Cap 21 - The pain

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           POV. Barbara Palvin

Aproveitei os últimos minutos ao lado do meu dono sem saber se algum dia voltarei a vê-lo. As batidas do meu coração estavam ritmadas e o seu braço esquerdo  segurava a minha cintura. Ele dormia tranquilamente e quando amanhecesse me mandaria embora da sua casa. Meus olhos lacrimejaram diante da dor e da perda que estou sentindo no peito. Era inevitável o sentimento que já habitava em meu coração, não há como parar o amor que estava sentindo e ao mesmo tempo eu estava com medo desse sofrimento não ser passageiro. Cristiano ficou irredutível ao vê aquele foto, ele não quis me dar a chance de escutar a minha versão e preferiu escolher os conselhos da Nathália. Eu temia ser leiloada naquele bordel de prostitutas e me recusava a passar novamente por essa experiência humilhante.

Levantei da cama já retirando o meu vestido para vestir o short jeans e uma camiseta azul. Beijei os seus lábios macios, depois peguei o seu casaco sobre a mesa e vesti com calma. As lembranças de nós dois permaneciam viva em meu ser e não há mais nada que posso fazer para continuar aqui. Sai do quarto discretamente, e tudo estava silencioso, caminhei a passos lentos pelo corredor sentindo-me insegura. Ao chegar na sala, abri a porta sem ninguém escutar o barulho da chave girando na fechadura. Esperei impacientemente os seguranças da mansão ficarem distraídos e quando o Raphael abriu o portão para levar o lixo lá fora aproveitei para fugir daqui. Corri para fora do condomínio luxuoso, peguei o meu celular no bolso do short e mandei uma mensagem para a Isabelle vim me buscar. 

           * * *

Demorou aproximadamente 20 minutos para minha amiga chegar até mim. Ela dirigia um fusca verde com a tinta desgastada, abri a porta e adentrei o interior do veículo. 

— O que aconteceu, Barbara?! —
Isa indagou assustada ao me ver chorando. — Você está chorando. 

— O Ronaldo quer me mandar de volta a Paris para ser leiloada novamente. Eu preciso fugir desse homem. — suspirei pesadamente, enxugando minhas lágrimas com o dorso da mão.

— Puta merda! Você se apaixonou pelo seu comprador? — questionou intrigada dirigindo um pouco mais rápido.

— Não tem como não se apaixonar convivendo com o cara por meses. Os sentimentos acontecem e foi inevitável não me afeiçoar.  — respondi baixinho.

— Droga! Agora você está sofrendo feito uma adolescente de 14 anos que acabou de ter a sua primeira desilusão amorosa.
— ela bufou, tinha os olhos fixos na pista. — Você não devia ter entregado o seu coração a ele, só espero que essa relação louca não te prejudique.

— Ninguém é imune convivendo com aquele homem. E eu não quero outro amor na minha vida, estou com muito medo de ser encontrada pelo Cris. — confessei.

— O que houve exatamente naquela mansão? Por que ele deseja te devolver ao Lenny? — questionou confusa, com medo dele vim atrás de mim.

— Bem, o medico da Clarice me beijou desprevenida, alguém enviou as fotos para o Cris e ele agora pensa que quebrei as malditas regras. — expliquei a situação, eu precisava do abaixo da Isabelle. — Amiga, eu vou morar contigo até a Clarice se recuperar. Ele não vai roubar minha liberdade, eu vou continuar fugindo.

— Na verdade ele ainda é dono da sua liberdade, o contrato feito está nas mãos dele. — ela me fitou de relance. — Será possível fugir de um homem tão poderoso como o Cristiano Ronaldo?

— Merda! Eu deveria ter procurado o contrato e rasgado. — suspirei frustrada. — Mas minha prioridade é a Clarice.

— Vamos resolver um problema de cada vez. — ela segurou na minha mão transmitindo-me apoio.

