Cap 20 - Loneliness

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     POV. Cristiano Ronaldo

Aquela maldita foto da Barbara me traindo com outro homem permanecia fresca na minha mente. A raiva que sentia por ter sido enganado me fazia aumentar a velocidade do carro. Ela estava tendo um caso com aquele médico insolente. Por isso eles conversaram na festa do Marcelo, eu fui um palhaço nessa relação acreditando na sua carinha de inocente. Ela se fazia de boa samaritana para me prender no seu charme. Agora estou pensando em mil formas de assassinar aquele médico por ter usufruído de Mon Petit. O que se torna mais ridículo, eu querer  meter bala nesse imbecil por causa daquela vadia. Mas a mente me traía e eu ficava imaginando aquele embuste beijando os seus lábios macios, sentindo o cheiro da sua pele e possuindo-a. Eu paguei muito caro por aquela mulher pra que? Pra vê-la abrindo as pernas a outro macho?

— Desacelera esse carro, Cristiano! — Nathália segurou no meu braço, parecia desesperada quando ultrapassei o sinal de trânsito.

— Cala-te a boca! — aumentei a velocidade deixando muitos veículos para atrás. Ao virar à esquerda tive que frear o carro bruscamente, pois quase atropelei um pedestre.

— Você está tentando nos matar?!— ela reclamou enfurecida.

— Eu estou tentando matar essa raiva de dentro do meu peito. — voltei a dirigir, mantenho os olhos fixos na pista.

— Vamos para o meu apartamento! Eu sinto que você precisa desabafar um pouco e tirar certa vadia da mente. — ela acariciou o meu braço e me fitou maliciosamente.

— Pelo menos você sempre esteve do meu lado. — acariciei a sua mão, retribuindo o seu sorriso estonteante.

           ****

Deixei o carro em frente ao seu prédio, abrindo a porta da Ferrari e seguindo a Natália em silêncio até o elevador. A minha mente ainda fervilhava de raiva, precisava de muitas doses de whisky nas veias. 

Ao chegarmos no seu andar, ela abriu à porta e eu segui até à sala. Os meus pensamentos estavam literalmente confusos e eu não sei mais o que fazer em relação a essa angústia que sentia no peito?

— Vamos para o quarto. —Natália levou-me até o seu quartinho. — Deita!

Retirei os tênis me deitando na sua cama e trazendo-a para o meu colo.

— Eu sou um idiota. — suspirei pesadamente.

— Você apenas escolheu a mulher errada para dar atenção. — ele fez um cafuné no meu cabelo.

— Talvez tenha sido um erro comprar aquela prostituta virgem. — confessei, fitando seu rosto. — Eu achei que com a Barbara fosse diferente, cheguei acreditar que pudesse confiar naqueles olhos azuis.

— Prostitutas são manipuladoras, ela se aproveitou da sua bondade e resolveu tirar aproveito da sua generosidade. Barbara usou dos seus sentimentos, ela ama apenas o seu dinheiro. — Nathália disse confiante tentando abrir os meus olhos. — Você ficou enfeitiçado por essa garota, que fingiu ser meiga, obediente e pura. Quando na verdade as suas intenções era te manipular, ela não passava de uma puta interesseira.

— Quem enviou aquela foto? — indaguei irritado, as fotos chegaram pelo correio e não tinha remetente.

— Esqueça esse detalhe, o importante é que a máscara daquela garota caiu. — Nathália beijou o meu pescoço. — Ela te usou como professor para depois ser a acompanhante de luxo perfeita dos velhos milionários.

— Eu curtia muito ficar com ela. — suspirei frustrado, ela se levantou da cama para buscar o copo de whisky.

— Você foi muito agressivo comigo, quase me matou afogada por causa daquela prostituta. — disse magoada.

— Tive os meus motivos. — sentei na cama fitando o seu novo visual. Ela fez mechas loiras no cabelo que antes era vermelho. Por quê?

— Você gostou do meu novo visual? — indagou curiosa. — Até estou pensando em colocar lentes azuis.

— Quê? — franzi o cenho, ela queria ser a cópia da Barbara. Essa mulher é doida?

— Eu estou precisando de algo mais quente. — bebi todo o líquido do copo.

— Que tal fazermos sexo anal? — propôs. 

— Só quero que você me faça esquecê-la. — acariciei sua bochecha, depositando um beijo no seu pescoço.

