Capítulo 19

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George combina com Gustavo de levá-lo e buscá-lo na casa de Isabela e, neste período, ficaria com uma amiga num barzinho próximo.

Gustavo chega alguns minutos antes das 20 horas. Bruna é quem atende a porta e, muito simpática, o convida para entrar.

Marcelo o recepciona na sala e oferece uma taça de vinho tinto. Mas Gustavo recusa, pois quer estar alerta para não cometer gafes. Alguns minutos se passaram até Isabela aparecer na sala secando suas mãos em um pano de prato. Explica que é a sua vez de ajudar sua mãe na preparação do jantar.

— Não se preocupe com o Gustavo, Bela. Eu faço companhia para ele, Marcelo avisa passando o braço pelos ombros do rapaz.

— Certo, pai. Gus, quer tomar um suco? Eu fiz de abacaxi e hortelã, Isabela oferece depois de saber ele recusou o vinho.

— Sim, quero o suco, responde Gustavo pegando no pulso de Isabela puxando-a delicadamente para perto dele. — Mas antes eu quero um beijo.

Isabela, ainda que envergonhada pela presença do pai, aceita o beijo do namorado.

Marcelo sorri satisfeito, vendo que a filha havia conquistando o coração de Gustavo. Quando ele poderia imaginar que aquele garoto órfão seria um dos herdeiros da Beneditte Investimentos? Uma das maiores empresas de investimento do estado. Pediria para que sua esposa ensinasse Isabela a seduzir e prender Gustavo. Uma outra oportunidade dessas não aparece duas vezes.

Gustavo, por viver no orfanato, não aprendera a reconhecer as sutilezas e as segundas intenções. Mas ele estranha a mudança de comportamento dos pais de Isabela. Com certeza George lhe ajudará a entender isso.

No início do jantar, Marcelo o questiona sobre o jantar do dia anterior.

— É verdade que você encontrou seus avós paternos? E que jantou com eles?

— Sim, eu os encontrei, Gustavo responde olhando para Isabela com uma das sobrancelhas levantadas.

— Então você sabe quem é seu pai? - Indaga Marcelo.

— E quem é ele? Será que nós o conhecemos? - Amarílis questiona empolgada.

— Não sei se vocês o conhece, dona Amarílis. Mas eu prefiro dizer só depois que tiver o nome de meu pai na minha certidão de nascimento.

— Gustavo, você pode confiar na gente. Afinal você é quase da família.

— Falaste bem, senhor Marcelo: quase! Além disso, eu pedi segredo sobre o jantar para a Isabela e isso não foi respeitado. Não vou arriscar novamente.

— Eu conheço o Augusto, Marcelo revela distraído e Isabela fica lívida.

— Como? - Gustavo o questiona, agradecendo mentalmente por não ter se engasgado com a revelação.

— Augusto Beneditte, da Beneditte Investimentos. Não era deles que estávamos falando? Ele é amigo de um primo meu.

— Pai...

— Não, senhor Marcelo. Em nenhum momento eu falei o sobrenome de meus avós. Gustavo olha para Isabela que finge interesse em seu prato. — Eu não sei de onde você ouviu essa informação, mas ela não está correta.

— Mas mudando de assunto, Gustavo. Agora que você está com a vida encaminhada, o que pensa sobre se casar? - Indaga Amarílis numa tentativa de mudar o foco.

Gustavo olha para Isabela, que demonstra surpresa.

— Mãe? Que pergunta é essa?

— Não posso perguntar? Eu e seu pai, na idade de vocês, já estávamos noivos e nos preparando para casar.

O ÓrfãoOnde histórias criam vida. Descubra agora