Ação e reação

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As mãos de Delphine lentamente se afastaram da pequena cintura de sua esposa, malditamente, necessitava de ar, algo irônico já que estava ao ar livre, seu estomago estava embrulhado, sentia uma enorme ânsia , asco , uma forte dor para respirar, como se sua traqueia houvesse se fechado, sem mencionado seu peito doía , como se houvesse sido apunhalada por uma adaga , em um ferimento profundo que não era visível a olha nu, apenas sentido por aquela região de seu corpo.

Desgraciadamente seu corpo respondia a lei da física, a ''Lei da Ação e Reação'' , ou seja, estava reagindo a aquela ação, que havia sido aquela revelação, que a havia deixado completamente confusa, onde realmente não sabia o que sentia.

Cabisbaixa, completamente desnorteada, se afastou de Cosima , logo alcançando o parapeito e envolvendo com força o metal daquela proteção, com uma força desnecessária, mas demasiada , buscando compreensão cerrou suas pálpebras com força , com a respiração ofegante devido a dificuldade que seu corpo lhe produzia para sanar uma singela necessidade.

– Delphine – murmurou Cosima, meio temerosa com aquela falta de reação de sua esposa, pelo menos uma falta de reação visível .

Um chamado que ela buscou ignorar, não sabia o que pensar de sua esposa, se sentia aliviada com sua sinceridade ou se aquela sinceridade era apenas culpa, culpa por mais uma vez estar mentindo .

– Desde quando você sabe que ela está viva ? – indagou com os dentes cerrados, sem fita-la .

– Sei lá- murmuro confusa, afinal os dias haviam se tornado semanas com tantos acontecimentos – Dois ou três dias – afirmou calmamente, uma calma que buscava passar para sua esposa .

– Dois ou três dias – repetiu, abrindo suas pálpebras e balançando sua cabeça, realmente não sabia o que pensar – Vocês se encontraram? – indagou, lançando um olhar de fúria para sua esposa , apenas em pensar naquela possibilidade.

– Delphine – murmuro, buscando fugir daquela indagação, que era visível nos olhos de sua esposa que a resposta a desagradaria.

– Responde - ordenou alterando seu tom , a tornando agressiva, enquanto seus dedos envolveram com mais força o metal entre seus dedos.

– Si...- gaguejou , temendo a reação explosiva de sua esposa – Sim – respondeu por fim .

Delphine inspirou profundamente o ar, podia sentir seus olhos arderem, apenas em imaginar sua esposa com outra mulher , aquilo, aquelas imagens de outro a tocando, beijando, cheirando e sabe-se lá mais o que, pois malditamente sua mente apenas se fazia capaz de cogitar o pior , todas aquelas cenas aumentavam a fúria em seu interior.

– Como ela sobreviveu? – indagou rispidamente – Como e onde vocês se encontraram? – prosseguiu seu questionamento .

– Naquele dia, do acidente, estavam levando outra mulher, que acreditaram depois ser o corpo de Shay, mas ela escapou antes que o carro explodisse – respondeu um pouco nervosa, pois necessitava que aquelas palavras acalentassem ou consumissem com a fúria dos olhos de Delphine – Ela passou esse tempo em coma – completou com certo pesar , um pesar que a obrigou inspirar profundamente o ar.

– Como vocês se encontraram?- indagou furiosa, agarrando com mais força o metal entre seus dedos

– Aquele dia que fui visitar minha tia – recordou – Ela foi me procurar na casa dela – contou – Delphine juro que não sabia que ela estava viva- afirmou , em um tom de suplica, como se ansiasse que ela não voltasse a desconfiar de si .

– Era ela quem vinha ligando ?- indagou recordando as estranhas ligações, justamente na época daquele fatídico retorno

– Sim – respondeu brandamente

Hidden TruthsWhere stories live. Discover now