Scott:
Três semanas. É o tempo que eu levo desde quando conversei com a Sam até o momento em que o Matt praticamente me obrigou a ser homem e criar coragem, porra!
- Alô?! – não acho que essa palavra já tenha carregado tanta ansiedade e tanto nervosismo antes.
- Oi. É o Scott. Pamella?
- Sim.
Gases.
Eu tenho esse problema: fico com gases quando fico muito ansioso e nervoso ao mesmo tempo. Nada atraente, infelizmente. Mas já faz tempo desde quando decidi parar de me convencer de que essa coisa na barriga é só gases.
- Bom dia. Te acordei?
- Bom dia, Scott. – a voz dela ficou tão fofa que queria que a ligação estivesse sendo gravada e eu pudesse ouvir essa frase todas as manhãs – Sinto te informar, mas você se atrasou em dois minutos pra cumprir esse objetivo.
- Ainda bem. – ela ri – Escuta, eu e o Leo vamos à praia daqui a pouco, topam ir com a gente?
- Sorvete, praia... Você sabe que a gente está no inverno, certo? Deve estar uns 5 graus lá fora. Vocês não querem, sei lá, jogar poker ou coisa do tipo?
- A gente não vai entrar na água, pastel, só ir à praia. Costuma ser bom. A gente deve sair em mais ou menos uma hora. Vocês vão?
Por favor, aceita.
***
Quando a Sam e o Leo estão carregando juntos o cooler com as bebidas, cutuco o ombro da Pamella. Assim que ela vira para olhar para mim, lhe dou um selinho. Ela sorri.
Nós quatro arrumamos as coisas na areia. Sentamos em uma meia-lua meio torta. Ela senta entre mim e a Sam, só que mais perto da Sam, cujo braço ela abraçou e em cujo o ombro ela deitou a cabeça.
Eu tento não ficar descaradamente encarando-a, apesar de saber que a Sam e o Leo sabem de tudo. Mas sair só com ela é diferente de sair com ela e mais gente.
Por que ela fica fugindo de mim quando nossos amigos estão por perto?
Eu prometi a mim mesmo – e ao Matt – abrir o jogo de vez com ela hoje e deixar de enrolar, mas, ao contrário do que eu pensava, não torna as coisas mais fáceis. Aliás, acho até que está me deixando mais paranoico.
- Tá tudo bem? – pergunto.
Minha resposta é um "Uhum" murmurado e um aceno de cabeça.
- A Pamella tá mal humorada porque dormiu tarde ontem e acordou cedo hoje. – a Sam, por algum motivo que só elas entendem, lança um olhar vingativo pra Pamella e depois se volta pra gente – Às vezes ela fica assim quando está com sono. Daqui a pouco passa.
A Pamella se solta do braço da Sam e esfrega o olho. Fofa.
- Não tô – bocejo – mal humorada. Passou há, tipo, uma hora. – outro bocejo no "uma hora" – Agora eu tô um amor, tá bom? – Ela nem faz ideia... – Só que um amor com sono. E meu mal humor matinal nos fins de semana estão sendo causados por aquela aposta idiota.
- Que aposta? - o Leo pergunta.
- Apostei cinco pratas que ela não conseguiria ficar um mês sem tomar café nos fins de semana.
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Palavras e "Riscos"
RomanceDe diferentes cantos da Inglaterra, vêm duas garotas. Pamella é sempre feliz. Alexia é sempre o que se espera que uma adolescente seja. Ambas camuflando todo o resto de todo mundo, cada uma com sua forma de lidar com seus sentimentos. As duas...