Cap 2 - Sold to own luck

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POV. Barbara Palvin

O barulho irritante do despertador sobre a cômoda velhinha despertou-me para minha nova realidade de vida. O meu tempo estava se esgotando e eu não vou permanecer de braços cruzados vendo as chances da Clarice evaporando no ar. Minha noite foi péssima, eu não consegui pregar o olho nem sequer por um segundo. Afastei o lençol do meu corpo, abri à porta do quarto e caminhei até o final do corredor. Entrei no banheiro, abri a torneira da pia e com as mãos em formato de concha joguei um pouco de água no rosto. Minhas orelhas revelavam a má noite que tive, minha cabeça só pensava nos 200 mil dólares que preciso conseguir em menos de 24 horas. Dr. Matias Sampaio explicou detalhadamente o quadro de saúde da minha irmãzinha. Fitei o meu reflexo no espelho chegando a conclusão que não tinha outra solução. Eu precisava me sacrificar se quisesse dar um pouco de esperança para Clarice. Eu não tenho outra escolha, ninguém quis me contratar em lojas de shopping ou como babá de crianças. Sem falar que meus amigos mais próximo não tem grana o suficiente para ajudar-me financeiramente. Quanto ao meu tio Guilherme, esse deixou evidente a sua má vontade e insensibilidade com sua sobrinha. Enxuguei meu rosto com a toalha e andei descalça até o quarto da Clarice, em breve os remédios vão esgotar e eu não tenho como repor. Minha irmã precisava urgentemente ser transferida para algum centro especializado em combate ao câncer infantil. Girei a maçaneta, encontrando minha irmã deitada na sua cama de solteiro, seus olhos azuis cravados nos meus. Me segurei para não chorar e não fraquejar na sua frente.

— Barbara. Minha cabeça está doendo muito. — a sua voz soou fraquinha. Meu coração cada vez mais ficava apertado, era visível a sua palidez no rostinho angelical. Clarice não merecia ficar presa nessa cama, deveria estar brincando com as suas bonecas ou dançando na escolinha de balé com suas amiguinhas.

— Você ficará bem, meu anjinho. — sentei na sua cama e beijei sua bochecha. Depois fiz um carinho no seu cabelo loiro, macio e liso. — Eu prometo que essa dor um dia passará e você vai voltar à ser uma criança saudável.

— Promete que você nunca desistirá de mim? — piscou os olhinhos azuis marejados, os lábios trêmulos e suas mãozinhas pequenas acariciando minhas bochechas. Ela temia à morte.

— Eu prometo que juntas vamos superar esse obstáculo. — afirmei, beijando as costas da sua mãozinha. — Não se preocupe com a grana, estou preste a consegui-la e assim seu tratamento será iniciado. — usei meus polegares para limpar suas lágrimas. — Eu quero que você seja forte como a mamãe nos ensinou a ser, independente de que qualquer circunstância que o destino nos colocar.

— E que juntas somos imbatíveis. Você encontrou um novo emprego? — questionou esperançosa, Clarice era muito inteligente, sabia que a nossa situação financeira não era nada animadora. O pouco da herança que tínhamos logo se esgotará e as despesas estava aumentando.

— Sim. Eu consegui um emprego. — menti para tranquilizá-la, não quero que ela fique ainda mais abalada. — Descanse um pouco mais, vou fazer o nosso café da manhã. — beijei a sua testa pequena, encobrindo seu corpo com o edredom rosinha. Caminhei até a porta e antes de ir embora olhei minha pequena, ela semicerrou os olhos, voltando a dormir. Voltei a andar pelo pequeno corredor, entrei novamente no meu quarto, liguei o computador velho dando dois tapas fortes até o desgraçado dar sinal de vida. Sentei na cadeira de madeira, abri o jornal que estava sobre a minha escrivaninha contendo o endereço do site de prostituição. A página que se abriu revelou o nome Bordel do Lenny, respondi todos os questionamentos necessários na inscrição. Respirei fundo, com as mãos trêmulas apertei no botão enviar.

— O que tiver que ser será. Irei salvar a vida da minha irmãzinha, nem que para isso, eu tenha que sacrificar a minha própria felicidade. — murmurei, com os olhos fixos na tela do computador.

