Inefável - Quando não existem palavras para descrever um sentimento. (Completo)

Capítulo 18

Pego nessa loucura, cego demais para ver
Despertou sentimentos animais em mim
Dominou meus sentidos e eu perdi o controle
Eu provarei do seu sangue esta noite  

Scream

Avenged Sevenfold

Algum tempo depois de ter tido a péssima ideia de tentar aproveitar essa festa e fazer Amy tomar coragem para falar com o carinha que gosta, eu começo a achar que a ideia de vir jogar Beer pong com esses rapazes não foi tão ruim, como eu imaginei que seria.

Mesmo que eu esteja levando uma surra e tendo que virar copo atrás de copo.

— Ei essa não valeu. — a bolinha quica antes de cair no copo.

— Só por que você está levando uma surra, vou deixar essa passar. — o rapaz de olhos negros e rosto bonito a minha frente fala. Sua fala perfeita, diferente da minha, que já está um pouco enrolada graças à quantidade de bolinhas que ele já acertou em meu copo.

Pego a bolinha confiante pela milésima vez na noite e a arremesso. Como uma coisa tão idiota como jogar bolinhas em copos com cerveja pode ser assim tão divertido? Provavelmente isso seja cortesia da cerveja em meu organismo.

A bolinha quica do meu lado, passa pela rede e acerta em cheio o copo a sua frente.

— Toma essa! — faço algo parecido com uma dancinha da vitória desengonçada. Até parece que eu acabei de acertar uma jogada de três pontos no último segundo de uma final da NBA.

Um passo de cada vez, Valary.

Acho que essa noite eu percorri uma maratona em direção a um lugar melhor.

— Saúde. — ergue o copo em minha direção e toma toda a cerveja com os olhos presos aos meus.

Seus olhos se desviam dos meus, olhando para um ponto sobre meus ombros e faz uma cara feia para o que vê.

— Conhece? — ele indica com um aceno.

Ele deve estar se referindo a Amy, já tem algum tempo que a deixei sentada para vir me socializar com rapazes "requintados". Socializar com rapazes foi tudo bem. Requintados? Nem chega perto, mas eu me diverti.

Viro-me para dar um tchau e sinalizar que já estou voltando, mas meu corpo paralisa com o que eu encontro.

Matt está sentado no mesmo lugar em que eu estava mais cedo, e seu olhar está cravado em minha direção soltando faíscas de raiva. Sinto a conhecida sensação de pernas bambas que me invade toda vez que o pego me olhando tão intensamente como ele está fazendo agora.

Por que ele ainda me olha dessa forma se me odeia?

O tempo para a minha volta e eu visualizo apenas o cara que tem me enlouquecido pelos últimos meses, posso ver claramente o momento em que seu olhar de raiva muda para algo mais carnal — algo que eu via muito antes da noite em que Amy passou mal. —, que desperta partes do meu corpo que eu tomei conhecimento que existiam depois que ele me despertou para o mundo novamente.

Seus olhos me deixam totalmente tonta, e não é por causa da cerveja que ingeri. Essa é a reação aumentada em mil do que eu sempre sinto quando ele está perto. — obrigado cerveja. — O desejo em seus olhos faz com que eu me sinta nua em meio a uma festa cheia de pessoas desconhecidas. Eu deveria me incomodar com isso, certo? Em qualquer outro momento sim. Mas a única coisa que eu sinto agora é uma necessidade avassaladora de me aproximar e desvendar todas as promessas de luxúria que vejo em seu olhar.