Cap 22 - Torture

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POV. Cristiano Ronaldo

Sinto a minha cabeça dolorida ao ser acordado brutalmente com um balde de água gelada sendo jogada no meu corpo. Os meus olhos piscaram buscando se acostumar com a claridade da luz, Messi me encarava com um sorriso irônico nos lábios.

- Acorda, vagabundo! Chegou a hora de brincar. - disse sarcástico, segurando um chicote nas mãos.

Ao seu lado dois capangas apontavam suas pistolas na minha direção. Parece que esse desgraçado estava planejando o momento certo para me sequestrar e eliminar a minha vida. Essa rivalidade era um tanto doentia, ele sempre desejava a minha infelicidade. Os meus braços estavam para trás amarrados pela corda grossa. A sede e a fome era inevitável, o meu corpo ficou trêmulo por causa da água fria.

- O que você quer de mim? - indaguei irritado, incomodando com a luz forte nos meus olhos. Nós estávamos no meio do mato, a luz solar irritando os meus olhos.

- Você roubou algo que me pertencia. - disse enfurecido se referindo a compra da Barbara.

- Eu não roubei nada, apenas fui mais esperto e rápido. - sorri de canto.

- Aquela vadia será minha refeição do dia. - sorriu maléfico, observando a minha reação.

- Você não vai encostar um dedo nela, a Barbara não se encontra mais em Madri. - menti, embora ainda não soubesse do seu paradeiro, me preocupava com a sua segurança. Eu sei que ficou uma conversa pendente com ela, sou meio explosivo e não deixei-a falar. Mas se eu sair vivo daqui, vou atrás de Mon Petit.

- Tenho meios para encontrar aquela vadia. - disse enigmático, se esse cara colocar as mãos na Barbara, eu juro que mato esse verme. Ele não costuma ser bondoso com as garotas de programas que caem na sua cama. - Sabe aquela surra que você me deu no beco?

- A que te fiz comer lixo. - sorri debochado e ele fechou as mãos em punho.

- O seu erro foi não ter terminado o seu trabalho. E hoje eu vou descontar toda a raiva que sinto de ti. - seus olhos faiscavam de ódio e sem nenhuma piedade desferiu três socos no meu rosto. Ignorei a dor por alguns segundos, voltando a fitá-lo.

- Se você quiser me matar terá que fazer melhor. - sorri cínico, ignorando o sangue saindo dos meus lábios. - VOCÊ NUNCA CONSEGUIRÁ SE LIVRAR DE MIM. EU VOLTO DO INFERNO SÓ PARA INFERNIZAR A SUA VIDA.

- É impossível você sair com vida daqui. - afirmou convicto.
- Você não sabe o quanto busco vingança. Depois da sua morte, a Espanha será minha e aquela prostituta a minha escrava sexual.

- VOCÊ NÃO VAI CHEGAR PERTO DA BARBARA. - vociferou raivoso, Messi gargalhou alto.

- Pelo visto a garota é preciosa para o camisa 7 e eu vou adorar usá-la. - sorriu maléfico, voltando a esmurrar o meu rosto. O sangue descendo pelo meu nariz e manchando minha pele. Os seus capangas me soltaram, tentei apoiar-me no tronco da árvore, mas eles acertaram vários chutes em meu abdômen e eu fui cambaleando para trás. Messi sentou na sua cadeira próxima a tenda, bebericou sua bebida assistindo de camarote seus homens me batendo. Um dos caras me segurava por trás, enquanto o outro desferia vários socos na minha face. Eu nem conseguia abrir meus olhos, muito menos ficar de pé. Apoiei as costas novamente no tronco da árvore cuspindo sangue pela boca, eu não tive forças para revidar. A dor física fazia o meu corpo ficar todo dolorido.

- Amarre-o. Ele ficará 2 dias sem comer e sem beber, vamos torturá-lo até ele pedi para matar.
- Messi segurou no meu queixo, enquanto as cordas me prendia na árvore. - Espero te encontrar vivo quando voltar aqui.

Se pelo menos eu tivesse meu celular talvez conseguisse me comunicar com algum dos meus seguranças, fechei os olhos na tentativa de descansar e não pensar na minha dor física.

Flashback on

Seus pequenos braços se estenderam na minha direção, Júnior apertava a minha bochecha e me fitava fixamente com seus olhos curiosos sobre mim.

- Papá! Quando o senhor vai me levar para morar contigo em Madri? - indagou curioso.