POV. Cristiano Ronaldo

Faz exatamente três dias e duas horas que continuo hospedado nesse hotel luxuoso na cidade de Paris; participando de várias festas privadas feita especialmente para as celebridades. Entretanto neste evento nenhuma mulher havia chamado a minha atenção. Eu não procurava um relacionamento sério há mais de anos, pois não quero gastar o meu precioso tempo flertando com mulheres oportunistas e fúteis. Também não tenho vocação para ser o príncipe encantado de nenhuma garota, não sou do tipo de cara que manda flores; que fica agarradinho no cinema comendo pipoca e assistindo um melodrama; também não gosto de jantares românticos e muito menos fazer o perfil de homem apaixonado. O que quero é uma mulher disponível para satisfazer sexualmente os meus desejos e fantasias; na hora que eu bem quiser e sem cobranças de fidelidade.

— Estou indo embora. — avisei ao meu empresário Jorge Mendes, cansado de ficar fazendo poses para câmera.

— Ainda é cedo para abandonar à festa. Você precisa permanecer até o fim do evento está previsto no contrato. — retrucou, pegando à taça de champanhe na bandeja do garçom.

— Quando o GP de fórmula 1 for em Mônaco mande o convite, vou adorar levar o meu filho lá. — beberiquei um gole do champanhe, degustando o seu sabor. — Nesse salão só tem coroa, eu estou de férias e desejo conhecer pessoas mais interessante.

— E o que você esperava encontrar aqui? — Jorge questionou irritado, a voz saiu baixa para ninguém escutar nossa conversa. Estávamos sentados na mesa próxima à janela de vidro, ajeitei o blazer preto sobre minha camisa Polo branca e escutei o seu sermão. — Garçonetes despidas no salão do evento?

— Seria uma ideia maravilhosa, pena que o dono do evento não soube organizar à festa. — resmunguei impaciente. — Eu não aguento mais escutar essa orquestra no meu ouvido há mais de três horas. Os meus tímpanos não aguentam mais essa música clássica.

— Aconselho a não se envolver com esse tipo de esquema. Se deseja comprar os serviços de uma prostituta faça às escondidas e com o seu nome mantido em sigilo. — orientou, Jorge sempre me aconselhava na minha carreira profissional. — A sua carreira ficará manchada caso algum escândalo vazar na mídia.

— Não precisa se preocupar, não vou fazer nada de imprudente que prejudique a minha carreira futebolística. — levantei da cadeira e fitei seus olhos negros. — Com licença! Eu vou dá uma circulada pelo salão.

Enquanto caminhava entre os convidados fiquei pensando: se Jorge soubesse que pretendo comprar uma prostituta por 6 meses, sem dúvida, ele me mataria com um tiro no peito ou me prenderia no hospício. Depois de despistar o meu empresário, sai do evento pela porta dos fundos sem chamar atenção dos fotógrafos, fitei as horas no meu relógio de pulso percebendo que o leilão das prostitutas começará em alguns minutos. Entrei no elevador de serviço mandando uma mensagem rápida para meu motorista me esperar na porta dos fundos. Não demorou muito para chegar no hall de entrada, as portas se abriram, caminhei em direção à minha limusine alugada, pois nenhum dos meus carros esportivos estava em Paris.

— Senhor. Qual será o nosso destino? — meu motorista particular abriu à porta detrás.

— Bordel do Lenny. Seja rápido e discreto. — ordenei ríspido.

Meia hora depois...

Segui por uma passagem secreta feita estrategicamente para os clientes mais VIPs do Bordel não serem reconhecidos. A prostituta comprada apenas conhecerá a fisionomia do seu dono quando o mesmo for buscá-la no quarto. Mas antes a garota deverá assinar o contrato sigiloso que proibi a prostituta de revelar o nome do seu cliente. Eu sempre compro os serviços da Angelina Jolie, uma profissional maravilhosa, experiente e gostosa.

— Senhor Aveiro. Hoje temos novidades. — Lenny disse animado, ao me ver adentrar à sala.

