Capítulo 22

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Nuvens engolem a lua, e eu estou sozinho

Pensando nos bons tempos, e por que eles iriam?

We Come Out At Night

Avenged Sevenfold


Assim que me encaro no espelho, levo um susto com o quão mal minha aparência está. Minha pele que já é bem clara, está quase translúcida e com uma aparência meio esverdeada. Dando muito destaque aos meus olhos vidrados. Meus lábios estão esbranquiçados  ajudando o conjunto a me dar um ar mórbido.

Olho a minha volta e vou à procura da minha bolsa que eu nem imagino onde larguei noite passada. A encontro debaixo de um amontoado de roupas sujas. A abro e pego meus óculos escuros que estão dentro, para esconder minhas olheiras profundas e meus olhos vermelhos pelo choro no banheiro. — por sorte Amy não reparou neles, ou fingiu não os perceber. — Passo uma quantidade mais generosa de protetor e tento dar uma melhorada na minha cara, pego um batom nas coisas da Amy e passo uma leve camada deixando meus lábios mais rosados, mas não tem muito que fazer para ajudar e meu reflexo apenas da veracidade as palavras de Amy sobre eu estar parecendo um lixo. Mesmo depois de ter tomado banho.

Na verdade, especialmente depois de ter tomado banho. Assim que saí do banheiro e me toquei do que havia feito, me sentei em minha cama e o pânico que sempre me assolou nessas situações no passado, quis se fazer presente, mas eu me controlei por Amy. Eu não podia deixá-la descobrir esse meu lado.

Respirei o mais fundo que consegui e não me permiti parar e me torturar, nesse momento pelo menos. Me debater sobre o que fiz, vai fazer tudo ficar pior.

Coloco a primeira roupa que acho no armário, um short preto e uma blusa sem mangas branca, e mesmo que o tempo lá fora provavelmente deva estar quente, e eu corra o risco de derreter, coloco um casaco. Não quero dar mais motivos para Amy ficar me questionando sobro o curativo em meu braço.

Amy sai do banheiro no momento em que estou fechando meu casaco.

— Tá um puta calor lá fora Vall, pra que esse casaco?

— Minhas tatuagens. — dou a primeira desculpa que me vem à mente. Uma vez eu disse a ela, que a luz do sol desbota e deixa as tatuagens com uma aparência azulada. E pelo jeito ela engole, pois pega sua bolsa e saímos do dormitório em direção à cafeteria.

Ficamos em um silêncio incomum por alguns minutos. Ela perdida em seus pensamentos, dando sorrisos bobos de vez em quando, enquanto eu apenas a observo.

— Você parece feliz — o sorriso bobo em seu rosto some, assim que ela escuta minhas palavras —, algum motivo especial? — eu desconfio do motivo, mas a questiono mesmo assim.

— Não, está tudo normal. — damos apenas alguns passos até que ela não se aguente e comece a falar. — Na verdade — ela pensa por alguns segundos antes de colocar para fora —, eu estou feliz e extremamente apavorada ao mesmo tempo Vall. — seu olhar preocupado me deixa receosa.

— Continue. — a incentivo falar.

— Hank... — ela suspira fundo e fica quieta.

— O que tem ele, aconteceu alguma coisa?

— Não! — ela é categórica. — É que ele... — ver Amy sem palavras é algo novo.

— Ele?

— Meu Deus Vall, eu não devia ter ido falar com ele ontem. — começo a ficar preocupada assim que ela fala isso.

— Ele fez alguma coisa que você não gostou? — ela para de andar repentinamente e me olha assustada.

Inefável - Quando não existem palavras para descrever um sentimento. (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora