54- Ransom

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Pov. Cristiano Ronaldo

Meus olhos se abrem vagarosamente e vejo a Lúcia me fitando com raiva com uma vassoura nas mãos, olho ao meu redor percebendo que estou deitado na grama do seu jardim e dois litros de tequila vazio está ao meu lado.  Merda! Como eu vim parar aqui?

__ Bom dia? Boa tarde? Que horas são? - Pisco confuso.

__ Hora de você tomar vergonha na cara, menino. - Resmunga impaciente.

__ Estou com dor de cabeça. Poderemos falar mais tarde? - Interpelo perdido, a cabeça latejando de dor.

__ Entre. Vou fazer um café forte e tentar te manter em pé. - Diz rude, me ajudando a se levantar.

__ Eu vou ficar bem. - Digo sério caminhando devagar até a sala.

__ Você está fedendo a álcool e cigarro. O que houve? - Indaga preocupada me entregando um copo de água, me sento na cadeira e apoio os cotovelos na mesa de madeira.

__ Minha mãe acha que estou depressivo. - Digo entediado.

__ Eu vou ser bem direta contigo. - Ela se senta na cadeira de madeira e me fita seriamente. __ Você está sofrendo pela sua esposa, por amá-la demais, mas está prejudicando a sua saúde, a relação com o seu filho e o pior está deixando a felicidade fugir das suas mãos. Suas escolhas estão sendo as piores que você já escolheu na sua vida. 

__ Seu conselho sábio não vai tirar essa solidão do meu peito. - Digo sério.

__ Eu vou ser bem sincera contigo ou melhor eu tenho algo muito importante a lhe entregar que poderá mudar o rumo da sua vida, você só precisa seguir o seu coração. - Diz séria. 

__ A senhora está muito enigmática. - Digo pensativo.

__ Te explico tudo, mas antes pelo amor de Deus vá tomar um banho e retire essa barba. - Retruca furiosa.

Resmungo um palavrão e a sigo pelo corredor, entro no quarto provavelmente do seu filho e vou direto para o banho. Retiro minha roupa deixando a água correr pelo meu corpo, passo shampoo no meu cabelo recordando que hoje a Barbara estaria com 8 meses e três semanas de gravidez. Fito minha tatuagem no pulso desenhando com meus dedos o contorno das duas palavras pelas quais nunca esqueço: Mon Petit.

Respiro fundo limpando as lágrimas, desligo o chuveiro, pegando o barbeador para retirar minha barba que demorou alguns minutos para ser retirada por completo. Enrolo a toalha no quadril e volto a cozinha, Lúcia coloca uma xícara de café a minha frente e um pão com mussarela pra me comer, acabo aceitando, pois, estou faminto.

__ Se você quiser posso cortar seu cabelo. - Diz sugestiva.

__ Pode ser. - Dou de ombros.

           [...]

Lúcia realmente cortou o meu cabelo e ficou muito bom, fisicamente estou parecido com o Ronaldo de antes, só falta consertar as feridas do meu coração.

__ Roupas limpas pra você vestir. Um homem desconhecido me pediu para lhe entregar esse envelope. - Diz calmo entregando minhas roupas, a casa dela fica dentro da minha propriedade.

Visto minha regata vermelha e um short jeans branco, em seguida recebo das suas mãos o envolpe pardo com a assinatura do John.

__ Com licença! - Lu se retira da cozinha me deixando sozinho.

Abro o envolpe e começo a ler a carta do meu velho amigo.

Para: Cristiano
Do seu eterno amigo: John

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