Os dois últimos meses que passei ao lado do Cristiano foram meio intenso. Por ele ser um homem atraente e sexy mexia com minha libido e me fazia provar de novas experiências. No começo tive medo de me machucar, fiquei em conflito comigo mesma e tentei não me apaixonar. Mas os sentimentos foram acontecendo e ele era o único meio viável de ajudar no tratamento da minha irmã

Entretanto não é fácil administrar essas turbilhões de emoções que venho sentindo aqui dentro de mim. Somente eu poderia resolver os meus conflitos internos. Talvez tenha me apaixonado pelo seu sorriso, pela sua voz rouca, pelo seu jeito marrento e protetor e também possessivo. Estou me deparando com algo totalmente desconhecido, eu  já apaixonada pelo meu ex-namorado, mas o que vivi com o Cristiano foi mais intenso e incerto. E não sei o que se passa na sua mente? O que ele venha a sentir por mim? Eu nunca pensei que pudesse me apaixonar pelo homem que havia me comprado durante seis meses. O plano era rejeitá-lo, mas falhei covardemente, fiquei na reta guarda e agora estou sofrendo. Pensei que sairia de cabeça erguida nessa relação, que seria apenas noites de sexo e nada mais. Mas hoje vejo que estou com o coração partido e com muita vontade de chorar.
              
                    *  *  *

O fusca foi estacionado em frente a um apartamento simples, retirei o cinto de segurança e sair do veículo. Em silêncio segui a Isabelle até as escadas, pois não tinha elevador. Subi com certo sacrifício, ficando suada e cansada. Quando chegarmos no quinto andar ela virou à direita e abriu a porta. Entrei na sala encontrando dois sofás e uma TV, ao lado tinha uma cozinha americana com balcão no meio.

— Bom o apartamento é simples, mas temos dois quartos. — ela mostrou-me o meu novo quarto.
Deitei na cama abraçando o travesseiro e as lágrimas voltaram a molhar meu rosto.  A minha dor é real, machuca e fere mais que um tiro no peito. Tenho raiva de me mesma por ser tão ingênua e burra, por achar que ele se importava comigo, quando na verdade fui apenas um objeto sexual ao seu dispor. Ele não sente nada por mim, nunca assumiria um relacionamento sério comigo. Porra! Cadê a minha alta estima? Eu preciso ser forte, virar essa página é seguir a minha vida. Não gostei da maneira como ele me tratou na sua casa, eu havia me entregado de corpo e alma nessa relação, vivi cada emoção ao seu lado e ele simplesmente preferiu acreditar naquela foto do que na minha palavra. Depois me traiu e me mandou embora. 

— Barbara, você vai superar esse idiota. Você é uma boa garota, linda, educada, humilde e única. — Isa acariciou o meu cabelo, dando um beijinho na minha testa. — Descanse um pouco.

             No dia seguinte...

Isabelle havia saído para visitar a minha irmã no hospital e eu estava responsável em fazer as compras do mês. Eu não queria que a Clarice me visse assim tão mal. Depois de passar as compras no caixa, peguei as sacolas e sair do supermercado. No meio do estacionamento a bolsa de laranja rasgou fazendo as frutas caírem no chão.

— Merda! — resmunguei baixinho apanhando as frutas.

— Quer ajuda? — vi as mãos do homem recolhendo as laranjas, sua voz era muito familiar. 

— Obrigada! — levantei-me para fitar o seu rosto e congelei. — Jacob?

— Que bom te reencontrar, Barbara! — meu ex-namorado sorriu meigo, me puxando para um abraço carinhoso. — O que você está fazendo aqui?

— Estou morando aqui e você? — caminhei para o apartamento da Isabelle, querendo guardar as compras.

— Que coincidência! Eu também estou morando nesse prédio. — sorriu abertamente, o seu cabelo antes longo agora estava curto e seu corpo malhado. Porra! O tempo fez muito bem para o Jacob. — Então, seremos vizinhos.

— É o que parece, gata. — deu uma piscadela. — Eu te ajudo a carregar as compras. — ele gentilmente pegou as minhas sacolas e adentrou no apê.

— Obrigada! — segui em direção a cozinha, Jacob deixou as compras em cima do balcão e me fitou fixamente.

— Você está morando sozinha ou com o namorado? — questionou interessado no assunto.

— Estou morando com a Isa, eu não tenho namorado. — soltei o ar preso nos meus pulmões.

— Isso é prefeito. — ele acariciou o meu rosto me deixando envergonhada.

— O que é perfeito? — indaguei confusa.

— Eu e você juntos aqui em Madri, poderíamos recomeçar do zero. Sinto tanta a sua falta. — Jacob estava me deixando nervosa, tivemos um relacionamento bom, porém ele havia me traído.

— Obrigada pela ajuda. — mudei de assunto saindo da cozinha e abrindo a porta da sala.

— Se você precisar de alguma ajuda é só me chamar, moro aqui do lado. — disse atencioso. — Espero te vê novamente.

Ele se aproximou do meu corpo tocando levemente a sua mão na minha bochecha. Ele me fazia recordar do tempo em que éramos dois adolescentes apaixonados andando de mãos dadas pela rua do nosso bairro.

— Eu não gosto de te ver com esse olhar triste. O que aconteceu? — indagou preocupado, eu estava tão frágil, mas também tinha uma certa mágoa do Jacob.

— Nada! — neguei, dando um sorriso forçado. — Apenas estou cansada, eu não tive uma boa noite e...

— Eu vou respeitar o seu silêncio, mas se quiser desabafar saiba que estou aqui do lado para te escutar. — disse carinhoso depositando um beijo nas costas da minha mão. 

— Agradeço a sua preocupação.
— sussurrei, retribuindo o seu abraço, Jacob acariciou o meu cabelo. Tento ser forte para não demostrar a minha fragilidade, mas as lágrimas desceram pela minha face.

— Você precisa de um ombro amigo. Venha comigo, eu vou te distrair. — Jacob fechou a porta e me levou em direção a escada.

                *  *  * 

Seu carro parou em frente ao parque de diversão, Jacob abriu a porta da BMW preta e sorriu galanteador.

— Faz muito tempo que não venho a um parque. — sorriu de canto, segurando na sua mão.

— Confie em mim, você precisa se distrair um pouco. — ele abraçou-me de lado e me levou até a barraca de algodão doce. — Espere aqui, vou comprar os nossos ingressos. 

Fiquei saboreando o meu algodão doce, observando as pessoas a nossa volta. As crianças se divertiram ao ar livre, espero que um dia eu consiga trazer a Clarice aqui. Sinto saudades de levar a minha irmãzinha nos parques, ela adorava andar nos brinquedos e sempre voltava feliz para casa.

— Você ainda tem medo de altura? — Jacob me tirou dos devaneios me parando de frente a roda gigante.

— Muito. — confessei nervosa, sentando no nosso lugar e quando o brinquedo começou a se mover meu coração já disparava. — Sinto medo. — coloquei minhas mãos no rosto com medo de olhar para baixo.

— Eu estou ao seu lado, nada de mal vai lhe acontecer. — ele carinhosamente retirou as minhas mãos do rosto e fitou meus olhos azuis.

O frio me causava arrepios, Jacob percebendo o incomodo que estou sentindo retirou o seu casaco e colocou o mesmo em meus ombros.

— Pronto. Agora você está quentinha. — ele beijou a minha testa e eu encostei minha cabeça no seu peito.

Fiquei fitando as luzes da cidade e pensando nas jogadas do destino, talvez ele esteja me dando uma nova oportunidade.

— Esse lugar é tão lindo. — comentei risonha, a vista da cidade de Madri me encantava.

