Você deve estar se perguntando por que eu estou fazendo isso, por que estou fugindo do meu pai, quando eu sempre quis conhecê-lo, rebeldia, eu acho, revolta, raiva, bom, tudo isso!
Eu pego meu kit de pincéis, embora eu não saiba se terei chance de usá-los de novo, minhas roupas, eram poucas, minha necessaire de maquiagem, e alguns tênis. Eu tiro minha mala da Louis Vuitton, que tinha ganhado de um dos meus namorados falsos, e a encho de coisas, não tinha como levar tudo, então eu deixo a caixa de coisas da minha mãe no armário, e só pego o necessário, eu faço uma promessa de voltar e pegar depois.
Meu pai era um prestigiado advogado em Nova Jersey, eu pesquisei na internet, ele era casado e tinha dois filhos, eu tinha irmãos, a ideia não me animou tanto quanto antes, eu não pertencia à família dele, eu fiquei apavorada, intimidada. E se essas pessoas não gostassem de mim, como todos da minha escola...
Com certeza o universo conspirava pra que eu não fosse feliz, o que ele quer comigo, que se dane ele, que se dane a droga do dinheiro, se quer me encontrar vai ter que suar, e gastar muito mais do seu precioso dinheirinho. Sento na beira da cama e tento não chorar de frustração e raiva... Ok, sim de medo também, permito-me cinco minutos de auto piedade, eu não sabia o que fazer, eu saberia lidar com um pai desconhecido, agora, eu não sabia lidar com pessoas ricas.
Dane-se o universo, dane-se meu pai.
Meu telefone toca, era Ernesto, ele estava insistindo pra que eu aceitasse sua proposta de mudar de cidade, eu estava apavorada, e se eu fosse vendida em um leilão pra velhos ricos...
__Então, sobre a proposta, você tem uma reposta, olha, esse é meu último convite, confie em mim, eu já tive motivos pra te enganar? .- Ele pergunta sério.
__ Não, é que...- ele me interrompe.
__ Olha se você não gostar da cidade, pode voltar... É pegar ou largar, o que me diz?- Eu sei que me arrependeria do que ia fazer, mas eu estava com medo de ver meu pai, eu não conseguiria perdoá-lo, embora ele não tivesse culpa. Agora sim, eu estava morta, minha única amiga do clube, Pâmela, me disse pra ficar longe de Ernesto, mas uma vez que ele bateu os olhos em mim, não parava de me procurar e oferecer muito dinheiro pra que eu dançasse, eu sei, era o fim do poço, todo mundo sabia que ele não era confiável, ele comandava um prostíbulo na cidade, mas quem iria denunciar o cara? Os policiais eram visitantes constantes do local. Mas eu tinha prometido a mim mesma, que só ficaria até conseguir dinheiro pra mudar de cidade, mas como eu iria fazer isso agora...
Eu tinha acabado de concordar de mudar pra Flórida, teria uma ID falsa, um novo passaporte, e eles me pagariam mais, era isso, não tinha como fugir, uma vez que concordei estava presa a Ernesto, eu já tinha ouvido histórias horríveis de garotas que não cumpriram suas
promessas, desaparecerem, e quando eu falo desaparecer, isso quer dizer que, ou elas eram mortas, ou viravam prostitutas!
Eu tinha perdido minha chance de estudar, minha mãe iria ficar tão decepcionada, ok, tento não pensar nela.
Preciso de dinheiro, e único jeito de conseguir é esse! Boulevt's, é um pequeno clube de stripper, na saída da cidade, meu serviço antes, era apenas servir bebidas, já era insuportável ter que lidar com caras bêbados, tentando pegar na sua bunda, agora ficou pior, eu tinha que dançar pra esses caras asquerosos. O clube tinha uma vasta lista de opções, desde pole dance a dança em jaulas, ninguém falava nada, mas eu sabia que algumas garotas se vendiam pra conseguir dinheiro, esse era o destino de quem ficava muito tempo por aqui.
Eu tinha prometido não voltar pra aquele lugar, desde a morte da minha mãe, mas agora, com toda essa confusão em minha mente, eu não tinha escolha, eu iria sair da cidade, mas Ernesto me ameaçou, nosso contrato era de um ano, então a única chance de fugir, era mudando pra Flórida, pra outro clube onde ele gerenciava.
Eu tenho o corpo da minha mãe, exceto pela altura e a cor dos olhos somos idênticas, pernas grossas e definidas cintura fina e seios grandes, meu cabelo era comprido e encaracolado com cachos grossos que caiam no meio até a altura do quadril.
Ernesto me disse que eu era linda, ele me chamava de Barbie, nomes aqui eram proibidos, eu tinha uma identidade falsa, que dizia que eu tinha 31 anos e me chamava Christina Anderson, mas é claro que eu não tinha cara de uma mulher de trinta e um anos, mas as pessoas aqui preferiam ignorar.
__ Barbie, você mudou de ideia, sabia que não conseguiria resistir à minha proposta.
Ernesto fala perto do meu rosto, o cheiro forte de cigarro faz meu estômago embrulhar, ele era um cara assustador, eu já vi a forma como ele tratava algumas garotas e tinha medo dele fazer o mesmo comigo, caso eu mudasse de ideia.
__ Então vamos sair hoje à noite, eu já tenho tudo preparado, Natan irá com você, eu tenho certeza que com um rostinho desse, você vai me dar muito dinheiro.- Minha pele começa a suar, e minha mente grita pra correr atrás do meu pai, e pedir pra ele me tirar dessa vida, mas meu destino já estava feito, eu tinha feito um trato com o diabo e agora teria que cumprir!
__ Você só terá essa abertura hoje à noite, depois disso pode se preparar pra sua nova vida.
__Eu...Quanto? -Minha voz sai baixa e trêmula, eu estava a ponto de desmaiar.
"Quanto, o quê?" Ele diz perto de mais do meu rosto, me causando enjoo.
__Dinheiro, você disse que seria apenas uma dança que me daria muito dinheiro."
__Quatrocentos dólares, e também pode ficar com as gorjetas, e não pense que você dita as regras, garota, você assinou um contrato, eu mando aqui, está entendendo? a dança vai ser nas salas privadas, se for uma boa menina, vou te dar cem pela dança, esse cara é muito rico, e está oferecendo uma fortuna pra ver você.
Eu concordo, e corro para o banheiro pra despejar tudo que comi no vaso, eu odiava ter que fazer isso, já era nojento demais ter caras velhos e nojentos olhando pra você, uma vez na semana, todos os dias, seria demais. E o que ele quis dizer com ele que manda, ele iria me fazer dormir com alguém? A simples ideia me faz vomitar mais ainda.
Lavo o rosto e saio do banheiro.
Guardo qualquer pensamento e desconforto, bem atrás na minha mente, esse não é o momento pra debate interno de moral, até porquê, a minha já estava se arrastando no chão.
Tudo bem garota, você consegue, depois disso você some pra bem longe desse lugar!
A chegada do meu pai na cidade, estava me matando, ainda mais agora, que ele descobriu onde eu vivo, é que não fui embora da cidade, como dei a entender, semana passada eu comprei uma passagem pra Colorado e entreguei pra uma pessoa qualquer, é claro que eles comeram a isca, eu tive paz por semanas, mas
agora eu estava com medo dele me encontrar, em qualquer lugar que eu fosse, o cara era podre de rico, provavelmente já tinha comprado até o prefeito da cidade, eu não entendia o porquê desse interesse repentino na minha vida, ele não poderia continuar ignorando minha existência como já tinha feito nos últimos dezoito anos...
Quem ele pensa que é? E por que ele acha que tem algum direito paterno sobre mim? Eu me arrependo de pensar isso na mesma hora, ele não sabia, eu tento dizer, mas a dor no meu peito não me faz aceitar, quando eu vi as fotos dos filhos e da mulher dele, eu senti um pouco de inveja, eles tiveram um pai que eu não tive, essa mulher poderia ser a minha mãe, e eu poderia estar naquelas fotos.
Mamãe sempre falou que ele estava morto pra nós, que dizer, até aquela noite, quando ela abriu o jogo, mas eu não conseguia ter raiva dela por mentir, se ela me escondeu a existência dele, era porque ele tinha feito alguma merda, não é?
Cadê ele quando precisei, quando quebrei o pé em uma brincadeira no parque, ou quando meus colegas me humilhavam, por eu não ter o dinheiro que eles tinham, ele nunca estava lá pra me defender, e esperei no fundo da minha mente, que ele viesse e jogasse na cara daquelas crianças idiotas, que eu também tinha um pai como elas, esperei com todas as forças, mas agora cansei de esperar!
Agora eu não precisava, nem queria vê-lo nunca, mais uma mentira, eu queria com todas as forças que ele me amasse... Mas eu sabia que quando ele olhasse pra mim, se arrependeria de me procurar, eu era uma vergonha, que pai não teria vergonha de ter uma filha como eu, ele não me aceitaria, isso era óbvio, pra quê prolongar o inevitável.
Eu pego a velha foto surrada do bolso do meu jeans, e vejo a foto dele, um cara bonito, olhos azuis, pele bronzeada, maçãs do rosto altas, nariz fino, lábios cheios, como os meus, não poderia negar, o cara se parecia mesmo comigo.
Empurro Stive Parck para o funda da minha mente.
O clube estava lotado hoje.
A noite da jaula é um grande show por aqui. Tinha uns caras ricos entrando na parte vip do clube, estranho, não há muitos ricos em Sedona, Arizona, uma pequena cidade no meio do caminho entre Phoenix e o Grand Canyon, a principal atração da cidade era a natureza.
Quando entro no camarim, me deparo com meninas loiras, morenas, e até ruivas como eu, elas não me olham, algumas tinham marcas roxas sobre o corpo, todos sabiam do que se tratava, mas ninguém tinha coragem de falar nada.
Pâmela, uma mulher mais velha, se aproxima, ela havia me alertado pra tomar cuidado com Ernesto, agora que aceitei o acordo, ela não olhava pra mim, não posso culpa-la, eu perdi minha chance de fugir, agora minha única saída era a morte .
Quando estou saindo, Ernesto segura meu braço.
__ Esse visitante é muito rico, faça ele se sentir bem, e se ele quiser algo mais não recuse.- Lágrimas ameaçam cair do meu rosto, eu queria morrer, me enterrar, por quê eu não ouvi minha mãe? Agora eu estava sozinha.
__Você vai se sair bem!
Ele me dá um tapinha de consolo e sai, minha barriga estava doendo de nervosismo, e se esse cara quiser fazer algo mais, como eu vou fugir.?
Entro na sala vip. É tarde demais, eu estava no fim do poço, se minha mãe estivesse aqui, teria ficado tão decepcionada, ela nunca soube da minha vida dupla em um clube de stripper mal falado da cidade.
Um cara com um paletó preto já está me esperando, ele era alto, branco, cabelos grisalhos, esse cara tinha idade de ser meu pai.
Eu estava quase tendo um ataque de pânico, deslizei com uma confiança que não sentia, eu rebolo na frente do cara, e desço as mãos sobre meu corpo, os olhos dele estão distantes, mas ele olha pra mim, não pro meu corpo, mas nos meus olhos... A música é lenta, e eu continuo fazendo movimentos lentos e sensuais.
Lágrimas picam na minhas pálpebras, mas eu sei que elas não descem, eu treinei pra nunca chorar em público.
A última vez que chorei foi por minha mãe, em seu leito de morte.
Dou um giro e mexo o quadril pro lado, a música para, e o cara continua lá, imóvel, então ele pega um telefone e diz alguma coisa.
__ Toma vista isso.- Eu estava em choque, quem esse cara pensava que era, ele estava me sequestrando?
Eu dou um passo pra trás e ele se aproxima mais de mim.
__Calma, eu não vou te machucar, eu vou te tirar daqui Melany, seu pai está esperando.
Pai? Eu queria gritar e dizer que eu não tinha pai, mas não queria que ele me matasse.
Cenas de tráfico de mulheres vêm na minha mente, não, ele teria que me matar pra fazer isso.
