Capítulo 14

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Pamella:

- Sam e Leo, sentados numa árvore...

- E uma almofada na cabeça da Pamella... – ela continua no ritmo.

Uma almofada está perigosa e ameaçadoramente posicionada em sua mão.

- Vai dizer que não gostou?

Sam já estava cheia de vergonha mesmo antes de eu cantar a musiquinha, mas uma coisa ela não largava: o sorrisinho bobo.

- HMMMMMMMMMM....

- Nós dois somos só amigos... – a almofada cai ao lado de sua cama na qual Samantha está deitada e, no momento, cobrindo o rosto com o lençol.

Sim, claro, porque "só amigos" passam o tempo livre se beijando na calçada, claro.

- Se você disser isso mais uma vez, eu te dou um tapa. – estou sentada na minha cama e agitada. Feliz por ela e Leo finalmente se tocarem das coisas, ou quase isso – Cara, fala sério, amigos de infância separados e reunidos pelo Destino. Os dois negam, mas sentem uma atração irremediável um pelo outro. Até que, numa noite sem graça e sem estrelas, logo depois de uma festa, ele a leva até em casa e tasca um beijão nela, ali mesmo, na calçada em frente ao prédio. É a história mais livro-de-romance-com-protagonista-tapada-que-não-percebe-que-tem-que-ficar-com-o-cara do Universo!

- Uau, nossa! Obrigada por me chamar de tapada! Aprecio seu carinho.

- Samantha! É verdade e você sabe disso!

- Diz a garota que negou até o último segundo estar toda derretida pelo Scott.

- Sim, e eu estava mentindo para mim mesma e consciente disso! Por isso eu sei que é exatamente assim que você está! Não desvia o foco!

- Boa noite, Pamella.

- Boa noite, nada! Sério, tem outra coisa que eu preciso te contar.

Ela tira o lençol do rosto e me olha com cara de interrogatório policial de série americana. Ou quase isso.

- Fale, ruiva.

- Ok, você lembra daquela vez que a gente assistiu aquele filme da garota que levou um pé na bunda por mensagem e etc, certo?

- Sim.

- E eu acabei te contando do meu pseudo-primeiro-namorado, lembra?

- Aham.

E então conto da minha descoberta.

***

Scott e eu combinamos de sair com o Matt para comer pizza na terça, para deixar Samantha e Leo sozinhos para conversar.

- Se vocês me deixarem de vela, eu vomito.

No mesmo instante, Scott passa o braço por cima do meu ombro – ficando com o mesmo entre minha cabeça e o banco de couro vermelho da lanchonete – e a roçar o nariz na minha bochecha, falando coisas extremamente cafonas que me deram vontade de dizer o quão podre eram.

- Quer saber de uma coisa? Eu vou lá fazer os pedidos.

Nós rimos quando Matt se levanta e se encaminha para a fila meio grande de pessoas em frente ao caixa.

- Você sabe que esse foi só o jeito dele de disfarçar a fome, certo?

Eu não respondo, apenas rio e sou puxada para mais perto do corpo do meu namorado.

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