— Prefiro admirar a sua beleza, você é uma obra de arte. — sussurrou baixinho na minha orelha.

— É... — fiquei com as bochechas coradas.

— Não é preciso dizer nada, baby. — sorriu de canto.

O passeio está perfeito, eu não me recordava do Cristiano e preferia mil vezes estar aqui do que ficar o dia inteiro trancada no quarto chorando; me sentindo feia. Eu preciso de alguém confiável que realmente se importe com os meus sentimentos. Fiquei em silêncio aproveitando esse momento de calmaria para esquecer os meus problemas, Jacob era paciente e carinhoso. Será que nosso reencontro significava um novo recomeçar? Uma maneira de dizer a Deus ao meu passado com o Cris.

— Clarice está em Madri? — ele voltou a puxar um assunto.

— Sim, a minha irmã infelizmente foi diagnosticada com câncer infantil e está fazendo o tratamento. — expliquei a situação da minha irmã. — Morro de medo de perdê-la.

— Calma! A Clarice é uma menina forte, tenho certeza que em breve ela sairá desse hospital mais forte do que antes. — assegurou limpando minhas lágrimas com o seu polegar.
                 
— Ela é a minha vida. — suspirei.

       POV. Cristiano Ronaldo.

Quando acordei a Barbara não estava mais na minha cama, as suas roupas permaneciam no closet, mas a casa está vazia. Ela havia fugido de mim.

E agora estou me sentindo frustrado, sem conseguir manter-me focado no aquecimento. Por mais que a bola estivesse nos meus pés, errei a direção do gol.

— Tá distraído, hein?! — Marcelo deu um tapa no meu ombro.

— Foi mal. — bufei, a minha cabeça estava em outro lugar, a imagem dos seus olhos azuis amedrontados com medo de ser devolvida para a vida de prostituição não saía da minha mente. Eu não sou muito de voltar atrás na minha palavra, mas pretendo pensar melhor sobre esse assunto. — Hoje não estou rendendo em campo, vou embora.

Sai do treino meio cabisbaixo quando encontrar a Barbara teremos uma conversa muito séria. Ela não pode simplesmente sai da mansão sem antes resolvemos o nosso problema. 

Horas depois....

Cheguei em casa cansado, deixei a Lamborghini em frente à garagem e caminhei na direção do John. Ele estava cuidando das flores, mas me parou no meio do caminho para dar-me um sermão.

— Você foi injusto com a Barbara, deveria escutar a garota em vez de julgá-la por causa de uma foto.  — disse irritado.  

— Eu tenho uma admiração muito forte pelo Senhor, mas não vou seguir os seus conselhos. — retruquei, cruzando os braços na altura do peito. — Ela me traiu com aquele cara e não há perdão.

— Ela vez bem em ir embora. — deu de ombros, voltando a cortar os galhos das folhas murchas.

— Ela ainda não voltou? — indaguei incrédulo, havia pensado que ela saiu apenas para espairecer um pouco. Nós brigamos na noite passada, mas ela não levou sua mala. Pensei que quando regressar-se Barbara já estaria aqui.

— A garota é esperta, ela fugiu antes que você a levasse de volta para aquele lugar horroroso. — riu de canto, borrifando água nas plantas. — Eu faria a mesma coisa, você está cego... Você agindo com impulsividade sem pensar nas consequências dos seus atos. 

— Ela quebrou o contrato, agiu feito uma vadia e a situação da Barbara está se complicando cada vez mais. — falei furioso. — Ela não pode fugir de mim,  ainda é a minha propriedade.

— A Barbara deixou de ser a sua garota quando você praticamente a expulsou de casa.
— John parecia revoltado, me fitava com certa raiva e um olhar de reprovação. — Por que não escutou a Barbara? A Nathália está por trás dessas fotos, ela é uma manipuladora e falsa.