- Eu preciso terminar as reformas em casa, para depois te buscar. - falei calmo, acariciando seu cabelo liso e ele suspirou frustrado.

- Eu tenho tudo que um criança gostaria de ter, mas sinto falta da sua presença na minha vida. É injusto o senhor não cuidar de mim, eu nem sequer conheço a minha mãezinha. - os seus olhos se encheram de lágrimas, meu filho estava sofrendo, mas eu não podia trazê-lo para Madri com a Barbara na minha casa.

- Será por pouco tempo, eu prometo. - suspirei, limpando suas lágrimas com meu polegar.
- Agora que tal você me mostrar a sua evolução no futebol?

- Sim, papai. Hoje eu aprendi a fazer gols de falta. - sorriu de canto, voltando a interagir comigo.

Meu pequeno saiu correndo pela em direção a grama sintética, o vejo se posicionando da mesma maneira que faço na hora de cobrar uma falta. Ele deu cinco passos para trás, olhou fixamente para a rede e chutou forte para o gol.

- Uau! Bela jogada. - bati palmas, depois roubei a bola dos seus pés e sai driblando. - Lembre-se que não adianta ter talento se não tem disciplina, treine bastante e um dia será um campeão.

- Pai...por que a Barbara não pode ser a minha mãezinha? - Júnior segurou o meu braço, olhando-me fixamente. - Ela é a sua namorada, não é?

- Eu não sei se a Barbara é a mulher certa para ocupar um espaço especial no seu coração. Eu não posso deixar uma desconhecida brincar com os seus sentimentos e não sabemos se ela teria um afeto por ti. - baguncei os fios dos seus cabelos, não querendo tocar neste assunto.

- Mas ela te ama e se vocês se casassem nós seríamos uma família. Aí eu vou ter um pai e uma mãe. - Júnior torceu as mãozinhas, sorrindo em expectativa.

- É complicado, filho! - cocei o queixo sem saber explicar a minha relação com a Barbara.

- O senhor complica tudo. Eu te odeio. - Júnior saiu correndo do campo, passei a mão no rosto ficando preocupado com meu filho.

- Merda! Eu não posso falhar com ele. - sussurrei baixinho.

Flashback off

Se eu sair com vida desse cativeiro prometo buscá-lo em Portugal e ser um pai mais presente. Eu tenho falhado com meu pequeno e não tenho sido um bom pai. Agora sinto medo de nunca mais revê-lo, de nunca mais senti o seu cheiro e escutar sua gargalhada. Outras memórias veio átona, a minha mente dessa vez buscou a Barbara. Ela era o meu alívio e o meu tormento.

Flashback on

Cheguei em casa um pouco cansado do treino, deixei a mochila no sofá da sala e segui em direção à cozinha. Sorri de canto encontrando Mon Petit fazendo brigadeiro. Ela estava distraída com o cabelo amarrado no coque frouxo, os pés descalços e um vestindo azul com um decote em V atrás das costas. Ela desligou o fogão, pegou uma colher e assoprou o chocolate antes de experimentá-lo. Abraçei-a por trás, passando o nariz no seu pescoço e sussurrando baixinho na sua orelha:

- Em outra vida você deve ter sido uma formiguinha, nunca conheci uma mulher viciada em doce como você.

- Amo chocolates. Você deveria chegar todos os dias em casa com duas barras de chocolate. - disse meiga me fazendo rir.

- Eu não faria isso. - virei-a de frente e coloquei-a sentada na mesa ficando no meio das suas pernas. - Você está suja aqui.

- Ah? - franziu o cenho, retirei a colher da sua boca, colocando na panela e fitando os seus lábios com uma marca de chocolate.

- Sua boca é atraente. - encostei os meus lábios nos dela. Barbara segurou fortemente nos meus braços mantendo os seus olhos azuis fixos em meu rosto.

- Vai beijar-me? - interpelou ansiosa, suas mãos acariciando meu peito.

- Provavelmente não. - balancei a cabeça negativamente, mantendo meus olhos fixos na sua boca bem desenhada. - Mas posso tocar nos seus lábios.

Contornei o formato da sua boca com a minha língua limpando o rastro de chocolate dos seus lábios macios. A sua respiração ficou desregular, deixei uma mordidinha no seu lábio inferior e afastei-me do seu corpo.

- Isso está ficando perigoso. - suspirou fundo. - Por que não me beija?

