Amor

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O coração de Cosima disparou dentro de seu peito, mal conseguia crer que seus lábios haviam proferido aquelas palavras, que escaparam espontaneamente, sem antes que tivesse a pequena chance de anunciar a seu cérebro que pronunciaria aquele sentimento, um sentimento que não havia cogitado até aquele instante , algo que não havia planejado , tão pouco tido a oportunidade de escolher o momento, um momento espontâneo que foi tão natural com aqueles braços que eram seu lar , um aconchego que dissipava suas preocupações e temores, apenas fazendo sonhar com um futuro ao lado de sua apaixonante esposa .

Contudo a vergonha por haver proferido aquelas palavras não deixou o interior de Cosima, um sentimento que a arrebatou mortalmente, mas sabia que os olhos de sua esposa estavam sobre si estaticamente, pois seu corpo gritava anunciando aquela mirada, através do natural incomodo que aqueles olhos lhe causavam ao buscar desnuda-la e invadir sua alma .

Jamais havia proferido palavras com tamanha naturalidade e aquele fato a assustou a fazendo temer , um temor que aumentou sua vergonha, pois sabia que daquele momento em diante sua vida com Delphine estava entrelaçada para todo o sempre ou como ela própria dizia, até que a morte as separasse e aquilo era temerário, pois um sentimento sem proporção ou dimensão , um sentimento que arrebatava seu emocional e razão a fazia temer , pois estaria a mercê de sua esposa.

Mas um toque dissipou com aqueles sentimentos, um suave toque em seu queixo , um toque que a obrigou erguer seu olhar e por fim encontrar aqueles olhos âmbar que brilhavam reluzentemente de uma maneira contagiante . Delicadamente, como se estivesse diante da flor mais sensível da face da Terra ,

Delphine deslizou suavemente seu dedo indicador sobre aquela macia face, a face da mulher que fazia seu coração bater descompassadamente, diante de palavras que lhe tiraram o chão e realizaram seus sonhos.

Como se houvesse apenas as duas em meio a aquela grande pista de dança , delicadamente os lábios daquela mulher apaixonada se inclinaram, permitindo que sua esposa sentisse sua respiração próxima e o calor de seus lábios próximos aos seus , uma sensação que fez todo seu corpo estremecer de maneira vulnerável .

O tempo parou, assim que os lábios ansiosos de ambas se encontraram, se selando de maneira terna, com um encontro imediato de suas línguas e sem temor algum iniciando um suave beijo, um beijo cheio de amor, ternura, paixão e o desejo que percorria seus corpos .

As mãos de Cosima se penduraram no pescoço de Delphine, que prontamente envolveu a pequena cintura de sua esposa, de uma maneira que necessitava detê-la, deter aquele momento entre seus braços e lábios .

Ignorando a presença dos demais seres humanos, demonstraram a imensidão daquele sentimento, que estava canalizado em seus lábios famintos, um beijo que não foi vulgar, um beijo que diante a um mero espectador pareceria algo terno e contagiantemente romântico .

Ofegantes e com sofreguidão os lábios de ambas se separaram em uma lentidão visível, mas seus olhos prontamente iniciaram um novo contato, onde foi evidenciado a satisfação em seus lábios, que prontamente esboçaram um suave sorriso de cumplicidade .

Mantendo aquela posição, dando graças por ainda tocar uma canção lenta, ambas voltaram a movimentar seus pés, enquanto delicadamente suas testas se encontraram, permitindo que seus olhares se fixassem , em um singelo campo de visão, onde apenas existia uma para a outra .

– Se não estivéssemos em meio a inúmeras pessoas te levaria para cara e faria amor com você agora mesmo até o mundo acabar – confessou em um sussurro de cumplicidade a mulher apaixonada .

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