— A Natália não tem nada haver com a falta de caráter da Barbara. — falei exacerbado, pegando o celular no bolso. — Eu vou mandar os meus seguranças procurarem essa garota. A liberdade dela me pertence.

— O jogo virou, agora quem comanda a próxima jogada é a Barbara. — John disse sério, olhar perdido fitando o céu escuro. — Há um novo rival e não será nada fácil recuperar o amor dela. Barbara é uma mulher sensível e está magoada contigo.

— As suas profecias não me assustam. — revirei os olhos e fui falar com os meus seguranças.

— Boa noite, senhor Aveiro! — disseram em uníssono.

— Eu quero vocês nas ruas de Madri procurando a Barbara, aquele que trazê-la de volta à mansão receberá uma boa recompensa. — dei as ordens.

— Nós iremos trazê-la de volta para o senhor. — Raphael garantiu.

— Andem! — falei ríspido, eu só queria recuperar a Mon Petit. — Droga! Esqueci completamente de visitar a Clarice. — fitei as horas no meu relógio de pulso e já estava atrasado. Mas eu precisava ver o Arthur Sampaio, talvez ele esteja com a Barbara.

           Minutos depois....

Deixei o carro estacionado em frente a clínica, ignorei os olhares femininos no hall e segui em direção ao elevador. O meu sangue ferveu ao vê o Arthur Sampaio encostado na porta do elevador. Ele me fitou com um sorriso cínico nos lábios, as portas se fecharam nos deixando sozinhos. Segurei com força na gola da sua camisa; encostando-o na parede.

— Cadê a Barbara Palvin? — questionei irado com vontade de esmurrar a sua cara.

— Não é você que deveria saber onde ela a sua acompanhante de luxo? — disse debochado. — Cuidado! Aqui temos câmeras e o astro do Real Madrid não vai querer manchar a sua imagem por causa de uma prostituta.

Como ele sabe que a Barbara trabalha pra mim?

— Onde está a Barbara? — apertei a sua garganta com mais força.

— Na minha cama. — sussurrou, minha mão fechou em punho e eu acertei um soco no seu rosto. Ele limpou o sangue que descia da sua boca e disse sarcástico. — Ela tem uma bocetinha bem gostosa. Eu adorei comer aquela vadia de quatro na minha mesa, Barbara adorou se entregar nos meus braços.

— Filho da puta! — voltei a socar o seu rosto e ele riu da minha irritação. Arthur tentou esmurrar o meu rosto, desviei do golpe e rapidamente desferir uma joelhada no seu abdômen. Ele gemeu de dor, ficando agachado no chão. — A sua sorte é que preciso de você vivo para ajudar a Clarice, mas dá próxima vez que você ousar a descrever a sua transa com a Barbara....— avisei friamente com vontade de estrangular esse imbecil. —...eu te mato.

Parei o elevador, sai de dentro com certa fúria. Eu precisava ir embora antes que cometesse algum delito. Esperei o próximo elevador, as palavras do Arthur não saíam da minha cabeça. Ele havia tranzado com minha mulher e isso estava me machucando por dentro.  

— Filha da puta! — chutei a lata de lixo no meio do corredor, precisava sair da clínica antes que os seguranças me expulsassem daqui. Peguei a saída de emergência, descendo à escada com os pensamentos a mil. Meu celular vibrou com a foto da Nathália no visor, retirei o aparelho do bolso e antes que atendesse a chamada dela. Alguém acertou uma paulada na minha cabeça, fiquei tonto e fui jogado no chão.

— Droga! — praguejei a dor na nuca.

— Chegou a hora de acertar nossas contas. — Messi sorriu sarcástico.

— Você? — murmurei.

— Levem o CR7 para dentro do porta-malas. Vamos jogar o jogo da vida. — Messi disse frio pegando o pano contendo algum liquido. Seus homens seguravam os meus braços e ele passou o pano no meu nariz. — Quantas horas de tortura você aguenta antes de morrer?

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