Capítulo 18

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Luís encontra Rebeca no quarto olhando para a área da piscina, onde Carlos e Gustavo estão sentados, num aparente silêncio.

— Sabe, Luís. Eu estava pensando se não seria a hora de colocar aquele meu sonho em prática.

— Beca, querida. Você tem certeza? Na nossa idade? - Questiona Luís abraçando Rebeca por trás.

— Nunca é tarde para recomeçar, meu amor. Olhe aqueles dois no deck da piscina: pai e filho. Eles ainda não sabem, mas possuem muita coisa em comum.

— Certo, Beca. Mas eu ainda não consegui compreender aonde você quer chegar.

— Luís! Você está um pouco lerdo, hoje! - Brinca Rebeca fingindo repreende Luís virando-se para ele.

— Aquela briga na cozinha me deixou fora dos eixos, minha amada. Desculpe-me, pediu Luís tomando as mãos de Rebeca beijando-as e ela, segurando seu rosto com carinho o beija carinhosamente, como sempre fez desde o início do namoro.

— Não há o que se desculpar, querido. Estou brincando. Vou lhe explicar melhor minha ideia. Além disso, preciso de seus conhecimentos para saber se meu plano dará certo ou não.

— Que plano é este? - Questiona Luís puxando-a para se sentar na cama com ele.

— Quero fazer uma plantação de flores. De girassóis para ser mais exata. E chamar Gustavo para me auxiliar. Ontem, no jantar, ele disse que gostava de trabalhar com as flores. O que você acha da ideia?

— Terei que pensar a respeito, Beca.

— Enquanto você pensa nisso, logo será Natal. E gostaria que o Gustavo passasse algum tempo comigo na casa de praia.

— Certo. Certo. Vou liberar o Gustavo do estágio em dezembro, logo depois do fim das aulas.

— E se ele não quiser ir? - Questiona Rebeca apreensiva e Luís sorri para ela.

— Eu digo que ir à praia faz parte do estágio dele.

Carlos e Gustavo continuam sentados nas cadeiras olhando para o horizonte. Havia um silêncio pesado entre eles.

— E como vai o colégio? - Questiona Carlos olhando ansioso para Gustavo.

— Tranquilo, responde Gustavo e Carlos franze a testa. — Quero dizer, minhas notas estão boas. Estou passado em quase todas as matérias deste o terceiro bimestre e agora só preciso manter as notas.

— Parabéns, Gustavo. Eu não tinha boas notas no Ensino Médio, nem na faculdade. Mas sua mãe, sim. Ela me ajudou várias vezes com as matérias.

— Eu preciso ir, Carlos. Tenho que estudar.

— Fique mais um pouco, por favor, Gustavo. Já está quase na hora do almoço, Carlos pede e diante da indecisão de Gustavo, continua. — Depois te levo para onde você está morando.

Gustavo acaba aceitando com um gesto de cabeça.

— E tem alguma coisa programada para hoje à noite? Um barzinho com os amigos, por exemplo.

— Jantarei na casa de minha namorada.

— Namorada? Você a conheceu no orfanato?

— Não, eu a conheci no dia que sai do orfanato. Eu e o George...

— O motorista?

— Sim, nós fomos a um bar com alguns amigos e ela estava lá com suas amigas.

— Não é muito cedo para você já frequentar a casa dela? - Questiona Carlos preocupado.

— Não é muito tarde para você começar a demonstrar preocupação pela minha vida? - Questiona Gustavo rapidamente. Carlos, envergonhado, murmura um pedido de desculpas. — E, sim, também acho cedo. Mas não tive como negar.

O ÓrfãoOnde histórias criam vida. Descubra agora