Trinta e cinco - Stupid mouth

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I surrender who I’ve been for who you are,
for nothing makes me stronger than your fragile heart.
If I had only felt how it feels to be yours,
well, I would have known what I’ve been living for all along.
What I’ve been living for.

- Turning Page, Sleeping at Last

Agnella Baldini P.O.V.:

Segunda-feira, 13 de abril de 2015, 9h45min.

Estava sentada com Luke em baixo de uma árvore perto da quadra aberta da escola. Geralmente os alunos ficavam na parte de dentro ou na quadra fechada jogando, mas muitos ficavam ali fora sentados conversando e pegando sol.

- Eu nem te perguntei, sua mãe gostou da nossa apresentação aquele dia? Você não disse nada. - Luke perguntou passando a mão pela minha coxa, que estava em cima de sua perna.

- Eu acho que gostou? - respondi o óbvio, depois de tanto tempo por quê ele queria saber disso? Franzi o cenho e me mantive calada por alguns segundos até que a voz da Alex me veio a mente. Não, isso não era possível, não podia ser. - Por que você quer saber disso agora, Lucas?

- Nada ué. - ele deu de ombros - Ela é desse meio, só é interessante saber a opinião dela.

- Por que você não me pergunta se eu gostei do show? - arqueei uma sobrancelha e encarei aqueles olhos azuis, eu não queria acreditar nisso. - Lucas, eu vou te perguntar uma coisa, e você tem que ser sincero comigo, okay?

- O que ta acontecendo? - ele me olhou confuso e me ajeitei, sentando direito ao seu lado.

- Eu não quero acreditar que seja isso, mas tudo me leva a crer que vocês só são meus amigos por que a minha mãe "é desse meio". - a forma como os olhos dele se arregalaram me fez querer não ter aberto a boca.

- O que? - ele não gritou como eu achei que ele fosse fazer, ele apenas disse e fechou os olhos, como se não acreditasse no que acabou de ouvir.

- Por favor, Luke, convenhamos... Depois que eu disse o que a minha mãe fazia, todos ficaram mais próximo. Não tive como não pensar numa coisa dessas, e eu realmente não quero acreditar que isso seja verdade. - peguei uma mecha do meu cabelo e comecei a mexer nela.

- É óbvio que não é! - ele gritou e eu arregalei meus olhos, ele pareceu perceber o meu susto e então respirou fundo - Eu não acredito que você ta falando que eu e meus amigos somos interesseiros. - ele riu alto, visivelmente nervoso.

- Não chamei, estou apenas te perguntando justamente pra não ter dúvida. - olhei para minha mão em meu cabelo, sem muita coragem de encara-lo.

- Não tem do que ter dúvida Agnella, eu não tô acreditando que você perguntou isso mesmo. - ele riu mais uma vez e eu respirei fundo.

- A Alex veio falar comigo outro dia, disse que era pra eu ficar com o olho aberto, eu não acreditei nela, óbvio, mas você perguntando isso... - eu abracei meus joelhos e encolhi meus ombros levemente.

- Tinha que ter o dedo dessa lambisgoia de quinta. - o vi revirar os olhos.

Em outra situação eu riria do que ele disse, mas ali não tinha como, eu estava nervosa de mais pra isso, eu não deveria ter falado nada, muito menos ter desconfiado, eu literalmente acabei de pôr em dúvida as intenções dos meus únicos amigos.

- Luke, pensa comigo, vocês se tornaram meus amigos do nada, quando eu falei da minha mãe vocês só se aproximaram mais. É coincidência? Sim. Mas olha o meu lado. Eu nunca tive amigos, ninguém nunca se aproximou realmente de mim, e aí do nada quatro pessoas chegam na minha vida e agem como se fôssemos melhores amigos de infância. - respirei fundo tentando demonstrar meu ponto de vista.

The Last Song | 5SOSOnde histórias criam vida. Descubra agora