— Hoje você se lembrar apenas de mim. — Nathália sentou em cima do meu quadril, retirou a minha camisa e mordiscou o bico do meu peito.

— Sem calcinha. — passei a mão na sua bunda. 

— Quero ser a sua puta. Peça o que você quiser? — respondeu maliciosa, lambendo o meu peitoral.

— Quero você mamando no meu pau. — ordenei sério, ela abaixou a minha calça e acariciou o meu membro por cima da cueca.

— Você não se arrependerá de nada. — ela beijou minha coxa musculosa, tentando me deixar excitado. Apertei o seu seio tentando focar nesse momento, mas eu não consegui pensar na Nathália pronta para me saciar sexualmente. Eu não a desejava mais e isso não iria aliviar a raiva que ainda me consumia por dentro.

— Eu não posso. — afastei suas mãos da minha boxer e vesti de volta a calça.

— Eu não estou no clima, minha mente só lembra da Mon Petit. — falei sincero não querendo usar o seu corpo.

— O quê? — ela ficou incrédula.

— Eu sinto muito, mas eu não consigo. — enfiei as mãos dentro do meu cabelo.

— Você não pode pensar naquela golpista, essa mulher está te manipulando. — esbravejou raivosa.

— Desculpa! Mas não dá para forçar, eu não estou no clima para sexo. — vesti a roupa de volta querendo sair do seu quarto.

— Esqueça a Barbara! Ela não te ama, tudo não passava de insinuação. — Nathália segurou no meu braço. — Eu posso te deixar duro.

— Eu perdi totalmente a vontade, tô indo embora. — calcei os tênis, segui reto pelo corredor buscando a saída.

— Pelo menos durma hoje aqui comigo e amanhã você expulsa a vadia da sua mansão. — suplicou.

— Não dá, amanhã cedo tenho treino. — desci à escada com pressa, sua voz era enjoativa.

— Posso te levo no CT do Real Madrid. — sugeriu.

— Não precisa, irei sozinho. — abri a porta e sair sem se despedir dela.

Hora depois....

Joguei a chave do carro no centrinho da sala, deitei no sofá escutando apenas o silêncio no ambiente. Ainda não sei se mando a Barbara ir embora da minha vida ou se permito que ela consiga terminar os 4 meses que restam. Fitei o teto fixamente e escutei os passos vindo na direção da escada. O meu rosto virou de lado e ela estava vindo na minha direção. Seu vestido branco era soltinho no corpo e o cabelo loiro solto. 

— Nós precisamos conversar. — ela disse baixinho, parando de frente ao meu sofá. 

— Eu não quero escutar a sua voz. — respondi ríspido, levantando do sofá e caminhando em direção à cozinha. Abri a porta da geladeira pegando uma cerveja bem geladinha e abrindo-a.

— Eu tenho as respostas. — ela havia me seguido, bebi o líquido da lata e fitei os seus olhos azuis inchados. Ela havia chorado quando sair de casa por culpa ou raiva? 

— Eu não aconselho me irritar mais do que já estou irritado. Posso te machucar, Barbara. — adverti pondo a lata sobre à mesa. 

— E essa marca de batom na camisa. — ela insistia em falar comigo. — Você transou com a Nathália?

— Sim. — falei grosso, embora fosse mentira.

— Por que transou justamente com aquela vadia? Tinha tantas mulheres para você me trair e você se deitou na cama daquela cobra. — disse irritada, nos seus olhos continham uma mágoa, pela qual não estou afim de decifrar.

— Eu não te devo satisfação da minha vida, você nunca vai ser importante para mim. — falei ríspido, pondo um fim nessa conversa. — Eu não te quero mais aqui na minha mansão.

— Temos um contrato ainda aberto, você não pode me devolver como se eu fosse um objeto. — rebateu chorona, parecia estar triste. Mas tudo não passava de uma encenação com o intuito de me manipular. — Eu não quero voltar para aquele lugar horroroso.

O contrato deixava claro que em caso de traição, o dono poderá desistir da prostituta infiel. Sendo assim ela voltaria para a boate e seria leiloada novamente. Obviamente, também teria que devolver todo o dinheiro dado no contrato.

— Você quebrou as regras. Mas não se preocupe, prostitutas sempre conseguem um novo cliente, não é mesmo? — sorri sarcástico, cruzando os braços na altura do peito. — Eu te ensinei o bastante para saciar qualquer homem na cama.

