capítulo 35.

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                      Continuação.

        Natalha narrando:

   Ele estava estranho demais, nunca vi o Werllem tão alterado daquele jeito.
  Depois de termos discutido ele ficou me olhando de um jeito estranho, se sentou em cima da mesa e colou a mão no rosto.

   - Eu não acredito que eu fiz isso!. - Ele falou baixo.

   - Como assim?. - Pergunto sem entender mais nada.
  Ele olhou pra mim assustado como se não quisesse que eu tivesse escutado o que ele falou.

  - Nada. Eu estou só pensando. - Ele me olha e depois sorriu meio desajeitado.

   - Acho melhor eu ir. - Eu fui em direção a porta quando ele me interrompeu.

  - Espera!. - Ele pega no meu braço. - Desculpa por ter te culpado, eu não sabia....  desculpa!. - Ele solta o meu braço.

  - Tudo bem, eu imaginei que você não soubesse da verdade, sabia que um dia isso ia acontecer. - me lembro de Ana, o fato de que eu sabia que um dia Algusto ia aparecer e contar sua versão da história pra Ana. Baixo a cabeça.

  - Tudo bem?. - Ele olha pra mim.

  - Sim. Estou só lembrando de algumas coisas que eu tenho que resolver.

  - Há. - Ficamos em um silêncio mortal.

  - Então, eu já vou. - Eu saio e dou de ombros a ele. O mesmo me acompanha e abre o portão.

                            ***

         Duas semanas depois.

    Ana narrando:

  Já tem duas semanas que eu não recebo mais nenhum "presente" igual àquele que chegou pra mim. Meu pai chegou de viagem, eu e Júlia queríamos mostrar a carta pra ele más a tia Juliana não deixou, já que não houve mais nenhum acontecimento igual aquele, graças a Deus.
  
   Daqui a uma semana eu volto para a Argentina. Fico triste em saber que tudo o que eu passei aqui foi um completo desastre. Sai de la pensando que iria viver uma vida melhor ao lado da minha mãe, mais só descobri o que não queria saber, ou oque eu não esperava saber pra falar a verdade, mas, eu acho que foi até melhor tudo isso ter acontecido, eu precisava de um choque de realidade, o tanto que eu condenada meu pai por não querer voltar pro Brasil, por ele nunca querer falar muito da minha mãe, agora eu entendo.
   Só queria ouvir a última versão da minha mãe. Eu cheguei a ir atrás dela escondido, aproveitei que meu pai tinha viajado e fui sozinha, mais ela estava viajando pelo que os vizinhos me disseram, e só volta daqui a um mês.
 
  
[...]

     Uma semana depois.

  - Chau Ana eu vou sentir muito sua falta, vê se vocês vem mais vezes nos visitar. - Tia Juliana fala me abraçando.

  - Se depender de mim nós não voltamos aqui por nada. - meu pai fala interrompendo minha tia.

  - Nossa Algusto custava deixar a nossa alegria em paz sem pelo menos uma vez você interromper!. - Minha tia fala desmontando o sorriso que tinha no rosto.

  - Há para de besteira vai. Vamos logo Ana, se não vamos perder o vou. - Meu pai fala pegando as malas.

  Dei um último abraço ma minha tia e ela sussurrou baixinho no meu ouvido.

    - Não liga não, as vezes ele é um grosso mais por dentro é uma manteiga derretida. - Ela fala e depois me dá um beijo.

  Eu vou dar um abraço em Júlia que já estava chorando.

  - Chau prima, vê se não esquece de mim. - Ela fala deixando cair algumas lágrimas e sorrindo. - Eu vou sentir muito a sua falta.

   - Eu também, a única amiga de verdade que eu tive quando cheguei aqui. - Apertei ela mais ainda no abraço e depois peguei  as minhas malas e fui para o portão de embarque.

   [...]

   Chegando em casa a Villu preparou meu docinho favorito peti gateou. Apesar desse docinho me dar muita alegria porque é uma DELICIA, minha tristeza ainda não deixa eu me esquecer o que eu passei no Brasil.

  - Ei, eu sei que você não teve um dos melhores momentos no Brasil, mais agora você está de volta em casa. - Ela fala colocando suas mãos na minha cabeça e me acariciando.

- É.- Ultimamente é só isso que eu respondo, eu me calei muito depois de tudo o que aconteceu, fiquei muito desolado e triste, só de pensar que a minha mãe me abandonou.

   Será que um dia ela me amou de verdade quando eu nasci?. Será que ela se arrependeu?. Por quê ela não veio me procurar pra contar toda a verdade na versão dela. A coisa que eu mais queria nesse momento era ter uma mãe que se importasse mesmo comigo.

              

A garota da bolsa vermelha. Onde histórias criam vida. Descubra agora