- Eu preciso descobrir o que sinto por ti antes de dar mais um passo... - acariciei sua bochecha.

Flashback off

E por mais que eu não quisesse admitir, além de desejo, também sentia um sentimento diferente pela Barbara. Com as outras garotas sempre foi sexo, mas ela conseguia roubar um sorriso bobo dos meus lábios. Todas essas sensações eram novas para mim, nunca havia ficado tão independente por uma mulher a ponto de não saber como agir? Eu sinto que há muitas coisas para aprender com a Barbara, sinto que preciso conhecer a sua história. Confesso que talvez tenha feito julgamentos por ela ter vindo do Bordel, o ciúmes me cegou de um jeito louco. Por que eu não escutei a sua versão?

Messi não queria a Barbara por achá-la linda, na verdade ele queria revanche por eu ter tido um caso com sua atual mulher. Mas eu nunca tinha ficado com a Antonella depois que a mesma se casou com o Messi. O seu ódio deveria ser aplicado somente a minha pessoa, a Barbara não tem nada a ver com essa rivalidade. Eu preciso ajudá-la a fugir do Messi, embora eu não saiba ainda como sair vivo daqui. Tenho a esperança de que conseguirei reunir as minhas forças e fugir daqui antes que Mon Petit seja sequestrada. Ele percebeu que me importo com o bem estar dela e agora transformará esse jogo numa caçada sangrenta.

POV.Barbara Palvin

Hoje fazia existem dois dias que conseguir fugir da mansão do Cristiano e o mesmo ainda não havia me procurado. Não que eu quisesse voltar para lá, mas sinto raiva quando penso nele. Eu estou bastante confusa, havia nutrido sentimentos e agora lutava para superar e não voltar atrás. Sai do quarto trajada no jeans azul de cintura alta e um cropped vermelho.

- Você está linda. - Jacob sorriu abertamente me cumprimentando com dois beijinhos no rosto.

- Você também está perfeito. - fitei sua vestimenta, ele estava de jeans preto, camisa cinza e uma jaqueta marrom.

- Pronta para mais um passeio que te fará esquecer dos seus problemas? - indagou animado, guiando-me para fora da sala.

- Sim. - sorri fraco.

***

Jacob sentou-se na areia da praia, ficamos fitando o mar e saboreando o sorvete. O pôr do sol era incrivelmente lindo e eu não via a hora de trazer a Clarice aqui. O médico garantiu-me que ela estava respondendo bem ao tratamento e que tem estado mais bem disposta com as minhas visitas no hospital. Embora meu ânimo não fosse nada bom, na frente da minha irmãzinha deixava a tristeza de lado dando apoio, amor e carinho.

- Eu queria ter uma nova chance contigo. - Jacob tirou-me dos devaneios.

- É complicado. - observei as ondas se quebrando no mar, enquanto colocava os meus pensamentos conflituosos em ordens. Eu estou completamente apaixonada pelo Cristiano e mesmo distante ainda não esqueci a nossa breve história. Se ele tivesse me procurando para resolver o nosso mal entendido, talvez eu perdoasse a sua grosseira. Mas nesse momento eu devo reconhecer que o Jacob está sendo um excelente companheiro, um amigo atencioso comigo.

- Aceita! - suplicou.

- Eu vou dar outra chance para nós. - sussurrei baixinho, Jacob aproximou o seu rosto do meu e me beijou intensamente.

O seu beijo era lento, ele inclinou o meu corpo deixando-me deitada na areia e ficando sobre mim. As nossas línguas se entrelaçaram no ritmo calmo. Eu ansiava por um amor verdadeiro e o Jacob consiga ser o melhor para mim. As suas mãos adentra dentro do meu cabelo aprofundando o nosso beijo e quando o ar nos torna necessário afastamos as nossas bocas.

- Sentir saudade do seu beijo. - arfou, acariciando minha bochecha.

- Também sentir a sua falta. - falei meia verdade, me aconcheguei nos braços do Jacob pensando se foi uma boa ideia reatar uma história do passado. Mas eu estava carente, sentindo-me sozinha e abandonada. Talvez estivesse usando apenas os seus sentimentos, me sentia um lixo. Quando o Jacob fez menção de deixar a sua mão dentro da minha calça afastei o seu corpo para longe do meu.

- Por que não posso? - indagou confuso.

- Não estou no clima, a minha mente vaga para outros lugares.
- suspirei.

