Sua razão a puniu por ter ousado a pedir explicações a sua esposa por algo tão banal, que talvez nem quisesse ou necessitasse saber, realmente não sabia mais, muito menos entendia o porquê havia agido como uma esposa ciumenta, contudo para sua falta de sorte sua esposa sabia como puni-la por ser insolente e petulante, como ela próprio havia dito.
– Me solta, Delphine – insistiu novamente, rodeando seus pulsos na tentativa de se desvencilhar daqueles enormes dedos que a detinham com certa força. – Não aguento mais essas brigas, tantos xingamentos, tanta falsidade, tanto temor, só está me fazendo mal – indagou quase em um murmuro
Mas era perturbador a forma com que sua esposa a fitava, sem mencionar que tornava impossível tentar se soltar quando seu interior se encontrava extremamente perturbado e com um incomodo que somente aqueles olhos âmbar, cheios de desejo eram capazes de provocar quando a fitavam.
Aquela mulher era capaz de tirar qualquer resquício de sanidade que havia em Delphine, ela a tornava insana, possessiva, cruel, sórdida e sem mencionar que a deixava extremamente excitada, fita-la era sua diversão predileta, ainda mais por ser perceptível o quanto aquilo a incomodava.
– Para você fugir? – Indagou quase em uma afirmação, pois era visível nos olhos de sua esposa o quanto assustada se encontrava, sem mencionar a pouco disponibilidade ou vontade em ser colocada à prova da maneira com a qual ela pretendia. – Eu jamais vou te machucar, Cosima – falou próximo ao ouvido de Cosima fazendo-a arrepiar.
Delphine apenas a fitava, mas sua mirada não era correspondida, pois Cosima encontrava-se com o rosto virado, como se temesse ou previsse que ela pretendia e ansiava por tomar seus lábios vorazmente, abaixando por completo as armas daquela mulher
– Você não seria tão insana, maluca, tal ato, só me faria ter nojo de você, você nunca terá o meu amor, Delphine. Nunca! – Indagou Cosima com o tom de voz mais alto, com a expressão fechada e lentamente voltando sua cabeça para frente, encarando os olhos de sua esposa.
– Posso não ter seu amor, mas o tesão que sente por mim, o desejo de estar em meus braços, a vontade que você deseja que eu te coma de todos os modos, o seu corpo pede por isso, anseia pelos meus toques – indagou Delphine passando seus lábios por toda extensão do pescoço de Cosima, mordendo o lóbulo, esfregando seu nariz no dela, com a boca entreaberta com um sorriso vitorioso
- Meu corpo pode dizer isso, mas anseio por toques de outra mulher, toques esses que me completam – murmura Cosima no ouvido de Delphine
- Mulher que está morta, nunca mais poderá tê-la, continue amando essa mulher e nunca mais será feliz – Delphine murmura cm a cabeça baixa
- Me solta Delphine, você está indo longe demais. Eu não te quero, eu não te amo, me esquece – berra Cosima
- Por que resiste tanto? Por que não se entrega? Por que não permite viver tudo isso que você sente? Por que não se dá mais uma chance? Por que não se permite viver novamente? – Indagou Delphine, transparecendo sua curiosidade
As perguntas de Delphine não era sem fundamento, pois era visível as bochechas ruborizadas, a pele arrepiada, a respiração ofegante e o suor que se iniciava em sua esposa, era um suor que acentuava aquele aroma amadeirado, um aroma tão singelo, mas que na pele daquela mulher se tornava seu delírio, um delírio tamanho que podia sentir seu sexo umedecer só com o seu cheiro
–E você , porque insiste – murmurou Cosima, em um tom de provocação, parte de si só sentia vontade de machucar sua esposa a ponto que ela a libertasse – Você sabe ...– soltou em um sussurro, levando lentamente seus lábios o mais próximo que conseguiu até a orelha de Delphine, como se a necessidade de provoca-la e ao mesmo tempo magoa-la se mesclassem – Que amo outra mulher, que todo meu corpo já se incendiou desta forma por outra mais competente que você – aquelas palavras saiam espontaneamente dos lábios de Cosima, não compreendia aquela súbita necessidade em provoca-la, pois sabia o quão feroz aquela mulher poderia se tornar, mas o fato de recordar que existia uma mera possibilidade de sua esposa ter ou chegar a ter uma relação com Sarah a perturbava de uma forma que necessitava leva-la ao limite .
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Hidden Truths
RomanceMentiras são ocultações da verdade, alguns podem considerar como uma verdade distorcida, ou algo oposto da verdade, todavia as mentiras machucam, ferem, doem e algumas vezes matam. O ser humano está condicionado durante a sua vida a contar uma ment...