Um suave grunhido invadiu os ouvidos de Cosima, seu corpo não estava por completo relaxado, pois aquela falta de consciência era involuntária, algo que sua mente não queria ceder, mesmo a exaustão vencendo aquela árdua batalha.
Em um movimento assustado ela abriu suas pálpebras, ainda meio sonolenta fitou a paciente no leito a sua frente, a encontrando realizando pequenos movimentos, nada significativo, mas se movimentando como se seu corpo estivesse incomodado sobre aquela cama hospitalar .
Quase em um pulo, obrigando todos seus sentidos se despertarem, se pôs em pé , com os olhos fixos em Delphine, assim que se aproximou do leito pode encontra-la com as pálpebras semicerradas, levando involuntariamente sua mão direita até a parte esquerda de seu tórax .
– Não toque – murmurou em um sussurro, agarrando levemente a mão dela e a afastando do ferimento .
Delphine meio confusa tragou a saliva que se formava em sua boca, saliva que possuía um gosto demasiadamente amargo, sua mente se fazia uma completa confusão, onde não se fazia capaz de compreender nada.
– Onde estou ? – sussurrou com uma enorme dificuldade, movimentando o mínimo possível seus lábios .
– Está no hospital – explicou em um tom brando, pousando a mão dela sobre o leito.
–O tiro – recordou , como se aquela palavra resgatasse todos os acontecimentos que a levaram até aquele presente – Quero agua – pediu , buscando abrir por completo suas pálpebras que se cerravam involuntariamente .
Rapidamente Cosima caminhou até o lado oposto da cama, agarrando o pequeno copo de plástico azul e despejando a agua que preenchia a pequena jarra de vidro.
Delicadamente ela levou sua mão até embaixo da cabeça dela, a inclinando suavemente , enquanto pousava o copo nos lábios dela, pode sentir a mão dela pousar sobre a sua, buscando controlar as doses de liquido que eram despejados em sua boca .
– Obrigado – agradeceu, proferindo com mais clareza as palavras, afastando o copo de seus lábios assim que sentiu sua sede saciada.
– De nada – murmurou serenamente , pousando novamente a cabeça dela sobre o travesseiro e colocando o copo no pequeno móvel ao lado da cama – Como se sente? – indagou preocupada a vendo meio incomodada no leito e confusa .
– Confusa – murmurou tragando a saliva – Com um pouco de dor – completou virando um pouco sua cabeça em direção a sua esposa – Mas bem – proferiu levando seu lábio inferior até dentro de sua boca, como se necessitasse umedece-lo.
Delphine cerrou suas pálpebras, sentindo-se menos sonolenta voltou as abri-las, fitando com mais clareza a figura de sua esposa , Cosima não estava elegante como acostumava vê-la, com a maquiagem intacta e as vestimentas engomadas, jamais havia visto sua esposa de uma maneira tão humana , com a maquiagem um pouco borrada , os cabelos estavam presos devido ao penteado que certamente havia sido necessário uma boa quantidade de laquê, o vestido estava amarrotado e com algumas manchas de sangue , mas o que mais lhe chamou a atenção foram os olhos extremamente inchados e vermelhos, certamente por haver chorado e pela falta de sono.
– Você está linda – murmurou, levando sua mirada para o teto e tentando esboçar um sorriso em seus lábios, que acabou saindo como um meio sorriso.
– Creio que seus critérios de beleza foram afetados – proferiu uma risada fraca, mas aliviada com aquela afirmação, pois indicava que sua esposa estava bem.
– Você passou a noite aqui? – indagou , sentindo-se despertar por completo e levando sua mirada até a mulher ao seu lado , buscando satisfazer uma curiosidade que surgiu em seu interior , uma curiosidade lavada pela necessidade de saber que sua esposa se importava com ela.
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Hidden Truths
RomanceMentiras são ocultações da verdade, alguns podem considerar como uma verdade distorcida, ou algo oposto da verdade, todavia as mentiras machucam, ferem, doem e algumas vezes matam. O ser humano está condicionado durante a sua vida a contar uma ment...