Tudo pode mudar?

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Um ruído, um ruído com o qual não estava habituada a despertar invadiu os ouvidos de Cosima, fazendo seus tímpanos despertarem, levando aquele som até seu cérebro o ordenado que reconhecesse a procedência daquele barulho.

Tragando a saliva que se formava no interior de sua boca, que possuía o gosto marrento, como todas as manhãs, tragou profundamente o ar, deslizando sua mão esquerda sobre o leito, se dando conta em sua confusão de sentidos que se encontrava deitava de barriga para baixo; com uma enorme força, força que não tinha, iniciou uma batalha feroz com suas pálpebras que não correspondiam a suas ordens, não se faziam capazes de realizar a simples função de abrir.

Após longos minutos ou poucos segundos, sua consciência estava extremamente cansada para se dar conta da passagem do tempo, sem mencionar que seu corpo lhe ordenava que regressasse a cair no completo sono novamente , com uma enorme dificuldade se fez capaz de realizar um pequeno movimento com suas pálpebras, não as abrindo por completo, mas suficientemente para despertar parte de seu cérebro capaz de identificar aquele barulho , por fim conseguindo desvendar a origem daquele barulho, que tinha sua origem no banheiro, melhor era o chuveiro que produzia aquele ruído.

Nem ousou a pensar quem seria a responsável por tal ato insano naquela hora da manhã, pois devido à pouca claridade do ambiente se fazia capaz de identificar que ainda era cedo, mais cedo que estava habituada a despertar.

Perdendo para o cansaço, cerrou suas pálpebras novamente, se perdendo na completa exaustão que seu corpo ordenava a sanar.

Em um completo silêncio, de maneira preguiçosa Cosima se virou para o lado contrário, deitando-se de lado, seu corpo encontrava-se dolorido, cada musculatura reclamava, poderia ousar a acreditar que havia corrido uma maratona , mas sabia que havia realizado uma maratona, mas de outra maneira, uma maneira extremamente prazerosa, assim que constatou tal fato sua mente foi invadida por acontecimentos da noite passada, assim que em sua mente se sobressaiu a face de Delphine sendo torturada, quase que instintivamente seus lábios se alargaram, era uma sensação rara, mas aquela noite, mesmo tendo começado de maneira errada havia se tornado boa, não poderia negar que a satisfação nos braços daquela mulher era plena, senão até pecaminosa, afinal Delphine a fazia experimentar prazeres jamais sonhados conhecer ou se que imaginado existir .

Lentamente ousou a abrir suas pálpebras, fitando o lugar ao seu lado vazio, um lugar que espantava as recordações da noite e trazia a velha solidão, era incrível e até incontrolável como parte de si ansiava por despertar e encontrar alguém ao seu lado, para que por fim não se sentisse só e usada para o prazer, mesmo ela também tendo desfrutado, aquele fato espantou o sorriso de seus lábios , ordenando impetuosamente que se corpo de colocasse em pé, pois temia permanecer naquele leito e se afundar em uma solidão e tristeza que seria incapaz de controlar .

Se pondo em pé se obrigou a realizar sua metódica rotina matinal, caminhando completamente desnuda até o banheiro, sem ousar a fitar o espelho adentrou rapidamente o box, tomando um relaxante banho, tão logo terminou ,envolveu seu corpo em um roupão branco de algodão, secando seu cabelo e passando uma maquiagem leve , mesmo sentindo-se solitária, algo dentro de si a proibia de cometer o pecado do desleixo, sem mencionar que tinha a certeza que Delphine a fitaria e amaldiçoaria que a fitasse e encontrasse uma mulher pouco atraente ou que permitisse a ele pensar em procurar outra.

Como aquela ideia naquela manhã lhe causou um incomodo , um incomodo que se assemelhava a uma raiva, fúria e irá , como aquela noite havia mudado algo em seu interior, como ter aquela mulher vulnerável em seus braços a estava fazendo repensar conceitos e princípios que considerava imutável, pois diferentemente do dia anterior , não suportaria a ideia de Delphine fazendo as loucuras da noite passada com outra mulher, não suportaria ela proferindo a outra mulher as palavras que havia dito a ela , aquela ideia se fazia tão incomoda que seus dedos envolveram com força a escova em sua mão a ponto de doer, obrigando seus dedos a soltarem repentinamente e roubando sua atenção.

Hidden TruthsWhere stories live. Discover now