O Rei Vampiro - As Relíquias Perdidas

Prólogo

A noite estava escura, fria e solitária. O odor que se fazia sentir no ar, não mostrava ser normal. O meio ambiente em si dava indícios de que algo muito mau se aproximava, e a passadas aceleradas.

As pacatas ruas da aldeia, apenas eram iluminadas com candeeiros que providenciavam uma fraca iluminação para quem ali passasse. As traças e os insetos noturnos pareciam ser os únicos que se mostravam atraídos, por uma eluminação que mais parecia estar a alumiar mortos.

Pequenas nuvens de nevoeiro pairavam perto do solo, conseguindo esconder um pequeno cachorro que deambulava aquela hora tão tardia. A sua pequena cabecinha olhava em diversas direções, á procura de um local para se deitar, na tentativa de secar o pelo molhado da humidade da noite.

No chão, por debaixo do seu corpo gélido, desenhou-se a sombra de algo que se aproximava dele. Curioso, observou tal fenómeno tentando descobrir do que se tratava, ao mesmo tempo que farejava.

O que se aproximava dele transportava uma enorme quantidade de energia malévola, e intenções negras. Sem qualquer aviso, um corpo caiu do céu aterrando mesmo em cima do animal, resultando na sua morte imediata. Com a força do impacto, o corpo da frágil criatura despedaçou-se em várias direções, deixando grande parte do solo coberto de sangue e pedaços de orgãos.

Movimentos delicados e carregados de beleza, limpavam as manchas de sangue que lhe haviam tingido a roupa. Era uma mulher que efetuara aquela entrada tão violenta. Silhueta elegante, cabelo loiro e liso, e uma vestimenta fora do normal, conferiam-lhe um aspeto verdadeiramente sombrio.

Toda a sua roupa era feita de cabedal, mostrando-se bastante justa, adequando-se ás curvas do seu invejável corpo. A sua face não dava para conseguir ser vista, por se manter protegida por alguma escuridão da noite, dando a entender que desejava igualmente proteger a sua identidade.
Apenas os seus olhos vibraram de uma cor púrpura, iluminando a incrível escuridão que compunha aquele cenário.

A cabeça fez um certo número de movimentos, levando o seu pescoço a estalar. Tal sensação provocara-lhe um prazer delicioso que viajou através da sua coluna, dispersando-se por todo o corpo. Na sola do seu sapato, haviam ficado os restos mortais da criatura, levando a sentir uma profunda raiva perante o imprevisto.

- Cão idiota! - pontapeou o que sobrava da carcaça.

Sacudiu os seus ombros voltando a concentrar-se na sua missão, caminhando pela velha estrada da aldeia. O seu passo era lento e concentrado no que estava á sua volta, analisando tudo minuciosamente como se estivesse á procura de alguém.

- Terei de procurar o alvo - usou seu nariz farejando - o senhor pediu que o vigiasse enquanto aqui estivesse, por isso tenho de localizá-lo o mais depressa que consiga.

O seu olfacto dava indicações de ser bastante poderoso, conseguindo persentir uma infindável lista de aromas.
Entre eles identificou um que parecia ser de uma guisado, proveniente de uma casa que estava ali por perto.

Curiosa, caminhou na sua direção sempre pela sombra, apenas vendo-se os seus olhos púrpura a trespassarem a escuridão gélida da noite. Ao aproximar-se sorrateiramente da janela daquela casa bem cheirosa, o seu nariz voltou a sentir um aroma ainda bem mais delicioso, levando-a achar bem fora do normal.

Rapidamente deu uma corrida, dançando por entre as fracas iluminações dos candeeiros de rua, alcançando a bendita habitação.
Perto da janela, baixou-se com cautela conseguindo ter uma visão mais ampla de como seria o interior.

De imediato observou um jovem que parecia estar sentado no sofá da sala, a ler um livro. Tudo indicava que o mesmo parecia ser bastante interessante, dado á sua expressão compenetrada, que o fazia desligar-se completamente de tudo o que o rodeava.

Esta sentindo o seu objetivo completo, esboçou um sorriso completamente maléfico pelo canto da boca.

- Encontrei-te...