Capítulo 34

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I've been away
Searching for a reason
Another purpose to find
I've sailed the seas
Fought my many demons
I've looked to gods in the skies  

Coming Home

Avenged sevenfold



O calor do sol não aquece apenas minha pele, de alguma forma sua quentura penetrou minha carne e está aquecendo meu coração atormentado, dando folga a minha mente e me proporcionando a liberdade necessária, para viajar através dos meus pensamentos, devanear sobre a vida e esquecer por alguns minutos o quanto a dor da perda vem marcando minha alma.

Algumas semanas se passaram, desde a última vez que saí do meu quarto, com exceção das minhas aulas, essa é a primeira vez que saio do campus da universidade depois de meu encontro com Matt.

Assim que acordei, algo me bateu e apenas peguei minha bolsa, calcei chinelos, uma roupa confortável, óculos, fones e saí sem um rumo certo.

Almocei em um pequeno restaurante, passeei por alguns pontos turísticos e me joguei dentro de um táxi quando a multidão a minha volta começou a me incomodar. Rodei por um tempo até que a ideia de que eu provavelmente estaria gastando uma pequena fortuna, com meu turismo motorizado me veio à mente e eu dei um puta de um susto no motorista quando gritei para ele parar.

A enorme placa indicando à entrada norte no Píer de Santa Mônica, me fez pensar que talvez mesmo que as cegas, eu estava precisando voltar para um lugar que me trouxesse lembranças boas. Justamente isso me traz a lembrança da risada de Amy, que ressoa em minha mente da mesma forma como da vez em que estivemos aqui, quando meus tios me visitaram.

Memórias felizes.

Talvez seja isso que preciso para acalentar um pouco minha tormenta.

Os dias obscuros por que tenho passado, precisa urgentemente ser colocado em pausa. Nunca me senti tão necessitada de um tempo para organizar meus sentimentos e pensamentos como agora. Tenho pensado muito em Amy ultimamente. Enfrentar o luto tem sido difícil. Às vezes eu só quero ficar deitada e me debulhar diante da dor em meu peito. Nem vamos começar a falar sobre tudo que vem acontecendo com o Matt. Me sinto acabada com tudo isso.

Em alguns momentos a dor de perdê-la e a saudade que sinto de Hilary e meus pais, me faz declinar diante de meu desespero e tenho que tirar um tempo para me recuperar da dor dilacerante que invade meu peito.

Saber que não é isso que eles queriam para mim, de alguma forma se tornou minha única fonte de força para continuar lutando e evitar tudo que minha mente conturbada anda me impondo. Não vou me permitir ter recaídas, prometi a mim mesma que vou ser forte e estou lutando para ser.

Hilary não iria querer me ver assim e Amy precisa que eu coloque algum juízo na mente de seu irmão, ela odiaria ver como ele está.

Doeu muito a forma como ele me tratou, doeu ainda mais vê-lo com aquelas garotas, mas o que mais dói é saber que aquele, não é ele. O Matt gentil e carinhoso, que me enviava mensagens bobas antes de dormir, está coberto por várias camadas de sofrimento.

Lutar com a vontade de ir todas as noites no mesmo bar em que o encontrei, anda sendo uma batalha árdua de enfrentar. Mas sei que o confrontar agora não é a solução, ele precisa saber que o caminho que tomou, não vai fazê-lo esquecer da dor por conta própria, eu não posso mostrar o caminho que ele deve seguir, ele precisa encontra-lo sozinho. Por isso, tenho me mantido afastada. Mesmo que seja extremamente difícil, me contenho.

Inefável - Quando não existem palavras para descrever um sentimento. (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora