Pamella:
- Sam e Leo, sentados numa árvore...
- E uma almofada na cabeça da Pamella... – ela continua no ritmo.
Uma almofada está perigosa e ameaçadoramente posicionada em sua mão.
- Vai dizer que não gostou?
Sam já estava cheia de vergonha mesmo antes de eu cantar a musiquinha, mas uma coisa ela não largava: o sorrisinho bobo.
- HMMMMMMMMMM....
- Nós dois somos só amigos... – a almofada cai ao lado de sua cama na qual Samantha está deitada e, no momento, cobrindo o rosto com o lençol.
Sim, claro, porque "só amigos" passam o tempo livre se beijando na calçada, claro.
- Se você disser isso mais uma vez, eu te dou um tapa. – estou sentada na minha cama e agitada. Feliz por ela e Leo finalmente se tocarem das coisas, ou quase isso – Cara, fala sério, amigos de infância separados e reunidos pelo Destino. Os dois negam, mas sentem uma atração irremediável um pelo outro. Até que, numa noite sem graça e sem estrelas, logo depois de uma festa, ele a leva até em casa e tasca um beijão nela, ali mesmo, na calçada em frente ao prédio. É a história mais livro-de-romance-com-protagonista-tapada-que-não-percebe-que-tem-que-ficar-com-o-cara do Universo!
- Uau, nossa! Obrigada por me chamar de tapada! Aprecio seu carinho.
- Samantha! É verdade e você sabe disso!
- Diz a garota que negou até o último segundo estar toda derretida pelo Scott.
- Sim, e eu estava mentindo para mim mesma e consciente disso! Por isso eu sei que é exatamente assim que você está! Não desvia o foco!
- Boa noite, Pamella.
- Boa noite, nada! Sério, tem outra coisa que eu preciso te contar.
Ela tira o lençol do rosto e me olha com cara de interrogatório policial de série americana. Ou quase isso.
- Fale, ruiva.
- Ok, você lembra daquela vez que a gente assistiu aquele filme da garota que levou um pé na bunda por mensagem e etc, certo?
- Sim.
- E eu acabei te contando do meu pseudo-primeiro-namorado, lembra?
- Aham.
E então conto da minha descoberta.
***
Scott e eu combinamos de sair com o Matt para comer pizza na terça, para deixar Samantha e Leo sozinhos para conversar.
- Se vocês me deixarem de vela, eu vomito.
No mesmo instante, Scott passa o braço por cima do meu ombro – ficando com o mesmo entre minha cabeça e o banco de couro vermelho da lanchonete – e a roçar o nariz na minha bochecha, falando coisas extremamente cafonas que me deram vontade de dizer o quão podre eram.
- Quer saber de uma coisa? Eu vou lá fazer os pedidos.
Nós rimos quando Matt se levanta e se encaminha para a fila meio grande de pessoas em frente ao caixa.
- Você sabe que esse foi só o jeito dele de disfarçar a fome, certo?
Eu não respondo, apenas rio e sou puxada para mais perto do corpo do meu namorado.
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Palavras e "Riscos"
RomansaDe diferentes cantos da Inglaterra, vêm duas garotas. Pamella é sempre feliz. Alexia é sempre o que se espera que uma adolescente seja. Ambas camuflando todo o resto de todo mundo, cada uma com sua forma de lidar com seus sentimentos. As duas...