Dez - Troye

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Don't break me down,
I've been traveling too long,
I've been trying too hard,
With one pretty song.

- Ride, Lana Del Rey.


Agnella Baldini P.O.V.:

A aula de sexta passou tão rápido, que eu estranhei senhoria Louise não ter brigado e me obrigado a fazer a mesma coisa várias e várias vezes.

A coreografia não era difícil, eu já a tinha pego, os ensaios agora começariam a ser com os meninos e eu apenas queria que desse tudo certo.

- Muito bem, liberadas. - Senhorita Louise informou - Não esqueçam que a partir de amanhã os treinos começaram de verdade, preciso de vocês prontas e impecáveis no dia da peça. - ela disse sorrindo.

As três horas de ensaio por dia estavam acabando comigo, literalmente, eu já tinha desistido dos meus pés, eu simplesmente fingia que não doía mais.

Após pegar escondido a chave do depósito no quarto dos meus pais, um pouco antes de vir para o balé, pesquisei onde era o tal depósito - pela identificação no chaveiro que tinha na chave, percebi que não era tão longe da academia, então cá estou.

Meu coração batia forte, deveria ter uns quatro meses que eu não via meu carro, e pensar que eu talvez poderia ve-lo agora de novo era, no mínimo, excitante.

Abri o depósito de número 82, o número que indicava a etiqueta da chave, e eu juro que pude sentir meu coração parando assim que levantei o pano que cobria a lataria.

Ver o capô preto me fez sorrir, meu pai não havia realmente vendido o Nova, e aquilo era a melhor notícia da minha vida.

Terminei de retirar o pano bege e o joguei em um canto qualquer daquele cubículo de metal, se fosse em qualquer situação eu reclamaria por meu carro estar naquele lugar, mas como as circunstâncias não permitiam que eu contasse para ninguém sobre aquilo, me contentei em manter minha frustração internamente.

Entrei no carro e sorri ao sentir o cheiro de cigarro de menta misturado com perfume que ele sempre teve, aquele talvez seria o meu cheiro e eu gostava disso.

Peguei a chave no quebra-sol e o liguei, senti o ronco do motor ecoar pelo meu ouvido e gemi, aquilo era música, e como eu senti falta daquela música.

Sai dali e fechei a porta do depósito, dei o nome de papai e o número do seu documento na portaria ao sair e me liberaram, eu precisava dar uma volta com meu carro para matar a saudade, se eu não o fizesse poderia ficar louca.

Abri as janelas e liguei o rádio, o vento batia em meu rosto enquanto Habits da ToveLo tocava e eu cantava alto.

Eu estava tão feliz, tudo estava tão especial naquele momento, eu me sentia nas nuvens, e sentia que nada mais importava, eu estava completa, e sabia que finalmente tinha voltado ao meu mundo.

Guardei o carro após algumas ligações perdidas de meus pais e voltei para casa, tentando fingir ao máximo que nada aconteceu.

(...)

- Quer ir lá pra casa e assistir a uns filmes? - Ash estava parado na porta do meu apartamento.

- Não posso, hoje é sábado, eu vou em uma corrida com o pessoal. - disse fazendo bico.

- Corrida? - o menino perguntou confuso.

- Em um racha. - dei de ombros e Ash pareceu se incomodar com aquilo.

The Last Song | 5SOSOnde histórias criam vida. Descubra agora