Capítulo 25

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Quando Larissa ligou convidando Gustavo para o jantar na casa dos pais dela, ele percebera o quão importante era para ela. E seu coração se encheu de alegria.

Os meses de convivência e, depois, a distância o fizeram notar que sentia algo a mais pela amiga, mas tentou não ter esperança de que algo acontecesse entre eles. Fora alguns olhares, Gustavo não percebera qualquer outra intenção por parte de Larissa. Mas ele também não havia demonstrado seus sentimentos.

"Quem sabe em novembro?" Gustavo pensou em voz alta colocando o bilhete e as passagens na mochila.

Gustavo não contou à Larissa que viria de carro para a cidade. Sabia que ela não aprovaria. Assim como Luís não aprovara sua ideia de alugar um carro, sair sábado de madrugada e voltar para Holambra na madrugada de domingo, a tempo de trabalhar domingo à tarde na colheita.

Viajara a madrugada inteira, parando apenas para abastecer e pegar um café forte para se manter acordado. Suas semanas eram cansativas e a semana que passou não fora diferente.

Quando chegou na casa de seus avós, apesar de ter a chave, Gustavo tocou a campainha. Nesta hora ele sabia que só uma pessoa poderia abrir a porta: sua avó Rebeca. É surpresa para ela, pois apenas Luís sabia que o neto viria.

Ele passou o dia com sua família, conseguindo descansar um pouco à tarde, antes do jantar. Fora por isso que ele se atrasou: dormiu demais. Mas não perdera a chance de brincar com Larissa, fingindo que não iria ao jantar, mesmo estando na porta do apartamento.

Gustavo sempre achou Larissa bonita, apesar dela mesma não se achar. Porém, quando viu Larissa, seu coração bateu forte: estava mais linda que poderia se lembrar e seu corpo reagiu àquela visão.

Domingo, perto das 8 horas da manhã, Gustavo para num posto na beira da estrada para tomar café. Ainda tinha umas três horas de viagem até Holambra.

Perdido em suas lembranças, ele sorri ao entrar na cafeteria do posto. Não conseguiu sair na hora que planejou. Pudera, com Larissa em seus braços era fácil esquecer os compromissos. Ficou olhando ela dormir por um bom tempo, saindo apenas no limite da hora.

Senta-se na banqueta do balcão e faz seu pedido à atendente. Enquanto aguarda, relembra da noite, que fora perfeita e um pequeno sorriso ressurge em seu rosto. Ele tinha a esperança de conseguir beijar Larissa. Mas não estava preparado para ela o beijar. Olhando a foto deles em seu celular, o sorriso aumenta, chamando a atenção da atendente.

— Sonhando acordado, rapaz? Aposto que você está pensando na namorada, brinca a moça servindo o lanche.

— Ainda não sei se é namorada...

— E o que falta para virar namorada?

— É complicado. Certa vez ela disse que não acreditava em namoro à distância. E agora estamos separados por cinco horas de viagem, lamenta Gustavo.

— Namoro à distância não é fácil, rapaz. Mas quando os dois querem, não há nada que impeça, aconselha a atendente indo servir outro cliente.

Gustavo, ainda pensando nas palavras da atendente, pega o celular. Imaginando que Larissa ainda dormia, ele desiste de ligar e manda uma mensagem de texto: "Bom dia, Lari! Feliz aniversário! Desculpe-me por sair sem te acordar. Mas você não sai de meus pensamentos. A noite foi fantástica. Ainda não cheguei em Holambra. Ligo mais tarde. Beijos, G."

Ele bloqueia a tela do celular antes de ir na direção do caixa. Gustavo não vê, mas Larissa está acordada e visualiza a mensagem. Ela sorri abobada para a tela do celular antes de responder: "Amei todos os momentos ao seu lado, Gus. E teu cheiro não sai de mim."

O ÓrfãoOnde histórias criam vida. Descubra agora