui? - Questiona Isabela aflita por seu plano não se concretizar.
— É um pouco complicado, revela Gustavo sem dar muitos detalhes. — Mas estamos lidando bem com a situação.
— Se eu fosse a Larissa, eu já tinha abandonado tudo e ido morar com você.
— Ainda bem que Larissa não pensa assim.
— Por quê? Qual é o problema de querer morar com o namorado?
— Só um: não se pode largar todos seus planos e sua vida por causa de alguém. Os planos dos dois precisam estar em harmonia. A Larissa tem emprego e sua faculdade para terminar aqui na cidade.
— Eu acho que o marido tem que sustentar a família.
— E eu acho que os dois devem contribuir para o crescimento da família.
— Ah, Gustavo, isso é ideia de machista. Você quer que a sua mulher seja sua escrava.
— Não, Isabela. Eu disse que os dois devem contribuir e não que a mulher precisa ser escrava. Precisa ser companheira! Com licença, vou ver se minha vó está precisando de mim, diz Gustavo saindo.
— Não, Gus. Quero, ao menos, um abraço, pede Isabela indo na direção dele.
— Não é uma boa ideia, Isabela. Gustavo se recusa dando um passo para o lado para se afastar de Isabela.
Ela, chateada, vê Gustavo entrando na loja e sumindo.
— Conseguiu tirar as fotos? - Indaga Isabela para o rapaz que parou ao seu lado.
— Se você tivesse conseguido o abraço, ficaria mais real. Mas se a Larissa for tão ciumenta quanto você fala, essa foto será suficiente, diz o rapaz mostrando a foto de Gustavo sorrindo.
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O Órfão
General FictionGustavo é um garoto que morou no orfanato de seus cinco anos até os 18 anos. E agora descobriu que tem um pai e uma família completa. Mas adaptar-se a esta família não será tão fácil.