— Maravilha! — exclamei, fingindo interesse nas suas novidades, mas já tenho em mente a minha escolhida. — Hoje quero a Angelina Jolie. Ela está livre?

— Infelizmente à jovem foi vendida. — suspirou, fitando o meus olhos castanhos. Merda! Quem foi o filho da mãe que comprou a minha prostituta?

— Quem comprou minha puta? — questionei, frustrado.

— Lewis Hamilton. — revelou no murmúrio baixo. Filho da mãe! Eu ainda vou quebrar o seu carro de fórmula 1.— Senhor, não fique estressado. Nós temos novas prostitutas para serem degustadas pelo melhor jogador do mundo. Tenho certeza que haverá alguma mulher nesse Bordel que agradará o senhor. — insistiu para ficar no leilão.

— Já que estou aqui. Não pretendo perder à viagem. — andei até o grande salão, procurei um lugar para me sentar e escolhi ficar na mesa dos fundos.

Na hora que as prostitutas subirem no palco a forte luz ficará sobre elas dando destaques as curvas dos seus corpos. Meus olhos varreram o local vendo os velhos conversando aleatoriamente, eram milionários em busca de uma prostituta gostosa para foder. Sorri com meu próprio pensamento maldoso, esses coroas pelancudos não servem pra nada. Que merda estão fazendo aqui? Tentando suicídio? Talvez estejam a procura da morte, as luzes se apagaram para que as garotas não nos vissem aqui. Os velhos observavam as meninas desfilando seminuas no palco, a empolgação era tanto que não seria nenhuma surpresa se um deles acabasse tendo um infarte. Meu bom humor se desfez ao reconhecer o baixinho sentado na mesa da frente fitando o celular. Conheci de longe o dono desse cabelo loiro aguado e dessa barba loira pintada com o resto da tinta que sobrou do pacote. O que esse filho da puta veio fazer aqui? Além de tentar roubar minhas bolas de ouro, Messi resolvera roubar as minhas prostitutas?

POV. Barbara Palvin

A Isabelle cuidará da Clarice, enquanto estarei no Bordel para ser comprada por um desconhecido viciado em sexo.

— Cuida bem dela, por favor! — pedi, segurando a sua mão.

— Ainda há tempo de você voltar atrás e desistir dessa proposta insana. — disse angustiada. — Você pode ser estuprada por um velho asqueroso.

— É o risco que vou correr para ajudar a Clarice. — falei convicta na minha decisão, não voltaria atrás. — Eu daria a minha própria vida para salvar a minha irmã.

— Você deveria ter matado o seu tio e roubado a grana do velho. — disse brincalhona. — Eu vou cuidar da pequena, mas tome cuidado com os velhos nojentos.

— Obrigada! — abracei-a com carinho. — Já expliquei a Clarice que ficarei 6 meses longe dela por causa do meu novo trabalho. E assim ela sabe que não vou poder visitá-la todos os dias.

— Vou encontrar um jeito de você acompanhar o tratamento de sua irmã de perto. — Isabelle disse pensativa trajada no vestidinho florido. — Depois que você receber a grana, podemos transferir a Clarice para o país que você provavelmente vai morar por 6 meses.

— 20% do valor que vou receber hoje a noite com a venda da minha virgindade ficará com o dono do Bordel e o que sobrar será depositado na minha conta. Você terá acesso a ela para pagar as despesas da minha irmã. — expliquei o esquema.

— Qual o preço da sua virgindade? — indagou desgostosa, sentando na minha cama.

— Eu pedi no máximo 400 mil dólares. O tratamento inicial da Clarice custará 200 mil dólares. — fitei meu rosto no espelho sem nenhuma maquiagem. — Assim que o dinheiro cair na minha conta, será transferido um pouco para a conta da Clarice.

— Continuo achando essa ideia muito precipitada. Você deveria pensar em outra alternativa, mas se algum velho babaca tentar lhe agredir durante a transa. — Isa abriu sua mochila surrada, retirando de dentro um objeto que me fez ri. — Jogue esse spray de pimenta no olho dele e volte correndo para casa.

— Só você mesma para me fazer ri no momento crucial como esse. — gargalhei.

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