Eu corro em direção à porta, mas ele é mais rápido, ele segura no meu braço e me prende entre a parede e o corpo dele, eu queria gritar, mas a pressão dele sobre mim estava tão forte, que estava difícil respirar.
__ Por favor não faça isso, eu não vou te machucar, eu trabalho pra polícia, eu vou te tirar daqui. -Mas eu não parava de pensar nos policias nojentos que visitavam esse clube, não, esse não poderia ser meu fim!
__ Me larga, você está louco!- grito.
Ele não se move, eu levanto a perna e acerto bem no meio das suas pernas, ele folga o aperto sobre mim, eu tento correr, mas ele é mais rápido, em questão de segundos está sobre mim de novo, dessa vez ele pega algo dentro do bolso, e a última coisa que lembro antes de perder a consciência, é de ver um cara de olhos azuis parado, em frente à porta.
Aquele cara era familiar pra mim, mas minha mente não estava mais formando imagens, eu desmaio.
Quando eu acordo, estava na parte de trás de um carro, minha cabeça estava doendo, e minha visão estava turva, imagens da minha luta com o cara de cabelos grisalhos me vêm à mente.
Meu Deus, estou sendo sequestrada, por um maluco que diz ser um policial, eu passo as mãos sobre meu corpo e vejo que estou com a mesma roupa de quando saí do clube, exceto por uma jaqueta preta que estava sobre meus ombros, eu procuro minha mala, eu a trouxe pro clube mais cedo, eu tinha coisas importantes nela.
Não tinha nada que eu pudesse usar pra me defender, devagar, pra não chamar atenção do cara, eu pego o grampo de cabelo que estava segurando meu penteado, tinha dois homens no carro, o de cabelos grisalhos, que me sequestrou, e o outro cara dos olhos azuis.
Eu puxo a maçaneta da porta, mas a coisa estúpida não abre, eu encaro o homem de olhos azuis, seu rosto estava tenso, ele olha pra mim, e eu desvio a atenção, sim, esse era meu pai!
Vergonha e medo me tomam, o que ele devia estar pensando de mim agora, com essas roupas, devia achar que eu era uma prostituta.
Meu corpo começa a tremer, e sem que eu consiga controlar, eu choro em silêncio, com a cabeça enfiada entre minhas pernas. Se eu tinha alguma chance de me dar bem com esse cara, elas já eram.
O motorista olha pro cara do lado, e os dois fazem aquela coisa estranha de comunicação por olhar...
__ Melany esse é Stive Pack seu pai.
Eu olho pra eles e me sinto menor ainda, eu não poderia deixar que eles fizessem eu me sentir inferior, eu queria negar que eu nunca tinha visto esse cara na minha vida, mas ele estava lá, olhando pra mim!
Olhos azuis, maçãs do rosto altas, lábios carnudos, cabelos claros, esses olhos, eram iguais aos meus.
É claro que era ele, eu sabia, já tinha passado horas encarando uma foto que minha mãe guardava dele, estava mais novo, mas ainda assim, era o mesmo homem, meu peito dói, eu queria perguntar por que ele nunca me procurou, ou por que não deu a mínima pra minha mãe, quando ela estava morrendo, mas me negava a falar qualquer coisa pra ele.
__ Olha senhor, eu não preciso da sua pena, se está aqui só por obrigação, não precisa, eu não tenho seu nome nos meus documentos mesmo, sua mulher não precisa saber que tem uma filha como eu, um cara como você não anda com garotas como eu, isso não vai ser nada bom pra sua reputação, mas o senhor pode me deixar no próximo cruzamento, e eu prometo que nunca mais vai ouvir nada de mim.
Só então ele abre a boca.
__Nunca ouvi tanta besteira na minha vida, acha mesmo que sou uma pessoa tão cruel assim? Eu procurei muito por você, e ainda bem que cheguei antes de você acabar com sua vida, aqueles pervertidos vão pagar pelo que fizeram a você, eu quero todos eles na cadeia, e aquele clube fechado."