— Por favor, não me devolva! — suplicou, segurando minha camisa com força, o medo nítido no seu olhar. — Deixe-me ficar contigo. Eu não te trair e posso lhe explicar o que realmente aconteceu. Eu juro que só fui visitar a minha...

— PAROU COM ESSA CENA RIDÍCULA DE MOÇA INDEFESA? EU NÃO QUERO ESCUTAR MAIS NADA, NÃO QUERO OLHAR NA TUA CARA. — bati a mão com força na mesa deixando-a assustada. — EU SÓ QUERO TE ESQUECER, CARALHO!!

— Você tirou a minha virgindade, eu não posso ser leiloada novamente. — disse irritada, sem conter as lágrimas. — Você sempre será o meu primeiro, não há como voltar atrás, eu era virgem antes de ser comprada.

— O Lenny te venderá novamente, haverá vários coroas para contratar os seus serviços prestados no sexo. — respondi impassível.

— Eu não quero ter outro dono, eu desejo você. — Barbara abraçou-me pela cintura. — Não me devolva ao Lenny. Eu nunca te trair, entreguei-me somente a ti.

— Amanhã você estará de volta á França. — retirei-a de perto de mim, sentindo ainda a decepção golpeando o meu peito.

— Não, Cris....

— Saía da minha frente! — ordenei ríspido, foi uma péssima ideia regressar para cá.

Assim que me livrei dela sai apressado da cozinha ouvindo os seus soluços. Subi à escada indo em direção á minha suíte, assim que abri a porta do meu quarto fui direto para o banheiro. Apoiei as mãos na pia e encarei o meu reflexo no espelho. Pela primeira vez lágrimas escorregavam pelas minhas bochechas. Eu chorava por causa de uma vagabunda e uma parte de me não queria mandá-la embora, mas era preciso. Eu não conseguia perdoar a sua traição.

Todas as mulheres são mentirosas e manipuladoras e das suas bocas saem promessas em vão. Preciso matá-la de dentro do meu peito e arrancar essa angústia do coração. Eu vou conseguir esquecê-la.

Voltei ao quarto, retirei minhas roupas deitando despido na cama. Não demorou muito para o meu sono aparecer e esquecer temporariamente a minha aflição. 

   * * *

O barulho do meu celular acordou-me de madrugada, estiquei o braço tentando acender a luz do abajur. Alcancei o celular no criado-mudo e fitei a foto da Nathália no visor da tela.

— Me acordar às 3 da madrugada é foda. — resmunguei, desligando o celular.

Olhei para o lado não encontrando a Barbara na cama. Ela não seria louca de ir embora durante à noite sem destino certo, seria? 

Vesti o short fino saindo do quarto para procurar o seu paradeiro. Andei pelo corredor vasculhando cada cômodo até encontrá-la na cozinha deitada agarrada aos seus joelhos. Não havia nenhum cobertor para protegê-la do frio. Por que ela não foi dormir no quarto de hóspede? Peguei-a no colo colocando nos meus braços, a sua cabeça apoiada em meu peito e inconscientemente ela abraçou o meu pescoço com o seu braço direito. Subi à escada devagarinho até chegar no meu quarto, a porta estava aberta. Coloquei a barba sobre o colchão macio, peguei o iPhone desbloqueando a tela para tirar uma foto dela. Em seguida encobri seu corpo com o edredom azul, afastei uma mecha do seu rosto e acariciei a sua bochecha levemente. Mas logo depois afastei-me dela reprimindo a vontade que sentia de protegê-la.

— Ela não merece o meu carinho. — sussurrei, observando a mulher deitada na minha cama.
— O que faço com você, Barbara Palvin?!

Deitei-me de barriga para cima, deixando os braços atrás da minha cabeça. O seu perfume roubava a minha paz e tirava o meu sono. E de repente os seus braços abraçaram a minha cintura e a sua cabeça ficou apoiada no meu peitoral.

— Se afaste de mim! — falei
irritado, não querendo ficar tão próximo. Era medo de cair em tentação, mas a Barbara não estava acordada. Então, acariciei o seu braço e beijei o seu cabelo loiro.

— Amanhã você sairá da minha vida, Mon Petit e nunca mais estará em meus braços outra vez.— suspirei pesadamente.

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