Alexia:
Acabo por encontrar o Matt, amigo da Sam, quando avisto o Dylan. Eu ia desviar o olhar, mas ele acena. Respondo com um meneio de cabeça.
- Hmmm, quem é esse? – Laura pergunta, cheia de malícia.
- Só um carinha aí.
- Eu adorei esse carinha. – Jessica comenta.
Seu comentário foi desnecessário.
Eles se aproximam, junto com o Josh e um rapaz que eu não conheço. Por algum motivo, sempre que estou na presença de alguém que não faz parte do meu círculo mais frequente de interação – Dylan, Laura, Jessica e Josh –, me torno consciente das minhas cicatrizes, minhas atitudes, de todos os olhares e como meu rosto está artificial – pelo menos hoje não estou com cara de palhaço, tipo a Jessica, com sombra neon. Isso piora quando estou perto de amigos de pessoas feito a Sam. Pessoas legais.
Acho que eles são minha zona de conforto, no final das contas. É seguro andar com essas pessoas; elas não desconfiam de nada – se o fazem, rapidamente relevam. Qualquer um além deles me deixa em estado de alerta.
- Ei, os caras vão pro bar com a gente, beleza?
Não, eu penso, contrariando o que é decidido e apoiado por todos, incluindo a mim.
No caminho, a Laura e a Jessica não perdem tempo. A Laura não era tão atirada assim quando a conheci, o que me faz pensar que ela provavelmente tem algo que quer desesperadamente superar ou esquecer. Ou ela simplesmente decidiu que gosta de ser oferecida, não sei.
Não sei o nome do outro garoto - todos o chamam de Leister, que eu suponho ser o sobrenome -, mas isso não importa muito, já que aparentemente não falta assunto e eu faço meu trabalho de sempre de falar alguma coisa, concordar com outras coisas, rir, falar algo que eu não gostaria muito de ouvir e dar um pouquinho em cima de alguém. Mas dessa vez eu faço muito mal feito; as coisas que eu falo têm pouca relevância, minhas risadas são ou muito fracas ou obviamente falsas, eu não consigo dar gargalhadas e não falo nada muito wooooooow nem flerto descaradamente, apenas não contrario uma provocação jogada para mim.
- Eu conheci esse cara. – Jessica diz, sobre algum amigo de alguém. Eu já nem sei mais a ligação do cara com a gente – Ele é bom... – de cama, completo mentalmente – Ele é quase um 9.
Às vezes a gente entra nessa de classificar as pessoas de 0 a 10.
- Você também conhece? – o Matt me pergunta.
- Acho que sim. – digo, dando de ombros, sem saber ao certo quem é o cara – Ele jogava futebol com o Dylan ou algo assim, certo? – foi a única coisa que lembrei da conversa.
O Matt sorri, meio divertido e meio devagar demais, e balança a cabeça, como se eu tivesse acabado de falar que posso ter confundido o cara com uma azeitona.
- Ele é o melhor jogador de futebol que eu conheço! Como você consegue simplesmente esquecer o cara ou menosprezar a participação dele no time?
- Eu não presto muita atenção no jogo em si. Até porque não sei muito sobre aquelas regras e as posições, etc.
- Eu posso ensinar tudinho, se você quiser. – o "Leister" fala, definitivamente sobre alguma coisa diferente de futebol – Aposto que a bola vai entrar no gol muitas vezes, depois de eu te ensinar as regras e posições. Eu sou bom professor.
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Palavras e "Riscos"
RomanceDe diferentes cantos da Inglaterra, vêm duas garotas. Pamella é sempre feliz. Alexia é sempre o que se espera que uma adolescente seja. Ambas camuflando todo o resto de todo mundo, cada uma com sua forma de lidar com seus sentimentos. As duas...