Trinta - Daddy?

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And if you were my little girl
I'd do whatever I could do
I'd run away and hide with you
I love that you got daddy issues
And I do too

- Daddy issues, The Neighborhood.

Judith Beccaro P.O.V.:

Sábado, 4 de abril de 2015, 13h38min.

Acordei sentindo dor em toda minha cabeça, tudo latejava. Demorei um pouco para abrir os olhos e perceber que eu estava em meu quarto.

- Bom dia. - ouvi uma voz vindo da porta e olhei confusa.

- Bom dia, Ash. - sentei na cama e o menino adentrou o quarto.

- Toma, é pra dor de cabeça. - me entregou um copo com água e um comprimido.

- Obrigada. - sorri e tomei o remédio.

- Ontem você exagerou um pouco. - ele riu baixo e pegou o copo da minha mão, o pondo na cômoda.

- Eu não me lembro de metade da noite. - ri sem graça e tentei prender meu cabelo.

- Não dúvido, só quando eu tava te pondo na cama você tentou me agarrar três vezes. - ele disse rindo e eu arregalei os olhos - Relaxa, eu curto transar com a pessoa consciente. - ele disse como se não fosse nada de mais, e provavelmente minhas bochechas ficaram mais vermelhas do que um pimentão.

- Desculpa. - pus minhas mãos em meu rosto e o senti segura-las e tirar.

- Não precisa se desculpar Judy, você se desculpa de mais. - ele sorriu e eu queria socar a cara dele.

Como alguém consegue ser tão bonito?

As covinhas, o cabelo, os olhos, até mesmo os dentinhos tortos eram lindos, e eu estou ficando cada vez mais apaixonada por esse garoto.

- Desculpa. - ri e ele balançou a cabeça negativamente.

- Você merecia umas palmadas. - ele disse simples e se virou pra sair do quarto.

Eu fiquei estática olhando para a porta, o que ele quis dizer com aquilo?

- Volta aqui, como assim umas palmadas? Você ta louco? - falei sem perceber, o seguindo pra fora do quarto - Estamos sozinhos? - estranhei o silêncio.

- Estamos, Michael foi para casa do Calum, e seus pais saíram pouco depois. - ele disse ignorando completamente o que eu disse antes.

- Então responde a primeira pergunta, e não se faça de desentendido, Fletcher. - o encarei e mordi meu lábio inferior.

- Merece umas palmadas. - ele disse respirando fundo - Além de ser abusada, você me fez passar tanta raiva ontem. - passou a mão pelos cabelos e me olhou, fazendo uma corrente elétrica percorrer todo meu corpo.

- Você teria coragem de bater em mim? - fraquejei, eu não esperava isso, não dele, mas cada vez mais a minha consciência tinha razão, no início é sempre um mar de rosas - Eu não lembro de nada do que aconteceu ontem. - falei em um sussurro e olhei pra baixo.

- Não desse jeito. - ele tentou chegar mais perto de mim, e eu dei um passo pra trás - Você não precisa ter medo de mim, Judy, eu não bateria em você pra te machucar. - o encarei de cenho franzido.

- Você acabou de dizer, com todas as letras. - me abracei um pouco - No começo é sempre assim. - respirei fundo e fechei os olhos.

- Vem aqui. - ele chegou mais perto e soltou um de meus braços do meu corpo, me assustando - Calma, confia em mim.

The Last Song | 5SOSOnde histórias criam vida. Descubra agora