- Você ainda é virgem? - interpelou incrédulo.

- Não, e se fosse teria algum problema? - questionei séria, ninguém vai me forçar a fazer o que não desejo e nesse momento não achava certo transar com o Jacob. Ele me machucou no passado, preciso ir com calma para não era novamente.

- Nos conhecemos desde a adolescência, não tem o porquê de ficarmos esperando por mais tempo. - disse meio irritado.

- Você só está comigo para me levar pra cama? - fiquei irada, me levantando do chão. - Pensei que gostasse de mim.

- Desculpa....sei que estou agindo feito um idiota. Gosto de você. - ele segurou a minha mão direita. - Eu prometo que dessa vez vou esperar o momento certo para acontecer a nossa primeira vez.

- Ok! Só me leva para casa. - pedi.

***

Abri a porta do apartamento e encontrei a Isabelle assistindo o noticiário na TV. Quase tive um colapso nervoso, meus olhos ficaram esbugalhados e o meu coração aflito. O repórter anunciava aquilo que não desejava escutar:

"A perícia está analisando o caso Cristiano Ronaldo, talvez o seu corpo tenha sido carbonizado com a explosão do seu Porsche que fora encontrado a alguns quilômetros perto da clínica para crianças com câncer infantil. Mas também não podemos descartar a chance dele estar vivo, pois tem um rastro de sangue na pista. Provavelmente o Cr7 deve ter se arrastado antes do seu carro pegar fogo. Mas por que ele ainda não apareceu em nenhum hospital? Será que o astro do futebol do Real Madrid tem algum inimigo fora de campo?"

Isa desligou a TV e me abraçou forte, meus olhos se encheram de lágrimas. Eu não queria que ele estivesse morto ou desaparecido.

- Ele morreu? - indaguei em um sussurro.

- Não vamos pensar no pior, são apenas hipóteses e há uma possibilidade do Ronaldo estar vivo. - Isa tentou me acalmar.

- Eu preciso de notícias mais esclarecedoras, vou na mansão. Alguém naquela casa saberá o que realmente aconteceu. - enxuguei as lágrimas decidida a voltar lá.

- Esqueça esse jogador, ele não merece a sua preocupação. - Isa tentou impedir a minha saída, mas ignorei o seu conselho saindo apressada da sala.

30 minutos depois....

O taxista parou em frente ao condomínio, peguei pela corrida e sair do táxi. Os seguranças assim que me reconheceram liberaram a minha entrada na mansão. Corri na direção do jardim onde encontrei o John cabisbaixo e sentado no banco.

- John....- sussurrei.

- Barbara. - ele suspirou aliviado, ficou de pé me puxando para um abraço.

- Cadê ele? - indaguei intrigada.

- Ele não vai aguentar por muito tempo, alguém estar querendo matá-lo. Eu sinto que o Cris precisa da nossa ajuda com certa urgência. - revelou apreensivo.

- Então, o senhor sabe onde ele está? - questionei esperançosa, segurando na sua mão.

- Eu tive apenas uma visão. - suspirou frustrado. - O que vi foi uma tenda dentro de uma floresta. Mas não consigo ver o lugar nitidamente, ele está sendo mantido de refém.

- Por que ainda não pediram o resgate? - indaguei confusa, as visões do John não eram muito esclarecedoras.

- Essa pessoa não quer dinheiro, na verdade o que esse cara deseja é tirar a vida do Cristiano Ronaldo. - John disse enfurecido.

- O seu maior rival é o Lionel Messi, tenho quase certeza que ele sequestrou o Cris. - falei pensativa, tentando chegar numa conclusão. - O Cristiano havia me salvado de ser estuprada e ele ameaçou se vingar do Cris. Nós precisamos falar com a polícia.

- Eles não acreditarão em nós, sem provas. Eles acharão que somos loucos quando escutar as minhas visões e não dará importância as suas acusações contra o Messi. Pois você não quis denunciá-lo. - John bufou, estávamos de mãos atadas e sem ninguém para nos ajudar nesse caso. - Os caras já vinheram aqui, disseram que irá averiguar o caso e que entrará em contato com a família dele.

- Se a polícia não vai atrás do Cris, então nós vamos salvá-lo. - falei determinada.

- Tem certeza que quer fazer isso? - interpelou sério, assenti com a cabeça. - Ótimo! Eu tenho um plano, vamos para minha casa e decidir o que faremos nos próximos passos.

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