Parte de mim ficou radiante de alegria, por saber que ele estava me defendendo, mas a parte ruim, aquela que me atormentava, queria jogar na cara dele todos esses anos que ele fingiu que eu não existia, que tudo que eu estava prestes a fazer, era culpa dele.
Meus olhos enchem de água mais uma vez, só que agora eu me recuso a chorar na frente dele, sendo assim, eu ergo o queixo com uma segurança falsa e digo: __Você já parou pra pensar, que pode não ser meu pai.?- Eu olho pro polícia, buscando ajuda.
__ Olha só, eu agradeço mesmo, por vocês terem me ajudado a sair viva do clube ,mas eu já disse, eu não conheço esse cara, até onde eu sei, ele pode estar trabalhando pro dono do clube, você não pode me entregar a ele.Nada, o cara continua imóvel, com as mãos no volante.
Stive olha pra mim mais uma vez, e eu desvio o olhar.
Mas meus olhos vão diretamente no dedo dele, onde tinha uma grossa aliança de ouro, deve ter custado uma nota.
Seus olhos acompanham meus movimentos e ele diz:
__ Eu sou casado Melany, você tem dois irmãos.
__ Eu não me importo- Digo irritada, se ele acha que vai me comprar com essa história de família perfeita, está enganado!
__ Sério? Você vai agir como se não estivesse interessada em saber mais sobre mim?
Eu continuo ignorando qualquer tentativa de conversa, eu não estava dando a mínima pra família perfeita dele, quando eu tinha dez anos e minha mãe enfim tinha falado que eu tinha um pai, eu perguntei se eu tinha irmãos, se eles iriam gostar de mim quando me conhecessem, se meu pai iria me buscar pra passar as férias com eles...Agora já tinha superado esses sonhos
idiotas! Ainda mais quando ela falou a história do meu nascimento resumidamente.
__ Desculpa querida, mas seu pai não dá a mínima pra gente, assim que engravidei, ele resolveu ficar com outra mulher, então eu fugi, e nunca mais nós nos vimos. Fazer o quê, eu era uma estudante boba e apaixonada por um cara milionário, que futuro isso teria. Ele sempre escolheria uma pessoa como ele, aliás, os pais dele nunca deixariam."
Meu coração cambaleia de novo, pela ausência dela.
__ Sua mãe desapareceu dezoito anos atrás. Deixando um bilhete dizendo que nós nunca daríamos certo, que eu estava sufocando-a, eu não sabia que ela estava grávida, eu procurei-a durante anos, mas com o tempo, percebi que ela não queria ser encontrada, passei tanto tempo tentando entender o que eu teria feito pra ela tomar essa decisão, ela amava a faculdade, a fotografia...Ela não deixaria isso por nada!
Ele disse isso pensativo.
__Talvez ela não me amasse mais.
Stive dá um suspiro triste, como se estivesse em uma lembrança distante.
__ Você é a cara dela, sabia, linda do mesmo jeito.
De alguma forma essas palavras fizeram a enxurrada de lágrimas, que eu estava há tanto tempo ignorando, descerem, ele não estava me desprezando, como eu esperava, de alguma forma eu queria que ele fizesse isso, seria mais fácil não me apegar a ele.
Não sei se era o meu psicológico que ainda estava muito afetado pela perda dela, ou descobrir, que esse homem, o meu pai, sempre a amou.
E nunca deixou de nos procurar, agora entendo o porquê minha da mãe não parar de me pedir perdão, e de me fazer prometer perdoa-lo.
Mas perdoar era difícil, muito difícil esquecer anos de abandono, sofrimento, em uma única noite, era impossível, ele teria que se esforçar mais que isso.
Eu caio de volta no assento, querendo saber mais sobre ele e minha mãe.
Mas não hoje, não agora, já tinha passado humilhação demais por uma noite.
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O Namorado da minha Irmã(COMPLETO NA DREAME/LERA/HINOVEL/FIZZO
RomanceTrabalhar em um clube de Stripper era tudo que eu conhecia antes da minha vida virar uma bagunça. Bem ela ja era uma merda, graças ao meu desespero falta de sorte e um corpo escultural eu era uma forte candidata ao tráfico humano. Isso ate eu conhe...