Cosima caminhava com o olhar dispersos pelas ruas daquele bairro, seu interior encontrava-se em completa confusão, uma confusão que estava consumindo seu ar, que a fazia sentir ganas de fugir, sair correndo e se esconder até que tudo tivesse uma resolução que sanasse aquela obscuridade em sua mente.
Perdida em seus pensamentos caminhou até um dos belos bosques que havia naquele bairro, pois o bairro de Palermo era famoso por seus maravilhosos bosques, assim que se deu conta de onde se encontrava, percebeu o quanto havia caminhado naquela noite, não era uma distância longa, mas tão pouco era curta.
Caminhando sobre uma pequena ponte que cortava a agua que passava embaixo, abrindo caminho para o outro lado daquele pequeno lago, que mais se assemelhava a um rio, parou, pousando suas mãos sobre o parapeito de madeira que cercava o cumprimento daquela passagem de madeira.
Sua confusão era tamanha, que tão pouco havia se importado se Delphine ficaria irada, irritada ou furiosa com sua fuga, a única coisa que sabia, era que necessitava de ar, caminhar e ficar sozinha, em um lugar onde ninguém a encontrasse e pudesse dissipar sua raiva, magoa e confusão em um singelo momento de solidão; ainda estava surpresa com sua maestria para sair sorrateiramente de sua prisão, que naquela noite estava desprotegida, devido à ausência dos subordinados de sua carrasca. Inspirando profundamente o ar, inclinou sua cabeça para trás, levando seu olhar de encontro com as estrelas, por fim sentia-se segura para dissipar o nó que se formara em sua garganta desde a partida de sua esposa com Sarah, permitindo que uma lágrima escorresse por sua face.
Levando suas mãos até embaixo de seus olhos, secou algumas lágrimas, caminhando até suas madeixas, as penteando para traz, proferindo um longo suspiro, um suspiro que esvaziara o ar agonizante que invadia seu interior, causando certo incomodo.
A impotência em seu interior era grande, infelizmente aquele sentimento apenas fazia aumentar a instabilidade em seu interior, como odiava sentir-se daquela maneira, confusa, impotente e instável, inspirando cautelosamente o ar, pousou novamente suas mãos sobre o parapeito da ponte, fitando a imensidão da agua embaixo de si.
Nada mais importava, apenas ansiava por uma solução para suas confusões, algo que a deixasse bem e a fizesse se sentir aliviada, tranquila e feliz, parte de si trazia um nome a todo instante em seus pensamentos, Shay, aquela confusão de sentimentos por sua esposa se faziam pior pelo simples fato de sentir que estava traindo Shay.
Não conseguia deixa-la ir, ou talvez não quisesse fazer isso, realmente não sabia, a única coisa que tinha certeza era que se ela estivesse viva e fosse sua esposa tudo seria diferente, não existiria confusão, infelicidade ou desconfiança, seria uma plenitude de felicidade que chegaria até ser pecaminosa.
Contudo sua realidade era outra, sua realidade era uma mulher que não confiava nela e tinha certeza que aquela fuga apenas acentuaria suas desconfianças , realmente um dia havia acreditado poder se apaixonar por Delphine, mas uma Delphine diferente com a qual estava vivendo, pois aquela a confundia, desnorteava e perturbava de uma maneira que nem Shay ou a Delphine que creia conhecer foram capazes; pois ela era intensa de uma maneira envolvente e pecaminosa , ela era sua perdição e insanidade , uma mulher que buscava o pior dela, que trazia todos seus defeitos e atos levados por um descontrole que somente ela se fazia capaz de iniciar .
Todavia a ideia de partir estava se tornando duvidosa, não por sua família, mas sim por Delphine, infelizmente era tarde demais e querendo ou não ela já era mulher dela, não por laços de amor, mas por laços que nem ela sabia identificar, apenas podia descrever afirmando que era a mulher dela e nada mais, sem mencionar paixão, amor, carinho ou afeto, pois não enxergava tais sentimentos naquela afirmação, uma afirmação que deixava claro que mesmo que escapasse, continuaria sendo dela.
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Hidden Truths
RomanceMentiras são ocultações da verdade, alguns podem considerar como uma verdade distorcida, ou algo oposto da verdade, todavia as mentiras machucam, ferem, doem e algumas vezes matam. O ser humano está condicionado durante a sua vida a contar uma ment...