Inefável - Quando não existem palavras para descrever um sentimento. (Completo)

Capítulo 17

Todos nós tivemos uma época em que perdemos o controle

Todos tivemos tempo para crescer

Eu espero que eu esteja errado, mas eu sei que estou certo

Eu vou caçar novamente alguma noite

Scream

Avenged Sevenfold

Eu odiava aquele lugar.

Adorava a música que estava tocando nas caixas de som. Mas odiava as pessoas a minha volta.

Jovens loucos para curtir a vida em apenas uma noite gera um monte de confusão, especialmente quando estão quase anestesiados pela quantidade absurda de álcool que aparentemente foi consumida nessa festa.

O chão está repleto de latinhas de cerveja, sem contar que na mesa da cozinha existe uma profusão de garrafas de bebidas que qualquer dono de bar ficaria orgulhoso de ostentar.

São apenas dez horas da noite, não está um pouco cedo para ter tanta gente louca em uma festa?

O fato de essa ser a primeira vez que estou saindo desde que entrei na Universidade, me deixa totalmente no escuro sobre essa questão.

Até agora não consigo entender como Amy conseguiu me convencer a vir pra esse lugar. Aquela garota quando quer algo, ela simplesmente da um jeito e consegue.

Quando falo que não quero fazer algo que ela propõe, ela me olha com aqueles enormes olhos verdes tão parecidos com os de seu irmão, que meu coração da um salto, e eu vou com ela sem ao menos contestar.

Não sei o que acontece comigo em relação a esses dois, eles me encantam, mesmo que jamais vá admitir isso em voz alta, para nenhum deles.

Desde que soube da doença dela, eu aceitei o fato de que eu não conseguiria apenas ignorá-la como eu havia planejado quando ela se mudou para o mesmo dormitório que o meu. Ela é tão jovem, tão cheia de vida, e ter essa dúvida de como seu futuro será, pairando sobre sua cabeça, de ter ou não a chance de aproveitar tudo isso é injusto.

Sempre que esse pensamento me vem à cabeça, eu me lembro da minha irmã, e tudo o que ela não vai poder viver por ter partido tão jovem. Esse foi um dos motivos de eu querer que Amy faça tudo que ela queira.

— Amy. — a chamo em meio à música alta. — Já viemos, ficamos um pouco e isso aqui tá uma merda, podemos ir embora agora?

— Valary, nós acabamos de chegar, quero ficar mais um pouco. — continua abrindo caminho em meio o amontoado de corpos suados. — Logo os rapazes vão chegar e a festa vai melhorar. — suas palavras me chamam a atenção.

— Que rapazes? — ela não teria marcado um encontro sem eu saber, teria?

— Meus irmãos sua boba. — ela revira os olhos diante do meu olhar irritado. — Acho que já passou da hora de você e o Matt se entenderem não? Vocês não enxergam nada além de vocês mesmos quando estão próximos, mas são tão cabeças duras que não conseguem aceitar isso.

— Amy! — a repreendo, não acredito que ela está bancando a cupido de novo, já expliquei um milhão de vezes que eu e seu irmão não daríamos certo e que ele me odeia desde a noite no hospital.

Mesmo que ele me deixe de pernas bambas, nós nunca vamos por esse caminho. Quase chegamos a ir, mas não vai rolar agora. Nem nunca.

Já repeti isso tantas vezes que até se tornou um mantra.