Capítulo 13

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Dedique um tempo apenas para ouvir

Quando as vozes que gritam estão muito altas

Dê uma olhada na distância

Experimente e veja tudo

Buried Alive

Avenged Sevenfold



Entro em meu quarto e meus tios já estão me esperando. Amy está sentada em sua cama com um sorriso no rosto. — não sei como ela não tem câimbra de tanto que sorri. — Os três estão em uma conversa animada, mas o assunto acaba assim que eu entro.

— Desculpe pelo atraso, nem vi o tempo passando. — tento não os encarar, pois meus olhos estão vermelhos, passei o restante da tarde trancada na salinha que tem na biblioteca me desfazendo em lágrimas.

— Podemos ir ou você quer tomar um banho? — tia Mary me questiona.

— Não, nós podemos ir agora, quando voltar eu tomo. — estou exausta, me sentindo imunda, mas quanto mais rápido sairmos, mais rápido voltamos.

Aviso que só vou ao banheiro e me retiro, assim que bato a porta os três voltam a conversar. Abro a torneira e jogo água em meu rosto, esfrego tentando limpar os resquícios das lágrimas e do toque de Matt que ainda posso sentir em minha pele. Levo a mão para pegar o pente que carrego na bolsa e só agora percebo que não estou mais com ela.

Droga!

Todas as minhas coisas estão lá, documento, celular, cartões.

Refaço meus passos e a última vez que me lembro de estar com ela é debaixo do carvalho, quando saí correndo do Matt.

— Merda! — minha voz sai mais alto do que eu pretendia. Logo escuto uma batida na porta.

— Tudo bem aí, Vall? — tio Paul sempre alerta a tudo.

Saio encontrando olhos preocupados. Quando vou parar de ver esse olhar de pânico neles todas as vezes que se preocupam comigo?

— Você é nosso maior tesouro. — as palavras de minha tia no hospital na noite que acordei depois do acidente vêm a minha mente.

Respiro fundo e respondo.

— Tudo sim, percebi que eu acabei largando minha bolsa em algum lugar e só me dei conta agora.

— Nossa! Então vamos procurar antes de irmos jantar. Talvez tenhamos sorte e ainda esteja lá. Tem ideia de por onde começar a procurar?

— Talvez. — fico sem graça por estar os incomodando com isso.

Tia Mary se despede de Amy e saímos.

Quando estamos virando o corredor, eu trombo de frente com alguém que segura em meus braços me impedindo de me estatelar no chão de bunda.

Abro minha boca para falar para a pessoa olhar por onde anda, mas minha pele se eriça e assim que meus olhos se erguem, encontram com duas piscinas translúcidas verdes e as palavras somem.

Estamos tão próximos, seu corpo colado ao meu, suas mãos ainda me seguram firmemente me deixando perdida em meio a toda a sua imponência. — como ele é alto! — Esqueço que meus tios estão próximos, esqueço meu próprio nome e ficamos apenas nos encarando e tentando entender o que diabos está acontecendo entre nós.

Inefável - Quando não existem palavras para descrever um sentimento. (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora