Vinte e seis - We all have problems

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Well, I found a girl, beautiful and sweet
Oh, I never knew you were
The someone waiting for me

- Perfect, Ed Sheeran

Luke Hemmings P.O.V.:

Domingo, 22 de março de 2015, 17h40min.

- Eu to cansada! Cansada de você chegar desse jeito em casa e achar que ta tudo bem, que é normal. Não é! O que você quer da sua vida? Fala pra mim, Luke! - os gritos de minha mãe poderiam ser ouvidos a quilômetros de distância, eu não tinha dúvidas disso. - Você quer morrer dirigindo aquela merda daquele carro? Ou prefere morrer de cirrose? Por que do jeito que ta, eu não estou aguentando mais! - o óculo escuro que estava em meu rosto não permitia que ela visse as lágrimas se formando no canto dos meus olhos, e eu pretendia que ela não visse, muito menos meu pai, que apenas observava do outro lado da mesa.

- Gente, o que ta acontecendo? - Ben apareceu na cozinha olhando assustado.

- Sua mãe brigando com seu irmão. - meu pai disse simples. – Mais uma vez.

- Mãe, você ta gritando, calma, os vizinhos não precisam ouvir. - o louro falou receoso e a mulher o olhou.

- Precisam ouvir sim! - ela gritou. - Espero que todo mundo escute o que seu irmão ta tentando fazer com a vida dele! Luke, você só tem dezessete anos e quer morrer. Eu não tive filho pra enterrar! Mais uma vez não, eu me recuso! - ela começou a chorar, Ben a abraçou e eu abaixei minha cabeça.

Não estava nos meus planos fazer minha mãe se sentir daquela forma, mas eu não podia simplesmente dizer alguma coisa, apenas pioraria toda a situação.

- Você acha bonito o que faz? - meu pai perguntou e eu virei minha cabeça em sua direção.

- Fica calado que você é o único que não pode falar nada aqui. Você nunca se importou realmente. - falei com o mínimo de força que me restava e ele riu.

- Por que você não pode ser como seus irmãos? Que nunca me deram problema algum. - ele perguntou sem tirar a expressão de tédio do rosto. - Você só nos traz desgosto. - ele balançou a cabeça negativamente e eu senti meus olhos arderem ainda mais.

- Acho que você ta falando de si mesmo, só pode. - ri irônico, joguei a toalha em cima da mesa, levantei da cadeira e tentei sair dali o mais rápido que eu podia.

- Isso, foge como você sempre fez. - ele disse um pouco mais alto. – Desde criança.

- Eu tinha doze anos! Doze! - gritei tirando os óculos e enxugando meus olhos, que já estavam mais vermelhos que o vaso que minha mãe mantinha no centro da mesa.

A raiva que eu sentia era quase palpável, se eu pudesse voaria no pescoço dele ali mesmo.

- Luke, para. - Ben disse pondo a mão em meu peito. – Não adianta você perder sua cabeça com isso.

- Parem! - minha mãe disse ainda chorando e olhei para ela, sentindo a pena e a tristeza se misturando em meu coração. – Não comecem, por favor! - ela me olhou com súplica e eu respirei fundo.

- Deixa ele falar, vai machinho. Você não é tão homem, fala o que você quer. - meu pai cruzou os braços e se apoiou no encosto da cadeira. – Estou esperando, Luke.

- Vai se fuder. - respirei fundo e empurrei a mão de meu irmão. - Você é o cara mais egoísta que eu já vi, deveria ter vergonha. - virei as costas e caminhei para fora da cozinha.

- Como eu disse, sempre fugindo, não é, Luke? – ele deu uma gargalhada alta e eu bufei.

- Chega, Andrew! - minha mãe gritou.

The Last Song | 5SOSOnde histórias criam vida. Descubra agora